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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 21 Jan 12
BBB+ = Bunga Bunga Berlusconi+
Francisco Cunha Rêgo 21 Jan 12
Faleceu José Ribeiro Vieira, um grande amigo e um grande empresário português, daqueles que mais falta noz faz. Discreto, lógico, positivo e humano. Os seus trabalhadores que o digam. E tinha também uma vertente cultural imensa. Na Herdade do Rocim, gerida pela filha Catarina, trabalha-se nas vinhas usando t-shirts com citações de Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, para além de fazerem um ótimo vinho. Dos seus objectivos mais recentes, a par de ter investido mais 5 milhões de euros na expansão em Angola, falou-me no desejo de tentar comprar a Brasileira, o Martinho da Arcada e a casa onde viveu Agostinho da Silva, que ficam em zonas de Lisboa onde sempre gostou de andar a pé. Agora já pode falar com eles no lugar para onde tudo volta. Era respeitado por todos que com ele conviveram, pelos seus pares, pelos políticos, pelos empregados, etc. E uma referência obrigatória na Região de Leiria, onde estava a sede do seu grupo MOVICORTES, o seu Jornal de Leiria e o Instituto Politécnico que apoiava. Foi um amante e defensor da Liberdade e da Democracia.
Deixa duas filhas e muitos amigos.
John Wolf 21 Jan 12
Aproveito este Sábado como se fosse um Domingo, onde posso reclinar-me e deambular pela memória de eventos que me envolveram de uma forma directa e apaixonada. Alguns dirão que não jogo com o baralho todo, que devo ter batido com a cabeça, que devo ser louco, mas não! Refuto todas as acusações. Bem sei que ainda não me fiz entender, para granjear o vosso beneplácito ou arrancar comentários jocosos. Pois bem, passo a descrever a única relação que estabeleci com uma instituição de crédito fácil. A relação seria melhor designada de ralação, ou se quiserem - de crédito difícil. À época - no final dos anos 90 (do século passado, entenda-se) - residia na zona do Jardim da Estrela em Lisboa, e para minha sorte, mesmo em frente de uma dependência esverdeada. É verdade, o banco Cetelem lá estava. De dia e de noite, e em especial à noite e de madrugada. À noite (repito-o novamente), a altas horas ou pela madrugada o alarme do banco disparava a torto e a direito. Era óbvio que o sistema de intrusão estava deficiente, avariado e como acredito (ainda quero acreditar) na escala civilizada, que nos conduz do cumprimento cordial ao insulto, iniciei a abordagem à "banca" com a solicitação que corrigissem o problema. E assim andamos, telefonema para aqui telefonema para acolá, durante semanas, ao longo de meses, até que descobri uma ferramenta maravilhosa. O Fax. No dia seguinte, depois de mais uma noite mal dormida, enviei uma mensagem com um pedido firme para que resolvessem imediatamente o problema - que silenciassem a noite, que fizesssem o culto do silvo poético da passarada, do grilo destacado na várzea guardada pelo pastor. Enfim, tanta palavra bonita em vão. Nada mudou, nada fizeram, e a minha cabeça, já na cercania da loucura temporária e inconsistente, decide que o melhor ataque não é a defesa.
Jurei ali mesmo, diante da filial bancária que encontraria um fim para esse tormento com dolo agravado. E fez-se luz no meu pensamento. Sim, a criatividade é sempre bem-vinda. Um black-out seria uma arma eficaz. Um black-out seria suficiente. Não me refiro a puxar a tomada, cortar cabos de electricidade, em suma, quebrar a lei. Nada disso. Refiro-me ao envio de 300 páginas de FAX para o Presidente da Cetelem. Contudo, desenganem-se; as 300 páginas não eram normais. Na primeira página avanço com um ultimato, escrito de uma forma inequívoca, invocando isto e aquilo, a lei, a grei e a santa trindade do sono profundo. As restantes 299 páginas (tão importantes ou mais que a primeira), seguiram a negro às 3 horas e 46 minutos da manhã. Quando digo que seguiram a negro, seguiram mesmo escuras, densas e cavernosas. Ou seja, compus um documento word de 299 páginas, com fundo negro e enviei em "flagrante" para o número de fax do Presidente da Cetelem É certo que o fax enviado sugeria papel higiénico utilizado, mas no dia seguinte, recebi uma resposta pessoal do Presidente da Cetelem. Um pedido formal de desculpas. Algumas horas mais tarde do mesmo dia, alguém bate à minha porta com a delicadeza de quem vem a bem. Abro a porta e um gentil estafeta entrega-me uma agenda comemorativa do Banco e uma garrafa de Champagne. Retrospectivamente, posso concluir que a minha relação com instituições de "crédito fácil" nunca mais foi a mesma. Bem haja Fax. Nunca me esquecerei de ti.
Faust Von Goethe 21 Jan 12
Francisco Cunha Rêgo 21 Jan 12
Lembrando os Xutos e Pontapés. Como é que esta canção desapareceu? E os Deolinda que tiveram uma música com um êxito que esta dos Xutos não teve, por ter sido divulgada via Redes Sociais e furado o cerco? Depois, enquanto os Deolinda não confessaram 500 vezes que não tinham uma finalidade política, na canção, não os largaram. Será que ainda é possível fazer hoje música de intervenção em Portugal, como Zeca Afonso, José Mário Branco, Brigada Vitor Jara, entre outros? O último com impacto na sociedade terá sido Pedro Abrunhosa? Têm músicas que são tão intemporais como a Bíblia, porque a bondade e a maldade humana não mudou muito. Os Estados Unidos têm um Bob Dilan, entre outros, que por sinal se converteu ao cristianismo, e o genial realizador Abel Ferrara que, nos Viciosos, mostra a maldade como fazendo parte da humanidade, maldade que nasce do choque constante entre a nossa busca de prazer e a realidade.
Esta canção dos Xutos está datada mas não tem Tempo, pois o seu sentido podia ter sido tão compreendido há cem anos como pode agora.
Sem Eira Nem Beira
(Xutos e Pontapés)
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar
O povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força
Para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força
Para lutar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
Artur de Oliveira 21 Jan 12
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