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O Ouriço

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Comércio Global Português

John Wolf 29 Mar 12

  Programa do seminário  “Profissionais para o Comércio Internacional” do próximo dia 30 

 


  

 

O conceito de Comércio Internacional é uma herança proveniente de múltiplas origens doutrinárias, umas mais recentes outras milenares. Nessa amálgama encontramos o Mercantilismo Britânico e o Francês, de Colbert, a Riqueza das Nações de Adam Smith, a vantagem comparativa de David Ricardo, a expressão de livre comércio, entre outros vectores ideários que se propunham avançar os interesses económicos de nações intensamente proteccionistas, embora ligadas numa globalização inconsciente e precária. Com o decorrer da história das trocas comerciais e o advento de soluções tecnológicas, sobretudo no século XX, a exclusividade produtiva deixou, pouco a pouco, de ser o elemento fulcral. Ou seja, os meios de cultivo ou de produção, deixavam de estar dependentes de uma redoma fechada, inscritos num território delimitado pelas fronteiras conquistadas pela força da espada e defendidas por leis declaradamente parcelares numa clara manifestação de aversão a incursões estrangeiras, estranhas. Sem entrar em detalhes da história económica e social dos séculos passados, podemos afirmar que assistimos, desde a emancipação económica do império britânico e da subsequente afirmação dos Estados Unidos enquanto potência económica, a um outro processo intensamente condicionador do entendimento que se faz do comércio internacional. Um relevo especial deve ser dado ao papel da cultura na disseminação de gostos e tendências, o que determina em última instância a configuração das leis de mercado, nomeadamente da oferta e procura. A visão estratégica, respeitante às opções de produção, está intimamente ligada, por um lado, à leitura dos valores intrínsecos presentes na própria matriz cultural, elementos passíveis de serem convertidos em bens ou serviços, e por outro lado à capacidade de projectar uma mensagem global que despolete o desejo  de consumidores de um outro paradigma cultural. É disso que se trata essencialmente. O estabelecimento de um critério qualitativo na produção de bens exclusivos que ostentem a marca Portuguesa e por outro lado a capacidade de antecipar a colocação dessas soluções noutros destinos através de acções de marketing sustentadas e coerentes. Nao tenhamos dúvidas sobre a grande capacidade Lusa, a arte nacional expressa na produção de bens de elevada qualidade e na oferta de serviços de excelência. No entanto, convém que tenhamos dúvidas sobre o modo como Portugal comunica com o resto do mundo. De nada vale escrever o melhor texto do mundo se ninguém o vai ler. De nada vale ter dos melhores vinhos do mundo se não chegam a mesas infinitas. O valor intrínseco apenas gera riqueza quando se torna excêntrico.

 

 

 

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2 comentários

De brites a 06.04.2012 às 10:01



Mão à obra! Dissertar é mais fácil do que fazer...

De John Wolf a 08.04.2012 às 09:59

Bom dia! As minhas palavras decorrem das minhas acções. Dissertar, tal como trabalhar com as mãos, não é fácil...

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