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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 12 Jan 12
Obrigado, Nelson Faustino, por citar o meu post e por analisar a produtividade por hora. Obrigado Artur, por citar o meu texto num certo e-mail de grupo sobre a luta da Sra.Merkel para permanecer no poder, como descrito no Frankfurter Allgemeine de 08/01/12. E agradeço ao Rui Rangel, em nos apoiar.
Amigos, PIB é uma medida ultrapassada, quando se faz comparações internacionais. Pois ela parte do pressuposto que nada muda (ceteris paribus) em Economia, e, no mundo real tudo muda em Economia, especialmente os valores entre distintos países.
Na minha tese em Estocolmo, há 48 anos, provei que, em alguns casos, aquilo que entra como positivo no PIB deveria ser negativo, deduzido. Pois, quanto maior o gasto por exemplo, com prisioneiros e com hospitais, pior é o padrão de vida daquela população. E o PIB supostamente mede o bem-estar. Um país que tiver enormes gastos policiais e prisionais teria um PIB muito mais elevado do que um, onde quase não há criminalidade e a população vive em harmonia!
Há tempos usámos o GINI. Hoje, consultores internacionais usam o PPP - Purchase Power Parity, que considera quantas horas de trabalho são necessárias para adquirir os mesmos produtos, em geral os básicos, em diferentes países. Isto, em princípio, mediria melhor o alardeado, difícil de mensurar e muito mais de comparar, ‘bem-estar’. Pois, parece evidente que ninguém trabalha apenas por dinheiro, mas, sobretudo, para aquilo que se pode obter com o dinheiro. Assim, medidas monetárias são abstrações de bem-estar.
Hoje, a nível internacional e até entre muitos que trabalham no Banco Mundial e especialmente nós, que trabalhamos com Sustainable Development, estamos a desenvolver modelos econométricos para melhor medir bem-estar. Usamos modelos integrados onde há também valores subjetivos, como satisfação com o sistema vigente, feeling de estar numa sociedade justa, segura, etc. Isto explicaria melhor por que é que tantos profissionais de alto nível trocam uma região por outra ou um país rico em PIB por outro, pobre em PIB.
João Gomes de Almeida 12 Jan 12
A nova lei do tabaco não é simplesmente má, mas absolutamente idiota. Poderia agora, sem acrescentar muito ao debate, discorrer um longo e interminável discurso sobre a estupidez de dinheiro que o estado vai perder em impostos com a diminuição da venda de cigarros, ou ainda, referir que não me parece muito inteligente aumentarmos os impostos à restauração e ainda por cima penalizarmos os empresários que gastaram rios de dinheiro a equiparem os seus estabelecimentos com extractores de fumo.
Se quisesse ser mais dramático, poderia também falar dos postos de trabalho que se irão perder na Tabaqueira e por fim do número imenso de cidadãos como eu que simplesmente vão deixar de jantar fora ou ir beber um copo, para não serem perseguidos pelos púdicos ASAE's, todos eles condecorados com a Grã-Cruz da Sagrada Ordem Rosa Coutinho, certamente presidida pelo Supremo Juiz Grau 69 do Incentivo à Dieta, o inefável e inenarrável Francisco George.
Acontece que esta lei também não é apenas idiota, mas sim um grave atentado a dois direitos fundamentais da pessoa humana num estado democrático. O primeiro deles é o direito a fazermos aquilo que quisermos com a nossa saúde, sem termos que gramar com uma terrível perseguição legislativa por parte de um ridículo gnomo de barbicha, que por ausência de vida própria parece perder demasiado tempo a julgar a vida dos outros - e preparem-se, estes fundamentalistas da rúcula e do agrião começaram pelo tabaco, mas de hoje para amanhã vão estar a querer legislar sobre o número de alheiras e amêndoas doces de Portalegre que podemos ingerir, por causa da calamidade na saúde pública que é o colesterol em excesso.
O segundo direito claramente atentado por esta cambada de puritanos, é o direito de iniciativa privada. Retirando o poder a cada empresário de decidir se no seu estabelecimento - o qual paga impostos para estar aberto - quer ter fumadores ou não. Mais uma vez, o estado paizinho de todos nós arroga-se do supremo direito de mandar no nosso negócio e se tal não bastasse, também no nosso corpo.
Por fim, resta-me dizer: não votei num governo de direita para isto. Ponham os olhos no nosso vizinho Rajoy e vejam as alterações que a lei do tabaco vai sofrer em Espanha. Como podem uns fanáticos como o Francisco George e o seu gangue, mandar mais que o Primeiro Ministro, o líder do CDS, o Ministro da Saúde e o Ministro da Economia juntos? É triste, muito triste meus amigos.
Só espero que os deputados do PSD e do CDS chumbem estas alterações à lei, próprias de regimes pouco democráticos e que nada têm haver com o liberalismo ideológico que pensava ver a primeira vez representado no espírito desta nova maioria.
Francisco Cunha Rêgo 12 Jan 12
Várias coisas que gostaríamos se tornassem reais, agora obtêm-se através de sensações numa realidade virtual. Pagamos para ter, mas sem possuir. Muita coisa está a ficar desmaterializada e, neste mundo sem terra, como diz Serge Guérin, tudo tem de ser rápido, excelente e de alta performance, ou então não existe. Boa parte da nossa vida é hoje externalizada para o mundo virtual. A tecnologia vai dominando o colectivo com o fenómeno da desencarnação das relações e emoções humanas. Os problemas tornam-se equações virtuais, e as respostas, mesmo de outras pessoas que nos alegram, chegam pelo visor e um toque numa tecla, e não noutra mão. Lembro-me que, há anos, no Japão, foi criada uma linha telefónica que tinha gravações de pássaros a cantar, para baixar os níveis de stress. Pode ser original, mas não é real.
Nesta linha de pensamento, na Suécia foi criada uma Igreja virtual que defende a cópia livre (pirata) como Sagrada e que os seus fiéis pratiquem a sua Fé. Esta desencarnação das coisas leva a esquecer que as pessoas ainda são de carne e osso, e precisam de se alimentar, etc. pelo que os direitos de autor são fundamentais. E até estes 'piratas', para existirem como Igreja virtual, se registaram no mundo real e tiveram que falar com pessoas. Enfim, foi uma encarnação.
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