Desde a Doutrina de Choque, de Naomi Klein, que vejo alguns choques como meios para atingir um fim. Andamos a pagar as fraudes que outros cometeram e os efeitos dos choques que fomos sofrendo vão-se notando: hoje há sarna em Almada, trazida pela pobreza em que muitas crianças vivem, e vão viver, num país em que muitos já sofrem de fome. Pensar, há 35 anos, que isto se passaria em 2012, seria chocante para Sá Carneiro, Álvaro Cunhal, Mário Soares, Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Telles, grandes líderes e lutadores políticos da Democracia Portuguesa, entre outros.

Voltando a hoje, não por querer evitar olhar para ontem como os manipuladores adoram fazer quando lhes convém, vejo que no Reino de Espanha o governo não vai cumprir, realisticamente, o que não pode. Na Grécia a dívida será reduzida, indo gradualmente ao encontro da realidade da vida de seres humanos. Na Islândia, os governantes não são deuses e pagam por serem homens que também erram. É certo que, para a História, os crimes de hoje só serão melhor conhecidos amanhã, mas, para a Justiça, é hoje que precisam de ser julgados.

Na ignorância que grassa em Portugal, alimentada por governos de antes e depois do 25 de Abril, não se pode esperar melhores respostas aos problemas que surgem. A sabedoria popular foi socialmente desprestigiada no Humor e no Marketing. Mas afinal somos todos povo, e não só os Santos são populares. No entanto, muito provincianismo foi alimentado na sua dimensão mais boçal, parecendo cosmopolita com botões de punho, por quem não se importa de que sejamos assim, desde que se ganhe muito dinheiro e votos. Faz falta a regulação séria e realista da liberdade de fazer, porque se quisermos tudo é bem provável que fiquemos cheios de nada. Como no fim de uma grande mentira.

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De acordo com esta descoberta na semana passada, tudo me leva a crer que José Sócrates, George Clooney e Paul Krugman são tri-gémeos e foram separados à nascença. O João Galamba, Krugman de bancada do blog Jugular, vai gostar de saber disto ... ou não!

Por outro lado, Camilo Lourenço defensor acéfalo deste governo, que até escreveu que os de esquerda deveriam ouvir Krugman, gostou de certeza desta manchete.

Adenda: Nem esquerda nem direita devem levar Paul Krugman à letra. Provavelmente, tomar em linha de conta as opiniões de economistas como Kenneth Rogoff, Hans-Werner Sinn ou até mesmo Ricardo Reis, bem como voltar a pegar nos livros (antigos) de Ludwig Von Mises-como John Wolf já me sugeriu- deve ser uma melhor ideia.

 Sacha Baron Cohen volta ás salas de cinema com mais uma comédia cheia de polémica e de uma forte crítica social, não apenas aos ditadores árabes, mas também ao "Grande Satã Americano". O filme promete muitas gargalhadas e enquanto não estreia por cá, vale a pena dar uma olhadela ao site oficial da República de Wadiya, um país islâmico algures no deserto governado pelo Almirante General Aladeen (uma espécie de mix hilariante de Kadaffi com Bin Laden ou vice-versa) que, segundo rezam as crónicas,deu á luz a si mesmo, depois cortou o seu próprio cordão umblical e logo a seguir fez um inspirador discurso em que criticou as traiçoeiras nações ocidentais. Para quem gosta de uma boa sátira socio-política, fica aqui a sugestão e claro, o trailer.