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O Ouriço

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Quem manda na União Europeia

Jack Soifer 5 Fev 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aos Domingos invisto algumas horas a ler sobre a União Europeia real, no Frankfurter Allgemeine, Welt am Sonntag e/ou Sued-deutsch Zeitung; é muito diferente do que se lê por cá.Quando publico nas colunas de terça-feira no OJE e de quinta-feira na VisãoOnline Altavisa o que vai ocorrer e depois se concretiza, alguns conhecidos meus perguntam-me se eu tenho uma bola de cristal.

 

Repito a conhecida frase de Sócrates, o sábio grego (não o auto-exilado em França)"Sei que nada sei", mas acrescento "mas penso que sei quem sabe". Hoje é fácil investigar pela Internet e ler publicações sérias, comparar e tirar conclusões.

 

 

Li, por exemplo, que a Sra.Merkel está desesperada a caçar votos para as eleições. A oposição conta com 53% de votos e que mesmo que o FDP não alinhe, ganhará ainda assim. Daí ela estar a pressionar a UE para assinar o proposto tratado supra-constitucional.

 

Quem conhece os políticos e a constituição da Finlândia, por exemplo, sabe que mesmo que o Primeiro Ministro assine e que o parlamento o aprove, qualquer pessoa pode solicitar a impugnação e a não publicação do tratado e qualquer juiz será obrigado a proceder em conformidade.

 

Li ainda que a Schaffermahl, um jantar que se estende por cinco horas com os mais importantes decisores da justiça e da economia do Norte da Alemanha, em Bremen, um clube muito fechado, está a exigir mudanças radicais. É tão poderoso este grupo, que o único no Wikipedia dos que lá mandam é Stephan Andreas Kaulvers. Dos outros, sabe-se por amigos, que dominam o Platendeutsch, exigido na complexa cerimónia de beber um schnaps em colher de prata, para selar uma amizade.

 

Impressiona-me que os jornais portugueses misturem economia e finanças, em alemão Wirtschaft e Finanzen, com páginas e até cadernos separados, como “Dinheiro” ou Geld em alemão. A imprensa portuguesa ataca o défice, que é o efeito e não a causa da crise. Aqui valoriza-se o que se diz em Frankfurt, devido ao poder do Deutsche Bank e do BCE. Mas é em Colónia, Stuttgart, Bremen e Munique onde as decisões são tomadas, nas lojas, herdades de caça e herdades vinícolas. São as relações pactuadas durante o pós-guerra que realmente contam e Angela Merkel não esteve lá.

 

Conclusões:

 

1.Merkel tudo fará para obter a a assinatura dos chefes de Estado da UE no tratado, mesmo que ele não seja posto em função, para "mostrar" algo aos eleitores. E se for reeleita, dirá que há povos que não são de confiança.

 

2. A Chanceler alemã já conta que a Finlândia, Dinamarca, Áustria, Hungria, República Checa e Irlanda, provavelmente não poderão transpor o tratado para a sua constituição, sem duas votações em anos separados, nos seus parlamentos. Pois nenhum Primeiro Ministro tem coragem de fazer o referendo.

 

3. Há um movimento forte para a Alemanha sair do Euro, para evitar que a desvalorização afete a sua economia.

 

4. Quando António Borges deixou o FMI, escrevi que ele viria a comandar o governo de Portugal. Aí está!

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Reaganomics

Faust Von Goethe 5 Fev 12

No artigo deste fim-de-semana da revista Business Week da Bloomberg, foi feita uma comparação entre as políticas económicas de Reagan e Obama. Este estudo apresentado teve como mote as recentes declarações por parte dos críticos de Obama, que insistiram que ele deveria adoptar as políticas económicas de Reagan, com o argumento que ambos enfrentaram a maior recessão desde a grande depressão. 

Como irão constatar pelos números, as expectativas para o lado de Obama não são as mais optimistas, quando comparado com as expectativas de Reagan. Uma das grandes razões apresentadas prende-se com o facto das famílias americanas estarem actualmente bastante mais endividadas do que na era Reagan, razão pela qual não poderão servir de motor para o crescimento económico como o foram no passado.

(No terceiro trimestre de 2011, a dívida das famílias foi de 86 por cento do PIB, em comparação com 47 por cento no terceiro trimestre de 1983.)

 

Boas leituras e um óptimo domingo.

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Em sintonia com Kenneth Rogoff

Faust Von Goethe 5 Fev 12

 

Descobri recentemente ao ler o artigo Rethinking the Growth Imperative de Keneth Rogoff que não me enganei muito quando afirmei há dias atrás no post Krugman's de Bancada. que era impossível economias como as periféricas resolverem os seus problemas com o pagamento da dívida numa economia como a da zona euro. Ora vejamos:

 

 Keneth Rogoff defendeu o seguinte no artigo Rethinking the Growth Imperative:

 

"

There is a certain absurdity to the obsession with maximizing long-term average income growth in perpetuity, to the neglect of other risks and considerations. Consider a simple thought experiment. Imagine that per capita national income (or some broader measure of welfare) is set to rise by 1% per year over the next couple of centuries. This is roughly the trend per capita growth rate in the advanced world in recent years. With annual income growth of 1%, a generation born 70 years from now will enjoy roughly double today’s average income. Over two centuries, income will grow eight-fold.

Now suppose that we lived in a much faster-growing economy, with per capitaincome rising at 2% annually. In that case, per capita income would double after only 35 years, and an eight-fold increase would take only a century.

Finally, ask yourself how much you really care if it takes 100, 200, or even 1,000 years for welfare to increase eight-fold. Wouldn’t it make more sense to worry about the long-term sustainability and durability of global growth? Wouldn’t it make more sense to worry whether conflict or global warming might produce a catastrophe that derails society for centuries or more?

"

 

 Eu no post Krugman's de Bancada. defendi a seguinte ideia:

 

"

Com a entrada em vigor do tratado de Lisboa, deu-se livre arbítrio à circulação de capitais em deterimento de uma economia baseada na produção, o fluxo de capitais implicou que a economia fosse essencialmente baseada nos juros (taxativamente falando, economia baseada no aluguer de dinheiro), o que pressupõe que tem de haver um crescimento contínuo para contrabalançar.

Façamos então alguns cálculos simples para exemplificar a questão do crescimento: Se produzíssemos 100 e crescessemos a 10%, no segundo ano produziríamos 110. No quinto ano já produziríamos 146 e aumentávamos para 161; ao fim de oito anos duplicaríamos a produção e ao fim de um quarto de século produziríamos dez vezes mais. Ou seja, ao fim de um quarto de século aumentávamos num só ano mais do que aquilo que produzimos agora, ou seja, teríamos um crescimento exponencial.
A este ritmo, mesmo reduzindo o crescimento em metade, imagino que todos os países europeus se teriam de transformar-se em China's : Países com excesso de lixo e intoxicados de gases poluentes.  
"

 

Para quem ler o meu raciocínio e comparar com o raciocínio de Rogoff, conclui que o crescimento exponencial não é um modelo realista pois pressupõe que os recursos disponíveis para crescer são ilimitados. Basta por exemplo pensarmos numa economia cujo crescimento económico se baseia essencialmente em exportações: Nada nos garante que este crescimento destas se mantenha contínuo em época de recessão.

Confrontando o meu raciocínio com o de Rogoff, provavelmente a solução para países como os Estados Unidos e os PIIGS passe por controlar a inflacção das taxas de juro de tal modo que um crescimento económico baseado no modelo logístico seja o suficiente para contrabalançar como o demonstra a figura abaixo para o caso modelo de crescimento populacional em biologia.

 

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