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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 24 Jan 12
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Ainda que “venha longe” tal data, e ainda que o atual plano de resgate cubra as necessidades até ao objetivo de regressar plenamente aos mercados da dívida no próximo ano, Patricia Kowsmann, do Wall Street Journal, adianta que “o Fundo Monetário Internacional (FMI) poderá requerer a Portugal que apresente os seus planos financeiros um ano antes, antes de libertar mais ajuda, tal como o fez com a Grécia”. E, tal como com a Grécia, o FMI poderá exigir uma nova estratégia se se verificar que o Tesouro português não conseguirá regressar ao mercado da dívida daqui a um ano para obter financiamento de longo prazo.
Problemático, diz o IIF.
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Fonte: Geoscópio
Joao Jardine 24 Jan 12
Há duas semanas atrás, o Sunday Times, comparava as previsões económicas para 2011, de 25 entidades financeiras relevantes, para o Reino Unido. Curiosamente, apenas quatro dessas entidades, conseguiam um score superior a 5 em dez possíveis. No rol das entidades constavam, entre outras, o FMI, Barclay’s e Nomura.
O exercício veio demonstrar que não se deve “acreditar” nas previsões económicas mas sim levar em linha de conta, afinal, sempre são previsões e não predições; as entidades envolvidas nas mesmas, desejam manter um modicum de seriedade e credibilidade e, o último que desejam é serem confundidos com uma vulgar cartomante. No entanto, a taxa de erro é elevada.
Desde meados do ano passado que a imprensa internacional elabora as mais variadas previsões sobre a sobrevivência da zona euro (EZ). Do lado da imprensa anglo saxónica, dependendo de que lado do Atlântico onde residem os autores, assim varia o prazo de validade da moeda única. Para os residentes do lado de lá, o euro termina em 2013 com a saída da Itália da zona euro; para os de cá, o prazo era mais incerto, dado que o período ia de 2012 a 2020; a diferença estava no nome do país que sairia em 2013: o país candidato à saída seria Portugal. Em ambos os lados do “charco” concordam que a Grécia sai ainda este ano.
Se a narrativa dos autores do outro lado do oceano se limitam a seguir, sem grande rigor crítico as perorações dos seus primos deste lado, a narrativa dos de cá, é mais intencional. Na verdade, nos últimos 250 anos, o eixo principal da política externa do Reino Unido foi impedir a criação de uma potência hegemónica na Europa, dita, Continental. Provavelmente por isso, as críticas “objectivas” sobre o euro terminam em conclusões que não são tão inequívocas como querem fazer querer parecer. De todos os modos, o fim do euro à custa de tanta repetição está a tornar-se o mantra económico dos comentadores anglo saxónicos.
No entanto, o euro apesar de todas as profecias, não desapareceu, demonstrando uma resiliência inusitada apesar das naturais e óbvias divisões, antagonismos próprios de um passado comum com mais de 1.000 anos. Os momentos de tensão que se viveram no ano passado e que, se vivem, actualmente, são um sintoma de uma crise, crise essa que é grave mas, não conduz necessariamente ao fim da experiência de moeda única.
Não nos devemos esquecer que, a maioria dos comentadores de referência são, quase de certeza economistas, classe profissional que tem a rara capacidade de explicar muito bem o passado mas, errar de uma forma estatisticamente relevante, quando se trata do futuro, veja-se a performance das instituições no que respeita às previsões do ano passado para o Reino Unido; curiosamente, a previsão de Niall Ferguson, historiador, é muito menos pessimista, o euro, ainda que modificado não acabará tão cedo. O que me leva a concluir que, a análise meramente económica poderá ser, limitada e enviesada. Afinal, a fazer fé de um conjunto de comentadores de referência, o euro na melhor das hipóteses já deveria ter desaparecido há dois anos e, na pior, nunca deveria ter sido criado.
Num momento em que partimos para mais um ciclo mediático prévio a uma cimeira europeia, seria de todo conveniente, recordar que as previsões não são predições e que, do ponto de vista antropológico, em todas as comunidades humanas, os grandes acontecimentos, são sempre acompanhados de grande alarido; o facto de nos encontrarmos no século XXI e na Europa, não altera, substancialmente o comportamento, apenas e só os meios usados.
No fundo e de uma forma lhana, esta Europa mais não é do que um conjunto de sociedades de meia idade, com elevada aversão ao risco, empenhadas em defender, o melhor possível, as respectivas reformas. O euro mais não é do que um casamento de conveniência sustentado no interesse comum.
O interesse costuma ser o elemento essencial que explica as uniões mais duradouras.
Por isso é possível que as previsões do fim do euro possam ser manifestamente exageradas.
Faust Von Goethe 24 Jan 12
A propósito da recente discussão em jeito de ping-pong sobre a temática monarquia versus república que decorre por aqui e nos blogs delito de opinião e estado sentido, gostaria de dar a minha colherada. Ora cá vai :
Eu que nem sou republicano nem monarca mas um tecnarca como me apelidou o meu colega de escrita, Artur de Oliveira, prefiro ver as coisas do prisma: Primeiro debate-se os problemas sociais e só depois se debate a ideologia e o regime.
Indo ao encontro dos monárquicos: Reza a história que no pós-ultimato inglês, muitos dos ditos monárquicos venderam-se aos republicanos por meros interesses. E assim pum: Implantou-se a I república.
A agiotice dos nossos políticos da época que fez com que nem republicanos nem monárquicos encontrassem soluções para o país, permitindo o golpe estado 1926 e consequente subida Salazar ao poder. Temos de reconhecer que Salazar percebia, para além de finanças, de xadrez pois sabia jogar em vários tabuleiros em simultâneo. Foi com Salazar que Portugal voltou aos mercados financeiros depois da bancarrota 1892, muito às custa do ouro Nazi.
Relembro os demais que a bancarrota foi provocada em grande parte pela ida das cortes para o Brasil e pela independência deste.
PERGUNTA: será que Passos Coelho e Paulo Rangel lembram-se deste pormenor histórico quando incitam à emigração? Hum...
Reza também a história que Salazar não consegui prever a tempo as incursões de Kenedy e mais tarde Nixon (próximo UNITA), Khrushchov e mais tarde Breznev, e inclusivé por Fidel (próximo MPLA) que apoiavam as nossas colónias fornecendo-lhe armamento. Aqui o jogo deixou de ser xadrez e passou mais a arte da guerra de Sun Tzu, um dos livros preferidos do fotógrafo de serviço aqui do estabelecimento: Adivinhem quem é :).
O nosso erro enquanto nação começou por não se ter sabido fazer a descolonização e/ou reestruturar as colónias numa espécie de Commonwealth. Relembro este facto pois há tempos celebrou-se os 50 anos da rendição do exército português na India.
Com o 25 Abril 1974, uma revolução romântica mas deveras mal estruturada pelos ditos capitães de Abril, deu um senhor rombo na nossa economia, provocado em grande parte com a vinda dos retornados das ex-colónias de mãos a abanar.
Juntando isto à nacionalização massiva de bancos e empresas, não restou outro rumo aos nossos bravos defensores da liberdade que dizer "Hilfe Hilfe! Wir Koennen IMF". E com isto já vamos em 3 chamadas:1978, 1983, 2011. Não acham que é demais?
Ao continuarmos com este tipo de ingenuidades, em nada resolveremos os reais problemas do país e ao nosso rei do tabuleiro é-lhe feito mate, xeque-mate.
O nosso rei não é o Cavaco nem outro qualquer. O nosso rei é nossa soberania enquanto nação!
Está nas nossas mãos evitarmos que nos façam xeque-mate.
Faust Von Goethe 24 Jan 12
A propósito da recente entrada do meu colega de escrita, Francisco Cunha Rêgo, sobre o Género mafioso, lembrei-me de passagens que se encontram no livro "Os Protocolos dos Sábios de Sião". No resumo deste pode ler-se o seguinte:
Percorrendo as primeiras páginas, pode-se ler-se mais à frente o seguinte:
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Nos dias que correm, o poder do ouro substituiu o poder dos governos liberais. Houve tempo em que a fé governou. A liberdade é irrealizável, porque ninguém sabe usar dela dentro de justa medida. Basta deixar algum tempo o povo governar-se a si mesmo para que logo essa autonomia se transforme em licença (anarquia). Então, surgem dissensões que em breve se transformam em batalhas sociais, nas quais os Estados se consomem e em que sua grandeza se reduz a cinzas. Se o Estado se esgota nas suas próprias convulsões ou se suas comoções intestinas o põem a mercê dos inimigos externos, pode ser considerado irremediavelmente perdido; caiu em nosso poder. O despotismo do capital, intacto entre nossas mãos, aparece-lhe como uma tábua de salvação, à qual, queira ou não queira, tem de se agarrar para não ir ao fundo.
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Mais passagens deste livro, deveras esquizofrénico, podem-se encontrar aqui.
Faust Von Goethe 24 Jan 12
Indo ao encontro das recentes declarações de Christine Lagarde e do que escrevi no ESPECIAL TROIKA: De rating bestiAAl a rating de BBesta, talvez seja melhor, deixarmos de pensar em fazer embargos idiotas ao Irão, como refere e bem Luís Menezes Leitão em Delito de Opinião, e focalizar as energias em alternativas mais credíveis com vista as tirar famílias da insolvência (um dos grandes dilemas de Portugal) criando-se, por exemplo, bancos coorperativos que não cobrem juros.
Esta solução já foi levada a cabo em países europeus como Dinamarca e Suécia para fazerem face à grande depressão nos anos 30.
O vídeo abaixo explica de uma forma informal a filosofia por detrás dos bancos JAK na Suécia.
Um estudo sucinto sobre o funcionamento dos bancos JAK pode ser encontrado na página da Irlandesa Ana Carrie.
John Wolf 24 Jan 12
Ontem estive na palestra proferida pelo Juiz Desembargador Rui Rangel, alusiva ao "Estado da Troika", uma iniciativa organizada pelo Instituto da Democracia Portuguesa, um movimento da sociedade civil que visa promover o grande debate em torno de Portugal, e avançar com soluções para o seu desenvolvimento e progresso. O Dr. Rui Rangel expôs de um modo acutilante e cru, as reais implicações do assalto da Troika à soberania nacional, à vida do cidadão comum, e concomitantemente, foram reveladas as grandes falhas sistémicas e estruturais que não foram de facto vislumbradas pelo grande projecto Europeu. Regredimos no tempo, sem dúvida alguma, e gerações sucessivas estarão comprometidas materialmente pelo Diktat técnico financeiro da Troika. Na sessão de debate que se seguiu ao discurso, levantei a questão de saber qual o conceito de realização e felicidade almejado pelas nossas sociedades. Se as aspirações materiais terão estado na origem do descalabro, por termos desejado os símbolos materiais que nos conferíssem o estatuto de nações mais desenvolvidas. Creio que terei sido malentendido, provavelmente por não ter conseguido expressar de um modo eficaz a reflexão filosófica, que no meu entender será uma das pedras basilares da refundação das nossas sociedades, da nossa civilização. Se o nosso propósito é regressar ao que sempre fomos, aos vícios de comportamento colectivo, despachando a pontapé a Troika, sem aproveitar a sua nefasta presença para extrair algumas elucubrações auto-reflexivas, então, mais uma vez estaremos a esbanjar a oportunidade que se nos impõe. Se regressarmos a uma nova normalidade para eternizar o consumo desenfreado e o "viver para além das possibilidades", mais vale nem sequer procurarmos uma visão prospectiva. Não falo do conceito de felicidade de ânimo leve, como se fosse um devaneio poético. Refiro-me a uma refundação transversal, civilizacional e global que nos obriga a pensar em termos quasi espirituais. O que realmente necessito para garantir uma vida digna? Se a classe média é a que tem o ónus de transformação, será também ela a responsável por ter comprometido a nossa sustentabilidade. Foi ela que mordeu o isco do crédito fácil e se endividou para deter o plasma que não pode ver, a viatura que não pode conduzir, as férias que não pode ter. Foi ela que elegeu governos e formou partidos políticos. É certo que os governos criam os quadros legais que facilitam esse comportamento suicidário, mas em última instância, a ética individual deve prevalecer. A chegada da Troika há muito que estava prevista. Há gerações que a Europa e os estados membros da União Europeia vinham escrevendo esta tragédia. E não serão os únicos. Os EUA também viverão tempos dificeis, num ciclo mais ou menos próximo, mas por ora tratemos das maleitas lusas, se conseguirmos afastar a ameaça de um certo nacionalismo que tolda o pensamento, e torna turva a procura de soluções. Neste momento, deve prevalecer a razão. O coração terá de esperar por dias melhores.
Artur de Oliveira 24 Jan 12
O Sporting empatou outra vez. Pode ser que em compensação venha a ganhar um prémio do Guiness Book of Records por acumular tantos empates.
Artur de Oliveira 24 Jan 12
Faust Von Goethe 24 Jan 12
Li agora no blog União de Facto "que o jornalista Pedro Rosa Mendes que fez esta peça terá sido despedido pouco depois do sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares ter regressado de Angola."
Francisco Cunha Rêgo 24 Jan 12
Não nos perdendo nos belos efeitos da retórica de José Pacheco Pereira, lemos os dois ultimos artigos no Público onde ele fala do que é importante conhecer, para mudar o que é importante: A construção da Máfia portuguesa. Descodifica uma realidade. A Teoria está lá toda. Só falta colocar nomes nesta lógica que atira um país para a miséria. Basta ver a queda do consumo e o seu peso no PIB.
Os actores não são mais importantes do que a lógica do argumento que estamos a viver: a força dos mercados financeiros na busca de lucro. Caminhamos para um novo autoritarismo apoiado na iliteracia e na irracionalidade. Os ditadores afirmam-se quando metem na ordem os actores mafiosos do poder (económico, político, etc.), dizendo que, com isso, vão acabar com a miséria geral. E a maioria acaba por aplaudir os avanços da fogueira que a modernidade do ditador acende. Depois do caos queremos a ordem, mas convém saber que género de ordem queremos.
João Gomes de Almeida 24 Jan 12
Faust Von Goethe 24 Jan 12
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