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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 6 Abr 12
É óbvio, o bom gestor/diretor não investe o seu parco tempo em resolver problemas, que custam muito a ele e à empresa/entidade. Antes prevê, para prevenir. É o caso da seca de alguns verões. É muito bom ter fé, ter o plano A. Mas temos de ter o plano B, se só a fé não resolver.
Neste inverno seco, dizem as previsões da NASA que podemos ter a maior seca dos últimos 50 anos. Ao passar pelas barragens na semana passada, impressionou-nos quão pouca água têm.
A ministra já solicitou adiantamento à UE para pagar aos agricultores o que já deveriam ter recebido desde 2008. Isto é apenas corrigir um grave erro do passado. O apoio financeiro pode resolver um problema agudo, a falta de liquidez. Mas não resolve o problema real, a falta de água. Noutros países, já se teria decretado o racionar obrigatório.
Já há muito é habitual, nos países com menos seca, impedir que a boa água seja utilizada para regar árvores, relvas e campos de golfe. A água reciclada serve para estes fins. Já se teria, por lei, obrigado as lavagens automóveis a usar dispersores, ar misturado à água, que tem o mesmo efeito e consome metade. São micro-investimentos com grandes economias como resultado.
Se o racionamento de água vier em pleno verão, arriscamo-nos a perder turistas. Se as PME tiverem de procurar a água necessária para os cafés, hotéis e restaurantes, perderão o tempo que devem investir em manter os turistas cá. A insatisfação deles só traz a queda anos depois, quando o governo já mudou. Quem perde é o destino e as PME. Inovar é prevenir e agir.
Francisco Cunha Rêgo 6 Abr 12
Os motivos que serviram para despedir a Monarquia em 1910, vão servir para regenerar esta República?
Ao contrário do que diz o preconceito da ignorância existente por cá, com os seus complexos de inferioridade que levam a desprezar quem tem elevação de espírito, como o monarca deve ter, devemos recordar que o nosso Rei D. Carlos não era um estadista anti-republicano, independentemente do que pudesse pensar. Tanto que o Partido Republicano existia e concorria a eleições, ganhando, por exemplo, deputados no Parlamento e a Câmara Municipal de Lisboa.
O grande Ramalho Ortigão, que a nossa intelectualidade menorizou talvez por ser mais directo na opinião do que o Eça, escreveu sobre o progresso da decadência no tempo do Rei D. Carlos I, referindo 'a decomposição da sociedade, contaminda lentamente pela corrupção política'. Escreveu ele que existiam, na altura como agora, 'a indisciplina geral, o progressivo rebaixamento dos carácteres, a desqualificação do mérito, o descomedimento das ambições, o espírito da insubordinação, a decadência mental da imprensa, a opinião temerosa e cobarde, o rareamento de pessoas exemplares, o abastardamento das letras, a anarquia da arte, o desgosto do trabalho, a irreligião e, por fim, a pavorosa inconsciência do Povo.'
Temos monarquias na Europa mais republicanas que a nossa República. É um erro pensar que, em Portugal, o Rei não é republicano. Basta ler o séc. XIX da História de Portugal. Ser Rei não é fácil pela responsabilidade, pelos amigos e pelos inimigos que cria, mas é uma forma de ter um Chefe de Estado independente das organizações politico-partidárias. Sabendo que o Poder Executivo deve sair sempre de eleições livres, e não de um monarca, no entanto a sua opinião deve estar sempre no coração do debate Político, tendo em conta que o dever do Rei é lutar até morrer pelo seu país, e a sua visão deve ser neutra e informada.
Esta meditação vem a propósito de estarmos na Páscoa e a Casa Real portuguesa estar ligada a Nossa Senhora, mãe de Jesus, ela sim coroada Rainha do Céu e da Terra, num país que dificilmente vê a descida do Espírito Santo, para que as pessoas se movam mais por esse Espírito, se animem pela Sua Força e sejam iluminados pela Sua Sabedoria.
O que me lembra a tortuosa junção de bens da Casa de Bragança numa Fundação, feita pelo regime de Salazar e prolongada até hoje, quando até a maioria das Herdades tomadas pela Reforma Agrária já foram restituídas. Escreverei sobre a Matéria noutra oportunidade.
Artur de Oliveira 6 Abr 12
Artur de Oliveira 6 Abr 12
Um ano depois, podemos reconhecer a verdade da ditadura dos factos: vivemos em protetorado, o memorando passou a ser superior à constituição, e 85% da nossa representação parlamentar subscreve o estado de exceção. Por outras palavras, a UE, com duas cabeças na troika, bem como o FMI, são uma espécie de superestados da geofinança e da geoeconomia. E o dito bom e velho Estado, o estado a que chegámos, tem de parecer bom aluno, isto é, governança sem governo, em regime de pilotagem automática, para que os protetores lhe possam dar boa notação e 'troikos'. Infelizmente, ficou à solta o foco colonizador das velhas companhias majestáticas, as dos privilégios da economia privada, mas sem economia de mercado, privatizando os lucros e nacionalizando os prejuízos. E sem justiça, tanto não há a mobilização da república, ou comunidade, como poderá responder-se, ao regime do governo de espertos, com esse estádio superior do indiferentismo que é a anomia. Por outras palavras, podemos deixar de ter portugueses, enquanto cidadãos individuais, autonomia da sociedade civil, instituições e empresas. Logo, o Parlamento é o espelho dessa nação sem a força viva do povo; o PS e o PSD- -CDS, espelhos um do outro; e o presidente, mera bissetriz de tal paralelogramo de forças. Daí, o perigo de uma democracia sem povo, se a partidocracia nos conduzir à democratura. Porque, nesta Europa a várias velocidades, sem solidariedade nem inclusão, com o modelo social declarado morto pelo presidente do BCE, poderemos ser apenas estipendiários, os que apenas trabalham sem cidadania, ou, dito de outro modo, os que precisam do cheque e não podem chocar-se muito, até porque adoram pirómanos--bombeiros, mesmo com emblema de ministros.
José Adelino Maltez
Fonte aqui
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