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Blogosfera que Pica
Artur de Oliveira 8 Mai 12
Creio que os culpados deste estado calamitoso em que vivemos são do Centrão de Baixo: os governantes que passaram pelos executivos mais os seus boys, girls, jotas e jotinhas que se agregam em clubes rivais chamados oficialmente de partidos e se clientelizam com o poder económico. Entre esquemas e tráficos de influências, as oligarquias vão somando escândalos atrás de escândalos e a Constituição e o Código de Processo penal lá os defende com imunidades e ausência de legislação que os penalize. Sou totalmente a favor de que haja uma legislação para punir políticos que nos fizeram o que fizeram e que haja o direito da sociedade civil de se pronunciar em referendo, como defende e bem o nosso estimado colega de blog Rui Rangel. Deixo aqui umas questões: Na medida em que tivemos que pedir ajuda internacional por estarmos falidos, por onde é que foi o nosso dinheiro? Foi todo gasto? Desapareceu sem deixar rasto? Era importante que a sociedade civil perguntasse aos governantes e á classe partidária em geral: Onde está o dinheiro?
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Na Grécia, como em Portugal, a “Direita” tem tentado aparecer aos olhos do povo como a salvadora da pátria depois de anos de irresponsabilidade e políticas desastrosas por parte da Esquerda. O que essas “Direitas” se esquecem é de que foram cúmplices dessas mesmas políticas, desses mesmos déficits, dessa mesma corrupção. Não nos esqueçamos que o Barrosismo foi um desastre que, chegado ao poder prometendo um choque fiscal, chocou – e muito – os portugueses com um pesado aumento da carga fiscal, enquanto que a despesa foi subindo. E podemos recuar a Cavaco, à política do betão, à expansão das agora tão faladas “gorduras do Estado”, à benção a um sinistro grupo de indivíduos que tem vindo a sequestrar o país em todas as áreas, desde a política até à banca. Ou até ir mais longe e recuar a Sá Carneiro e compreender que durante o curto governo da Aliança Democrática, consigo no comando, a despesa não só teve tendência a aumentar, como esse próprio aumento constava no programa eleitoral da AD. Volvida menos de meia década o país estava intervencionado pelo FMI. Estas estranhas entidades politico-partidárias a que alguns se referem como a Direita Portuguesa não são mais que um conjunto de políticos profissionais, desprovidos de doutrina e comprometidos com o sistema que os promove e aos seus pares. É por isso que, por mais que se liberalize, a Direira Portuguesa nunca se tornará verdadeiramente liberal, completamente abominadora do Estado. Pois é este Estado que, mais ou menos pequeno, com mais com com menos empresas públicas, com a mão nas regulações, o pé no investimento público e os olhos no contribuínte que alimenta este Bloco Central de interesses. Com posições públicas e privadas, com contratos altamente prejudiciais ao interesse do taxpayer e por vezes – geralmente – até mesmo com o descarado despejo de dinheiros públicos em cima do poder económico. A dívida também é desta “Direita”. O déficit também é desta “Direita”. A recessão também é desta “Direita”. E o Estado, musculado, “fraco para os fortes, forte para os fracos”, corrupto, burocrático, não só também é desta “Direita” como a mantém e aos seus senadores, aos seus patrões e aos seus banquetes.
Ricardo Lima no blogue colectivo O Insurgente, a propósito de um recente post de Daniel Oliveira no blogue colectivo Arrastão. O recente post de Mendo Henriques também aponta na mesma direcção.
Mendo Henriques 8 Mai 12
A "polémica entrevista" de Mário Soares, aqui bem relatada pelo Nelson Faustino, é semelhante às manifestações de estudantes. Pode não ter razão nos razões que invoca mas tem-na nos males que denuncia. E o mal que o dr.Mário Soares denuncia é fundo e é grave: o estado português deixou dominar-se pelos mercados, areboque de outros mais poderosos. Verdade que vale para Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e este agora.... Fizeram-na bonita! A enorme preguiça intelectual dos governantes portugueses (só expeditos nas manobras politiqueiras do género ongoing) não os deixou perceber que o mundo mudou radicalmente com a globalização e a desregulação imposta pelos países mais poderosos, e estupidamente aceite pela União Europeia....
Os nossos governantes não perceberam que, há mais de uma década, o triunfo absoluto das ideias económicas inflexíveis de neo-conservadores como Friedrich von Hayek e de neo-liberais como Milton Friedman, e outros defensores da nova ordem mundial, como Francis Fukuyama, criaram um mercado global sem regulação. Um casino onde a China entrou por via da OMC. Esqueceram-se esses excelsos e obtusos defensores do mercado livre, que sem os contrapesos do poder democrático, não adianta ter as liberdades que a democracia oferece. Democracia e capitalismo não estão tão intimamente ligadas na teoria e na prática como se assume. A democracia tem uma série de princípios, alguns deles divergentes e outros compatíveis com os princípios fundamentais do capitalismo. Os que se deixaram deslumbrar com os booms do capitalismo, agora que lhe roam os busts. Como ensinou Lonergan, pensassem antes que o lucro também é dividendo social e fechassem o casino enquanto era tempo. Mas como diz Keynes, os estadistas nem sabem a que ideias de economistas já mortos, estão amarrados
Agora é tarde. Os choques são cada vez mais fortes entre governos democráticos e grandes empresas e mercados financeiros e os seus porta-vozes que são as agências de regulação. Agora o jogo tornou-se brutal, "hunger games" em que os suicidas começam a fazer uma fila tão grande quanto a das empresas falidas, na Grécia, Espanha, Itália e em Portugal, numa casa perto de si.
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Da última vez em que França eleito um socialista [i.e. Francois Mitterrand], o mercado de acções francês apresentou lucros totais de 750% durante de 14 anos.
Fonte: Suplemento Smart Money do Jornal WSJ.
Faust Von Goethe 8 Mai 12
... deveria ler-se as entrevistas na íntegra, não se limitando os comentários ao conteúdo que vem nas capas dos jornais. Destaco apenas as últimas respostas da "polémica entrevista" de Mário Soares, sublinhando aspectos que merecem uma séria reflexão:
(...)
O sr. dr. interpretou essa expressão como um sinal de pré-ruptura…
Sim, sim. O PS sentiu-se durante um tempo obrigado – e bem, porque foi Sócrates que assinou o primeiro acordo – a cumprir. Mas agora que já está toda a gente a falar noutra linguagem, porque é que o Partido Socialista deve continuar a ser fiel a esse acordo?
O sr. dr. está a dizer que o PS já não tem que se sentir obrigado a ser fiel ao acordo da troika?
Exactamente. Tudo evoluiu: o acordo da troika, a troika e o país.
Portanto, o correcto é agora o PS dizer “já não nos sentimos identificados com o acordo da troika”…
Foi o que já disseram. “Sigam o seu caminho” – foi o que disse Seguro e eu concordei com essa expressão.
Isso significa ruptura, significa que o acordo da troika pode ir ao ar?
Pode ir ao ar. Senão for pelo PS, poderá ser pela própria troika que vai ao ar.
A troika pode, ela própria, implodir?
Claro que sim. A troika entrou aqui como se Portugal fosse um protectorado. Mas não é! Isso foi um erro terrível. O primeiro-ministro, com a sua mentalidade neoliberal, disse que era preciso ir além da troika, e isso não faz nenhum sentido, no meu entender. E cada vez faz menos, à medida que a receita se vai desfazendo.
O sr. dr. acha mesmo que a troika está a desfazer-se por causa da guerra entre o FMI e o Banco Central Europeu?
Sim, e por causa das situações que atravessam o resto da Europa.
O caminho certo para o PS e para o socialismo europeu é cortar com o programa da troika?
Acho que esse é o caminho. A austeridade tal como a definem não tem sentido. Pode haver uma certa austeridade, sim, mas devia começar no governo. A austeridade deveria começar no governo e não nas pessoas e, sobretudo, não nos pobres e nos desempregados.
Mas nós estamos obrigados a cumprir o programa da troika…
Essa obrigação foi assumida há um ano. Mas chegou ao fim. A austeridade tem limites. Aliás, até já o Presidente da República o disse.
E assim terminou a entrevista!
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Na sequela da recente promoção do Pingo Doce, foi criado o site http://www.50porcento.com/ para os consumidores irem treinando, já a pensar n@ próxim@ feriado promoção, que certamente irá ser dedicad@ a um saudoso poeta consumidor que no meio de uma batalha fila de supermercado perdeu um olho arrisca-se a abrir o sobrolho.
Boa jogatana. Não fiquem é birolhos...
Artur de Oliveira 8 Mai 12
O Nelson Faustino que me perdoe, mas eu irei pôr pela última vez a tag merkozy, para enterrar de vez a dupla...
Jack Soifer 8 Mai 12
A filosofia por trás da lei do dumping é muito bonita, mas não funciona na prática em Portugal. Hácrimes contra o consumidor e o pequeno fornecedor muito mais graves e que são impunes há décadas. A ação da ASAE é talvez fruto da pressão do concorrente. Há semanas o Continente dá descontos de 50% em maio mais do que 25% em junho e ninguém reclama. Não será 75% do Continente mais do que 50% do Pingo Doce?
O maior concorrente do Pingo Doce explora o fornecedor, como vimos na TV em 4/5. Aldraba os mini-fornecedores quando põe no débito da sua conta a receber, custos não autorizados. Por exemplo, uma publicidade na sua revista, quando lá sobra espaço. Atrasa em 200 dias o pagamento. E o fornecedor não tem a coragem de cortar o fornecimento para não arriscar nada receber dos pagamentos em atraso.
Porque é que a Autoridade de Concorrência nada faz? Porque é que a ASAE só averigua uma denúncia contra um produto estragado no Continente semanas após o ocorrido, quando, naturalmente, aquele lote já acabou? Porque é que nenhuma das duas não faz nada contra vendas casadas de refrigerantes, quando a famosa Coca Cola obriga o mini-comerciante a ter em stock produtos que não vende?
Mesmo nos EUA, onde trabalhei, é habitual algumas vezes por ano vendas como o Pingo Doce fez. Seja para gratificar e fidelizar o cliente, onde se economiza na publicidade pois o passa-palavra é mais eficiente, numa ação destas. Seja para radicalmente mudar o stock. Até mesmo para melhorar a tesouraria, em vez de se depender de uma banca cara e lenta. Dumping lá é quando de forma sistemática faz-se uma campanha voltada contra a entrada de um novo concorrente, o que não é o caso aqui.
É possível que o Ministro das Finanças não tenha gostado da ação, como certamente o concorrente do Pingo Doce e algumas agências de publicidade e TVs não gostaram. As Finanças perderão milhares de Euros. Quem ganhou? O consumidor, que neste momento de brutal austeridade contra os desfavorecidos encontrou quem transformasse as belas palavras dos pomposos políticos de belos palácios, em ações reais.
John Wolf 8 Mai 12
O super Mário, herói cor de rosa da democracia Portuguesa, paladino da conveniência partidária, inventor dos direitos, liberdades e garantias, parece ter perdido o juízo, o sentido de Estado e o mais elementar sentido de responsabilidade. As mais recentes declarações sobre a obrigação de romper o acordo com a Troika revelam a sua verdadeira natureza facciosa. Enquanto Sócrates foi o subscritor do memorando e respectivo acordo de submissão de Portugal, nada foi declamado de modo altivo a esse respeito e agora, à meia-volta, sem reflectir sobre as consequências das palavras e dos actos, vai passando recados que em nada servem o interesse nacional. O senhor que também se encontra na origem da problemática nacional, não pode querer fazer parte da solução. Há ainda outras lebres que não foram resolvidas. E quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Proponho que se começem a auditar as fortunas de ex-políticos, as ligações estabelecidas enquanto no poder e consolidadas após o cair do pano dos mandatos. Vamos lá a contas. Antes do senhor opinar sobre os dinheiros dos outros, talvez fosse boa ideia demonstrar na praça pública onde começa e onde acaba o espólio, os despojos de guerra e paz. Vamos lá fazer isto à maneira Americana. Qual o valor da sua fortuna? Quais os seus rendimentos? Depois conversamos sobre o resto. Sim, estou muito irritado com o Chavez...perdão, o Soares.
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Ao deambular [hoje] por alguns blogs do sapo, constatei que a blogosfera Portuguesa é pródiga em arranjar bodes espiatórios para justificar a crise das dívidas soberanas na zona euro.
Mais curioso ainda foi constatar que numa fracção de horas após a vitória de Hollande, deixou de se dizer mal de Merkel e Sarkozy-vou ter muitas saudades de usar a tag merkozy por estes lados- e passou-se a dizer mal [de uma forma lasciva] da dupla [socialista] António José Seguro e François Hollande.
Por isso gostaria de propor aos meus colegas de escrita, visitantes que também fazem parte da família do Blogs Sapo e demais, que de hoje em diante passem a usar [a tag] Seguróllande-já de acordo com as regras do novo Acordo Ortográfico (cai a consoante muda "h" e acentua-se o "o" para dar mais ênfase ao descontentamento)- sempre que disserem mal destes dois senhores assim como dos ideais socialistas.
Obrigado!
Adenda: Verifiquei que Rui Rocha do blogue colectivo Delito de Opinião falou em Segurollande [sem acento no "o"] mas não registou patente...
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