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O Ouriço

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 Para aqueles que têm acompanhado política europeia de há um ano para cá, não devem ter ficado surpreendidos com os cortes das agências de rating, cujo objectivo passa essencialmente por criar instabilidade social.

Há um ano atrás em Portugal, a desculpa para a crise era essencialmente devida à má gestão governativa, nunca se colocando a hipótese de nós próprios, enquanto nação estarmos a ser vítimas de especulação financeira.

Os últimos acontecimentos na europa no final do ano de 2011, que levaram à dissolução do parlamento da Eslováquia e respectiva convocação de eleições antecipadas, terminando com a queda de Papandreou na Grécia e de Berlusconi em Itália, provaram que afinal é mais do que irresponsabilidade política.

 

Está em curso o maior "roubo" do século XXI e a palavra democracia está em vias de extinção e prestes a ser substituida por uma nova corrente ideológica: O oligarquismo.

 

Porque andamos nós a lutar contra os políticos? Porque estes continuam a ir contra a nossa própria constituição para para agradar às agências de rating, empobrecendo ainda mais o povo?

 

Em jeito de reflexão, deixo-vos abaixo com um texto que escrevi na altura das eleições legislativas de 2011 para o blog causa monárquica, assinando como Nelson Franco, a pedido do meu amigo (e também colega de escrita aqui) Rui Monteiro. 

Espero com a reedição dar o meu contributo para uma reflexão mais profunda do momento actual, assim como reciclar o debate em torno das medidas que constam no memorando de entendimento assinado pelos partidos do governo e pelo maior partido da oposição.

Fico a aguardar pelo vosso feedback.

Uma Europa Bipolar: Um ponto de vista económico-futebolístico

Costuma-se dizer que em cada adepto de futebol existe um treinador de bancada. Acho que o mesmo se pode aplicar em época de campanha eleitoral: Todos têm na ponta da língua palavras chave como “restruturação”, “TSU”, “estado social”, “emagrecimento do estado”, mesmo sem saber ao certo como aplicar estes conceitos no contexto político-partidário.

 

Curioso constatar que a rivalidade norte-sul no que toca aos grandes clubes está extrapolar-se de forma massiva para as claques partidárias.
O jogo em si já perdeu o seu interesse pois já ninguém está interessado no verdadeiro jogo. Ao invés, os adversários preferem a agressão verbal com slogans com recurso exclusivo ao palavreado brejeiro e ao vocábulo provinciano. Já vale tudo dentro de campo, até dizer que há manipulação de decisões e votos.


Enquanto por cá se contam os tostões, lá fora joga-se o jogo dos milhões, sob a orientação do BCE.
Quem tem acompanhado esta liga dos milhões, já se deve ter apercebido que o BCE não tem implementado a melhor táctica no que toca à resolução do problema ao centro com a dívida soberana dos países do sul da europa. O fiscal de linha alemão também não tem arbitrado bem no que toca à lei da vantagem pois assinala “resgate financeiro”.

 

A estratégia do treinador BCE tem sido bipolar: se por um lado obriga a que seja feita defesa individual país a país impondo programas de austeridade severos, não aposta no contra-ataque baseado na baixa das taxas de juro e na compra de títulos de tesouro.

 

Quem se tem aproveitado desta falha de estratégia política europeia é o clube dos especuladores financeiros que à medida que a europa recua com a política do resgate, estes avançam com o aumento dos “haircuts” da dívida soberana, aumentando o risco de segurança para os nossos credores mensurável em termos de “credit default swaps”.

 

Ganhem os “Roses” o tri-campeonato ou os “Orange” voltem a ganhar ao fim de 6 anos de jejum uma coisa para mim está clara: Por mais que promovam crescimento económico, por mais que desçam a TSU, por mais que privatizem, o perigo de restruturação da dívida pública (o pior dos cenários dentro da zona euro) será sempre eminente a menos que esta Europa faça rapidamente aquilo que em futebol se designa por limpeza de balneário.

 

Em especial, os jogadores Alemães que em tempos ganharam prémios de jogo chorudos com a entrada do Euro, terão de se convencer que está na altura de darem parte dos seus prémios e assumirem nesta altura de campeonato as perdas em conjunto, de modo a evitar o fim do sonho europeu: Uma Zona Euro robusta.



