Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Ouriço

MENU

Instituto Superior Técnico em Risco II

Faust Von Goethe 4 Mar 12

"

Nos anos 90 fui, por quatro anos, membro do Senado da Universidade Técnica de Lisboa, onde o todo-poderoso Instituto Superior Técnico impunha a sua agenda. Os seus dirigentes defendiam que um sinal de pugresso – termo da época para uma certa visão de futuro – era transformarem-se em mais uma universidade. Para tal, o IST ia movimentando os seus poderes e, não fosse a inteligência do seu corpo discente e docente rejeitando esse pugresso, chegaríamos aos dias de hoje com uma Universidade Técnico.
A anunciada fusão entre a Clássica e a Técnica não me motiva grandes considerações teóricas.
Ao invés, o objectivo invocado – resumido na ideia de constar no top 100 mundial –, revela a pobreza de um ensino superior acantonado no processo de Bolonha.
Secundarizada a produção de conhecimento e o ensino, as universidades são forçadas a determinar o seu caminho por critérios contabilísticos, reunidos pela terminologia neoliberal em torno da expressão “competitividade”. Esta “competitividade”, sabemo-lo de antemão, é sinónimo de propinas mais altas, despedimentos, menos investigação e produção de conhecimento e antónimo de qualidade. A anunciada fusão surge no mesmo mês em que o IST anunciou a suspensão de centenas de projectos de investigação e em que noutras faculdades foram agilizados processos de despedimentos.
Sendo o sistema académico de relações laborais particularmente rico em dependências e vassalagens, não será muito difícil prever que se acelerará o processo de depuração em curso, que exclui os que ensinam a partir da sua experiência profissional e dos que estejam demasiado distraídos na produção de conhecimento e investigação.

"

Hoje, no i

 

 

Partilho em grande parte da opinião do Tiago Mota Saraiva do blog 5 dias.
Com o processo de Bolonha, passa-se mais tempo a avaliar do que propriamente a ensinar. Por outro lado, o actual modelo de financiamento vigente nas universidades portuguesas premeia a percentagem de aprovações e nunca a excelência dos alunos destas.

 

Esta é uma das razões que está a corromper o ensino de qualidade em Portugal, pois os institutos politécnicos, na eminência de não poderem competir directamente com as universidades na obtenção de fundos para investigação, investem no número de aprovações e posteriormente, usam estes rácios para promover a captação de alunos, já para não falar nos mestrados de bolonha.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds