“A minha acção como professor era mais de carácter existencial, na medida em que queria pôr os alunos a funcionar como pessoas, incutir-lhes um espírito crítico, fazer com que exercitassem a sua imaginação à margem dos programas oficiais”.
José Afonso, em entrevista concedida a Viriato Teles, in «Se7e», em janeiro de 1986
“Os meios de comunicação progrediram, mas hoje a Europa sabe menos, está menos informada sobre o que acontece fora dela. Só interessam a Polónia e o Afeganistão. Em Paris, 125 organizações de esquerda progressistas, vieram para a rua protestar contra a situação na Polónia. Muito bem! Só que pelo que se passa em Angola, no Líbano, em El Salvador ninguém protesta… Não acredito na social-democracia europeia, na transformação de um continente em consumidores de objectos de consumo. O modelo europeu ocidental e, inclusivamente, o da Europa de Leste, do socialismo por vias administrativas e com representantes vitalícios da vontade popular, não são coisas que me agradem. Espero que o nível de mercantilismo político do PSOE não atinja o do PS português. Aqui, os políticos de direita parecem ser mais coerentes que os dirigentes socialistas. 0 PS cumpre uma missão histórica de traição à causa popular”.
José Afonso, em entrevista concedida a Leonardo Cáceres, in «Tiempo», em outubro de 1982