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O Ouriço

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Cidadania e Crise

Artur de Oliveira 15 Mar 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mas haverá na nossa terra, atualmente, público que forme qualquer ideia do que sejam ao certo as conveniências gerais e nacionais em Portugal?


Existirá opinião portuguesa ? Consciência portuguesa?


Isto é, haverá, no ponto de vista da Pátria, um pensamento harmónico e característico de toda a coletividade portuguesa, e um sentimento, e uma vontade, homogéneos e comuns?


Haverá, em resumo, nesta hora, uma alma nacional portuguesa?


Nós constituímos, com efeito, a imagem viva do caos social e político. Temos um ponto, todavia, sobre o qual todos concordamos. É na afirmação de que não se entendem, desde ha há muito, entre si, os governados e os governantes de Portugal.

 

Não se entendem. Quer dizer, não se conjugam nos esforços. Não se identificam nos propósitos. Não se ligam francamente nas idealidades do espírito que movem as atividades do corpo.


Não se entendem governados e governantes. Esta é a verdade. Mas não se entendem porquê?


Repita-se pois a pergunta: existe, ou não existe, na hora de hoje, a alma nacional a portuguesa?


A existência de cidadãos Portugueses como tais, depende, primeiro que tudo, da existência da Pátria Portuguesa. Pátria primeiro, cidadãos depois.


E cidadãos unidos. Porque, se acaso se dispersam, dissolve-se a Nação. E passaria a haver apenas um bando de homens à mercê da primeira força estranha que se lembrasse de sujeitá-los e de mandá-los.

 

 

Henrique de Paiva Couceiro

 

“Conversas com o Povo V A Alma Nacional” em Pátria, 6 de Outubro de 1917

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4 comentários

De Daniel Nunes Mateus a 15.03.2012 às 23:53

Revejo-me por completo neste artigo. Poderia muito bem ter sido eu a escrevê-lo. Paiva Couceiro defende o mesmo que defendo. E o extraordinário é que foi escrito em 1917

De Artur de Oliveira a 16.03.2012 às 04:24

E já viste como um discurso de 1917 continua tão actual e até menciona implicitamente a importância da cidadania activa ou ,se quisermos, da sociedade civil?

De Nuno Ramos a 16.03.2012 às 20:04

Bastante actual, sem dúvida Artur! Agora, como em 1917 perdeu-se a noção da Alma Lusitana. Do quão fortes somos, se estivermos unidos. O individualismo, acabou com essa união do povo português e fomos deixando andar... Até chegar a este ponto, em que se ouve uma ou outra voz isolada... Mas, quem é que lhes liga!?? E hoje, como em 1917, se não conseguirmos unir o povo, debaixo do mesmo estandarte, receio bem que não consigamos sair deste "buraco"!? Continuaremos a ser comandados por ladrões sem escrúpulos e a viver sem a "Consciência Portuguesa", sem Identidade Nacional a uma só voz!!! Essa noção de colectivo, só poderá ser reposta, se conseguirmos Restaurar a Monarquia em Portugal!? Pois, qualquer cidadão, se conseguirá rever na imagem do Rei. E com um Rei como Chefe de Estado e um papel mais activo na Sociedade Civil, poderemos então recuperar a ALMA LUSITANA!!!

De Artur de Oliveira a 16.03.2012 às 22:46

Pelo bem comum devia ser o nosso lema...

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