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Blogosfera que Pica
John Wolf 26 Mar 12
A alegada gestão danosa que culmina na derrapagem financeira da Parque Escolar, será muito provavelmente mais um caso de fado lusitano. Um "passa a batata quente da responsabilidade", de uma alçada para a seguinte, de um prior (do Crato) para o seguinte. O parque escolar não é o local propício para estacionar o futuro do país. Mas não foi isso que fizeram. Conseguiram algo pior. Fizeram regredir um processo de modernização da base educativa de um país e atrasaram as capacidades cognitivas da nação. O sistema educacional de um país pode dividir-se grosseiramente em dois conceitos que devem manter uma relação estreita. O "hardware" - a infraestrutura pesada que deve proporcionar ao corpo docente e aos alunos uma temperatura amena e convidativa à transmissão de conhecimento. Sem dúvida que a arquitectura tem um papel de relevo na disposição dos enunciados pedagógicos. O "software" - a dimensão imaterial do parque escolar, que se consubstancia nos programas curriculares. A abordagem pedagógica pode, em alguns casos criativos ou de excepção, suprir as lacunas da dimensão física. Mas esse debate fica para mais tarde, para o recreio. Não nos afastemos do que nos trás aqui. O desvio financeiro. A falência evitável. Uma pouca vergonha que se estende de norte a sul. Para chegar ao fundo da questão uma ardósia não bastará para gizar todos os esquemas de desvio e favorecimento, que provavelmente tiveram lugar na adjudicação de obras em concursos públicos. Para que uma investigação condigna com a prática nacional seja conduzida, sugiro que a parque escolar seja auditada pela EMEL. Que se façam à estrada os tais fiscais experientes em parques de estacionamento.
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