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O Ouriço

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Era uma vez um Botas

Helena Marques 25 Out 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quanto mais leio sobre aquele a quem já não se devia nomear, tal é a profusão de biografias, muito boas, biografiazinhas e biografiazecas, livros de todas as temáticas, que existem sobre o homenzinho, que se julgava ungido e escolhido por Deus, embora tenha renunciado a servir esse seu deus; me convenço que tinha um perfil de psicopata. Governou a República Portuguesa durante 43 anos, conquanto os 2 últimos anos tivessem sido uma farsa para não afligir o velhote das botas, tão agarrado ao poder como desde o primeiro dia que insidiosamente se foi apoderando do "reino" e governando como rei absoluto, déspota, salazarísticamente amparado por uma polícia, que ele criou à sua imagem e semelhança, feroz com os inimigos, persecutória, fruto do rancor, até à morte daqueles que ousavam desobedecer à situação. E a situação era Salazar e Salazar a situação. Filho de família pobre, adorado por uma mãe azeda que lhe transmitiu o azedume, foi criando desde criança complexos de inferioridade que o faziam sonhar com o poder. Quando se apaixona por Júlia Perestrelo, a quem dava explicações de piano, a mãe desta opõe-se ao namoro faz-lhe lembrar os tamancos amarelos do pai, feitor da família Perestrelo, que o ajudou materialmente nos estudos, e é expulso da casa dos seus benfeitores, o rancor transforma-se em ódio cego. Quando, Aristides de Sousa Mendes ousa com toda a coragem dos puros de coração e com a bondade da inteligência desobedecer-lhe, persegue-o com o seu ódio cego e o Cônsul que salvou milhares de judeus das câmaras de gás, morrerá na miséria, sem ter o que comer e obrigado a queimar a mobília da sua casa para se aquecer nas noites geladas de Cabanas de Viriato. Quando o General sem medo, desafia o seu poder a sua psicopatia assume o paroxismo e sem peias nem remorso, próprio da patologia do psicopata, manda-o matar a sangue frio. Mas nem mesmo depois de morto, e depois do 25 de Abril, o general será justiçado. Num julgamento que durou anos e em que a herança salazarista foi por demais evidente, os juízes não tiveram a coragem de condenar os verdadeiros culpados, culpar Silva Pais e Barbieri Cardoso, que recebiam ordens directas do Presidente do Conselho, seria acusar Salazar da morte do General Humberto Delgado e mesmo nos anos imediatamente a seguir ao 25 de Abril de 1974 não convinha que o povo português soubesse a verdade. Assim os "coitadinhos-mor" do rei salazarísticamente absoluto foram mandados à sua vidinha sem mais delongas: com psicopatas não se brinca.

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