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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 28 Mar 12
Ontem ao fazer uma síntese do artigo do Die Welt que falava de Portugal, não mencionei propositadamente declarações em que Schaube e um funcionário do BCE, afirmavam que o sucesso do programa de ajustamento português se estava a reflectir na queda dos juros da dívida portuguesa, o que é falacioso.
A verdadeira para o facto dos juros da dívida portuguesa terem baixado para a casa dos 9,5%, encontra-se na capa do jornal económico (imagem abaixo). Mesmo assim, esta notícia aparentemente animadora, não me deixa totalmente confiante pela razão que passo a explicar:
Por cada 100 euros de dívida pública comprada pela banca Portuguesa, o BCE apenas empresta entre 90 e 95 euros. Logo, esta compra retira entre 5 a 10 euros que poderiam ser usados em alternativa para crédito a particulares.
Ou seja, sempre que um banco [português] vai ao mercado comprar dívida pública, mais dificilmente conseguirá obter a partir de empréstimos interbancários, financiamento a taxas de juro mais baixas. Como consequência, terá que cortar no crédito.
Portanto, se os bancos detiverem quantidades elevadas de dívida pública, terão menos recursos disponíveis para o investimento privado, logo crowding out pois o abater da despesa pública com recurso à banca consome recursos que poderiam ser usados para investimento por parte da economia.
Perceberam agora qual o verdadeiro calcanhar de Aquiles do programa de ajustamento Português, assim como a razão que se especula por um segundo resgate a Portugal?
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