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O Ouriço

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A Chefia de Estado por excelência

Artur de Oliveira 25 Fev 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Ao invés do demagogo, do equilibrista, do ditador vulgar, o chefe por dever constante e não por usurpado direito, é o Rei. Êle é o governante que não pede a demissão, o que não ameaça abandonar os próprios esforços, pelo prazer-vingança de os ver caír, pois que a ruína desabaria sobre a sua casa e o seu sangue. Ainda quando os meios violentos o privam do exercício da sua função, êle afirma e mantém no destêrro o direito de cumprir o seu dever, como se o preservasse de efémeros acidentes, uma investidura sagrada. Chefe que não é de um bando, de uma clientela, de qualquer formação plutocrática: chefe natural da Nação, como da sua primeira família, expressão pessoal e vitalícia da unidade moral e política da Pátria, ponto de convergência da tradição e da revolução, o Rei não se lembra do começo das suas funções e não pode querer o fim da sua própria posteridade.

No Rei, as contradições e oposições acabam por fundir-se em identidade, porque, sobrevivendo a si mesmo pela Dinastia, ultrapassa os conflitos e os antagonismos que separam em rivalidade os outros homens.

Êle é também o limite a todas as ambições, às legítimas e mais ainda às ilegítimas; o estado personificado e vivo, com a certeza de renovar-se; o fiador mais interessado em todos os intentos de proveito e glória cívica; o julgador imparcial, sereno e clemente na moderação das penas.

O Rei é o único chefe que tem tempo e não tem vaidade ou vergonha de emendar os próprios êrros: se politicamente não morre, só pode ter interesse em corrigir-se para acertar."

 

Do Prólogo de Aula Régia- Hipólito Raposo em 1936

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1 comentário

De Jack Soifer a 25.02.2012 às 14:37

EXCELENTE texto e reflexões.
Os reis contemporâneos têm agido com muita ponderação.
Os países com maior harmonia e crescimento sustentável têm reis:
Suécia, Noruega, Dinamarca, Belgica, Holanda, até o Reino Unido.
Os mais conturbados têm presidentes que pouco mandam:
Grécia, Itália, Portugal???
Pelo meio, os com presidências estáveis:
Alemanha, França - mas que tendem a ter problemas.
SIM, PRECISAMOS DE UM ESTADISTA NO GOVERNO E UM REI NO ESTADO!

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