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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 25 Fev 12
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Um líder carismático? Alguém tem um no bolso? Um que não seja o Pedro ou o António? Não? Pois eu tenho: acabo de ler um ensaio assinado por Laborinho Lúcio, um homem que começou numa comarca no interior e que está agora em Coimbra. Quando terminei de ler, pensei: eu apostava neste homem. Se a justiça é presidida por homens vulgares que exercem um função invulgar, como escreveu em tempos Lídia Jorge, o mesmo se aplica à política. E não temos homens vulgares, temos políticos de profissão que não se ralam muito se a fome é combatida com uma água de limão quente e um pingo de leite. Isto acontece no interior e no litoral. Independentemente da desertificação do interior. A morte quando chega não é em intermitências. Vivemos em democracia há menos tempo do que vivemos nas garras de um regime. Também o interior morria então. Sabia-se menos, o mundo era mais fechado, a tecnologia não vingara ainda, não nos prendera a esta vertigem de todos os dias: estarmos ligados, ao telemóvel, ao blog, ao email.
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Patrícia Reis em Delito de Opinião
Artur de Oliveira 25 Fev 12
"Ao invés do demagogo, do equilibrista, do ditador vulgar, o chefe por dever constante e não por usurpado direito, é o Rei. Êle é o governante que não pede a demissão, o que não ameaça abandonar os próprios esforços, pelo prazer-vingança de os ver caír, pois que a ruína desabaria sobre a sua casa e o seu sangue. Ainda quando os meios violentos o privam do exercício da sua função, êle afirma e mantém no destêrro o direito de cumprir o seu dever, como se o preservasse de efémeros acidentes, uma investidura sagrada. Chefe que não é de um bando, de uma clientela, de qualquer formação plutocrática: chefe natural da Nação, como da sua primeira família, expressão pessoal e vitalícia da unidade moral e política da Pátria, ponto de convergência da tradição e da revolução, o Rei não se lembra do começo das suas funções e não pode querer o fim da sua própria posteridade.
No Rei, as contradições e oposições acabam por fundir-se em identidade, porque, sobrevivendo a si mesmo pela Dinastia, ultrapassa os conflitos e os antagonismos que separam em rivalidade os outros homens.
Êle é também o limite a todas as ambições, às legítimas e mais ainda às ilegítimas; o estado personificado e vivo, com a certeza de renovar-se; o fiador mais interessado em todos os intentos de proveito e glória cívica; o julgador imparcial, sereno e clemente na moderação das penas.
O Rei é o único chefe que tem tempo e não tem vaidade ou vergonha de emendar os próprios êrros: se politicamente não morre, só pode ter interesse em corrigir-se para acertar."
Do Prólogo de Aula Régia- Hipólito Raposo em 1936
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