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O bafo de Pégasus

John Wolf 14 Jan 12

 

A equitação académica encontra a sua expressão num percurso histórico interessante. O homem das cavernas incluía na sua dieta o antepassado do cavalo moderno; na idade média o equino servia os propósitos bélicos dos nobres, nas inúmeras guerras que sobretudo avassaláram a Europa; os séculos XV e XVI e os que se seguiram representaram épocas de refinamento da arte de cavalgar em guerra, no contexto do advento da arma de fogo. O cavalo foi fundamental nos sucessos militares e uma consequência natural foi o aparecimento de academias equestres um pouco por toda a Europa. A Áustria por vontade dos Habsburgos instituiu a Escola Espanhola De Viena, em França o Cadre Noir instalou-se em Saumur e em Portugal a Academia Equestre existiu até 1807, altura em que foi encerrada devido às invasões napoleónicas. O Museu dos Coches era o Picadeiro Real e o turismo agradeceria que voltasse a sê-lo. A Academia Equestre de Portugal achava-se instalada no edifício que hoje corresponde ao museu dos coches. A tradição equestre portuguesa representa um Ex-libris cultural sem paralelo em todo o mundo. Com o decorrer dos tempos, a academia portuguesa foi relegada para segundo plano e mais recentemente, devido ás vicissitudes politico-culturais impostas pela ignorância dos governantes que não entenderam a importância desta forma de expressão cultural. A Escola Portuguesa de Arte Equestre, que comemorou há poucos anos 25 de existência, numa gloriosa gala realizada no Pavilhão Atlântico, tem a sua sede no Palácio de Queluz. Para ser mais preciso, numa dependência do palácio. Os cavalos são treinados ao ar livre e as condições gerais de funcionamento da escola são indignas quando comparadas com as infraestruturas que assistem a Escola Espanhola de Viena. Uma dezena e meia de cavaleiros mantém vivo um estilo de equitação que apenas se transmite de mestre para aprendiz num processo lento de depuração cultural. Uma tradição cultural alicerçada num dos mais importantes tratados de equitação do séc. XVIII - A Luz da Liberal e Nobre Arte de Cavallaria - de Manoel Carlos de Andrade. O sonho, embora maltratado, continua a ser, regressar ao Picadeiro Real de Belém, a casa original da academia equestre, aonde regularmente seriam apresentados ao público espectáculos de rara beleza, mas a batalha tem sido longa correndo-se o risco de passar de cavalo para burro. Um país que não sabe aproveitar a sua matriz cultural exclusiva, dificilmente conseguirá vencer na arena económica. À laia de curiosidade, para se poder assistir a um espectáculo da Escola Espanhola de Viena, é necessário efectuar uma reserva com meses de antecedência tal é o interesse dos espectadores, dispostos a pagar alto por um ingresso.

Os argumentos que contradizem o sonho são multíplos mas injustificáveis. Forças políticas opõem-se ao projecto. Há quem tenha afirmado que o cheiro dos cavalos, uma vez instalados em Belém, chegaria à sala de visitas ou à cozinha do palácio presidencial ou que o bafo dos cavalos iria concerteza deteriorar as pinturas que se encontram nas paredes e tectos do picadeiro; há quem diga ainda que os coches ainda merecem a sala de estar que presentemente ocupam. Pergunto-eu e talvez com razão: será que o bafo de Pegasus é assim tão forte? Ou seremos indignos porque não reconhecemos a nossa cultura e a nossa história?

 

Camões também montava a cavalo. 

 

(publicado há vários anos no blog Abemdanação, e na revista Cavalo) 

 

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Música alternativa para o pequeno almoço

Artur de Oliveira 14 Jan 12

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De cavalo para burro

Francisco Cunha Rêgo 14 Jan 12

Notícias dizem que está em risco a coudelaria Alter Real, de Alter do Chão, a mais antiga do mundo, em atividade desde o séc. XVIII, que trabalha com a nossa Escola Equestre, uma das melhores do mundo. A excelência desta coudelaria e do cavalo lusitano são reconhecidos internacionalmente pelos grandes apreciadores do mundo equestre. Se continuarmos a não apoiar coletivamente as boas atividades marinhas e agrícolas, em Portugal, e continuamos a assobiar para o lado, iremos aprender, desnecessáriamente, que a forma mais rápida de chegar a algum lado é a cair no sítio onde estamos. Neste caso, de cavalo para burro.

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