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O Ouriço

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Fogo imposto!

John Wolf 21 Jul 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os incêndios que lavram de norte a sul de Portugal merecem ser interpretados à luz da grande crise que assola o país. Estes fogos não nascem espontaneamente por obra e destino de uma faísca fugidia, de uma lupa esquecida na mata por um bom samaritano, quiça um escoteiro desnorteado. Assistimos a um acto de guerra inclassificável. Uma missão terrorista inventada pelo homem das cavernas e levada por diante pela superioridade, a civilização de recurso. Em vez de o Português levar a sua indignação aos níveis de violência registados noutras cidades europeias, o seu protesto contra as medidas de austeridade não eclode nas ruas e avenidas das urbes, na malha citadina decorada repentinamente pelas montras estilhaçadas e o arremesso de bombas molotovs. Com o espírito remoído pelo mal-estar, o topo das serras parece ser o campo de batalha de eleição. A mata enquanto último reduto intocável, espinhoso; a província abandonada pela política no seu sentido mais literal, os lugares e as gentes que fazem nascer as comunidades e que foram traídos pelos virtuosos. A violência a que assistimos é uma clara manifestação de uma doença maior. Uma patologia fora do alcance do sapador voluntarioso. São ervas daninhas que querem erradicar a toda a força. Um bolbo nuclear para plantar uma fábula rasa nas serras, para que se lembrem nas cidades.

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1 comentário

De Artur de Oliveira a 21.07.2012 às 21:23

Ou não será o establishment a desviar as atenções? Nunca se sabe... Desta porca desta república dos Irmãos Metralha tudo se espera...

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