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O Ouriço

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Na Assembleia da Republica foi, atabalhoadamente, aberta a discussão de dois projectos de lei (PS e PEV) e de duas recomendações ao governo (PSD e PS) sobre a publicidade de produtos alimentares e bebidas dirigidas a crianças e jovens, como forma de luta contra a obesidade.

 

No seu discurso de abertura do Congresso do PSD, o Presidente do partido referiu-se à informação do Estado como uma obrigação de todos, tendo em vista a imagem de Portugal no estrangeiro e junto dos mercados.

 

Policias e fotojornalistas mudaram as notícias da greve geral para agressão geral.

 

As três questões têm a mesma matriz: sacodem a «água do capote».

 

Não é proibindo publicidade em publicações infanto juvenis ou em programas de rádio e televisão dirigidas a jovens e crianças, que se consegue lutar contra a obesidade. A luta contra um mal social e de saúde, neste caso, é uma luta dentro do próprio tecido familiar e as suas instituições, a família, a escola, as associações e colectividades. A publicidade, porque é paga por empresas de elevado sentido de responsabilidade social e difundida em suportes de elevada consciência social, acabaria por ser envolvida nesse movimento de interesse e responsabilidade social e, aplicada em todas as plataformas, e ampliaria as informações «noticiosas e informativas» que sustentam os estatutos editoriais dos media.

 

As proibições de informação, mesmo comercial, têm apenas um efeito que é a redução do pluralismo e da diversidade.

 

A mesma visão resulta da responsabilização dos cidadãos e dos agentes de comunicação na difusão de conteúdos cuja produção, antes de mais, compete ao Estado.

 

Desde o 25 de abril o Estado português veio afastando-se de políticas de informação pública, deixando cair numa espécie de domínio de irresponsabilidade pública a apresentação e explicação de grandes dossiés informativos.

 

Os próprios incidentes com fotojornalistas, durante as manifestações no dia da greve geral, são também uma faceta dessa alergia a políticas públicas de informação pública.

Parece que tudo o que está relacionado com o Estado ou passa de forma mais ou menos evidente por agências de comunicação, de serviços secretos, ou não existe, ficando à confabulação de cada um ou dos interesses não explícitos e por isso interpretado de formas muito aleatórias.    

 

A obesidade infantil e juvenil (e a outra), a informação completa e interessante sobre o esforço da sociedade portuguesa em recuperar a economia, as condições de acesso e cobertura de atos públicos tratam-se antes de mais com o Estado a mostrar os caminhos dos conteúdos que a sociedade tem de considerar quando forma opinião e quando assume posições.

 

Só assim a publicidade manterá um papel social relevante e responsável, os cidadãos usarão as suas opiniões para defender o desenvolvimento e recuperação do país sem perderem a sua autonomia e a liberdade e os polícias respeitarão os fotojornalistas (e os outros) na cobertura de acontecimentos, por mais complexos que sejam.

 

É tudo uma questão de visão e de políticas de informação pública, como o site Portugal Economy Probewww.peprobe.com, há semanas lançado por um grupo de entidades portuguesas com elevado sentido de responsabilidade e interesse público mostraram que é possível fazer.

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