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Blogosfera que Pica
Mendo Henriques 14 Fev 12
Mikis Theodorakis, que compôs a música de Zorba e Serpico, toca agora uma outra música. Esqueçam a linguagem marxista de superfície. Ouçam o apelo à solidariedade dos povos europeus. Em vez do discurso pacóvio "Bem feita para os gregos que aldrabaram as contas!" ....( e os governos gregos e seu Banco Central aldrabaram mesmo) .... Em vez do moralismo saloio que grita "Gastaram demais" ( e as empresas gastraram mesmo com o novo aeroroporto de Atenas, os jogos olímpicos, etc. ) ...Em vez de dizer apenas "Apertem o cinto ( e os gregos tinham um forrobodó de 15 meses de vencimento e mais outras prerrogativas a começar pelos militares ...) Em vez de dizer apenas "Paguem o que devem"( e os capitais gregos estão em grande parte refugiados em Chipre a ver se acaba o euro e volta o dracma)... Em vez de dizermos "Somos muito diferentes dos gregos " (o Estado português, exceto a Madeira, com a conivência do governo da república não aldrabou as contas ).... saibamos ver que o cerco aos povos Europeus aperta cada dia que passa e Bruxelas está completamnete de rastos. Esse cerco vai fazendo cair os elos mais fracos, a Grécia primeiro. Depois virá Portugal e Itália e Espanha e França até chegar à mesma Alemanha, como já avisou onovo presidente do Parlamento Europeu. Devemos exigir da Europa a solidariedade entre os povos europeus, irmanados pela mesma cultura!
"O nosso combate não é apenas o da Grécia, mas aspira a uma Europa livre, independente e democrática. Não acreditem nos vossos governos quando eles alegam que o vosso dinheiro serve para ajudar a Grécia. (…) Os programas de "salvamento da Grécia" apenas ajudam os bancos estrangeiros, precisamente aqueles que, por intermédio dos políticos e dos governos a seu soldo, impuseram o modelo político que conduziu à actual crise.
Não há outra solução senão substituir o actual modelo económico europeu, concebido para gerar dívidas, e voltar a uma política de estímulo da procura e do desenvolvimento, a um proteccionismo dotado de um controlo drástico das Finanças. Se os Estados não se impuserem aos mercados, estes acabarão por engoli-los, juntamente com a democracia e todas as conquistas da civilização europeia. A democracia nasceu em Atenas, quando Sólon anulou as dívidas dos pobres para com os ricos. Não podemos autorizar hoje os bancos a destruir a democracia europeia, a extorquir as somas gigantescas que eles próprios geraram sob a forma de dívidas.
Não vos pedimos para apoiar a nossa luta por solidariedade, nem porque o nosso território foi o berço de Platão e de Aristóteles, de Péricles e de Protágoras, dos conceitos de democracia, de liberdade e da Europa. (…)
Pedimos-vos que o façam no vosso próprio interesse. Se autorizarem hoje o sacrifício das sociedades grega, irlandesa, portuguesa e espanhola no altar da dívida e dos bancos, em breve chegará a vossa vez. Não podeis prosperar no meio das ruínas das sociedades europeias. Quanto a nós, acordámos tarde mas acordámos. Construamos juntos uma Europa nova, uma Europa democrática, próspera, pacífica, digna da sua história, das suas lutas e do seu espírito. Resistamos ao totalitarismo dos mercados que ameaça desmantelar a Europa transformando-a em Terceiro Mundo, que vira os povos europeus uns contra os outros, que destrói o nosso continente, provocando o regresso do fascismo".
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