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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 9 Mai 12
Mendo Henriques 9 Mai 12
Os Bancos Centrais são sempre emprestadores de último recurso aos estados soberanos. Há mecanismos para obrigar o BCE a encetar outra política, apesar do artigo nº123 do Tratado de Lisboa. As explicações de Willem Butter são indispensáveis ( Pode-se deixar de lado as equações como trufas raras para connoissseurs).Mas outra política é possível se e só se surgirem estadistas europeus dignos do nome!
Mendo Henriques 9 Mai 12
Silvio Berlusconi é um símbolo europeu de que " a festa acabou"
O seu julgamento no caso "bunga-bunga" avança em Milão e é relatado diariamente. As gravações e transcrições de conversas telefónicas entre o 'Papi' (Berlusconi, não o Papi líbio, esse está morto) e as Olgettine (o substantivo refere-se ao bloco de apartamentos em Milão, em que as meninas do Papi eram alojadas) pode ver-se aqui (La Repubblica). A justiça italiana não será meiga, não.
John Wolf 9 Mai 12
Se a economia real de um país ou região não é capaz de gerar por si, a inovação, o investimento, o crescimento, o emprego, a oferta e procura de bens e serviços, o consumo público e privado, a estabilidade de preços, as receitas fiscais e a despesa pública de um modo cíclico, não me parece que a austeridade seja a receita indicada. Embora não o queiram admitir, por razões de ordem histórica e cultural, o aumento da base monetária será o caminho a tomar pelo Banco Central Europeu. O caminho será escolhido mas será intensamente indesejado por receio da geração de inflação desenfreada. Contudo, o problema não tem tanto a ver com o fabrico "industrial" de dinheiro, mas com a canalização. Ou seja, a relação entre as instituições bancárias europeias e os "rebentos" de empreendedorismo que conduzem ao crescimento económico. O fluxo de capitais de uma condição passiva para um estatuto activo. O combustível para que se possa fazer deflagrar a chama do crescimento.
A Europa, a União Europeia (UE), em suma, o establishment europeu, tem demonstrado uma falta de entendimento dos pressupostos económicos. Se os bancos não emprestam por temerem as perdas de "gastos escaldados", no outro lado do campo resvalado, os empresários não conseguem deitar mão a meios financeiros que permitam a continuidade dos negócios, ou numa base optimal, no próprio start-up de empresas que possam restituir um pouco de vantagem económica. Encontramo-nos deste modo, num impasse, no fosso que separa a possibilidade de retoma da recessão prolongada, que em certos países já assume a forma de depressão. O modo como os políticos irão congeminar a injecção de dinheiros nas economias patologicamente afectadas, será a questão fulcral dos próximos tempos. A Grécia necessitará de mais meios para se manter à tona. Portugal provavelmente seguirá o mesmo caminho. Se os dadores, que serão confrontados com as exigências de mercado, de Espanha e França, entre outros, não estiverem dispostos a conceder mais "prestações" com retorno incerto, não será de excluir, a breve trecho, decisões unilaterais de países membros da UE. Há quem afirme que até o verão a Grécia abandonará o euro. E isso será simultaneamente um drama e um drachma.
Mendo Henriques 9 Mai 12
Os mercados financeiros europeus caem mais um pouco todos os dias. A Espanha caminha para o abismo do resgate. O certo é que se aproxima mais um momento de verdade da Europa amarrada ao bezerro de ouro. E quem anda a apregoar políticas para salvar a Europa sem encarar o artº 123 do Tratado de Lisboa, anda a enganar-se a si mesmo e quem o escutar.
É neste contexto que a eleição de François Hollande e a “deseleição” do PASOK e da NEODEMOKRATIA têm um mesmo significado. Os dois países realizaram referendos sobre a estratégia económica europeia e o resultado foi “Não”. Não serve. Não presta.
Ouvem-se outras coisas . Os s governantes e media ao serviço dos mercados financeiros retratam o cauteloso François Hollande como uma ameaça. "Perigoso", segundo os neo-liberais do The Economist... Hollande " acredita genuinamente na necessidade de criar uma sociedade mais justa". Oh ! Que escândalo!
A vitória de Hollande e a derrota do Pasok e ND significa o fim de "Merkozy", o eixo franco-alemão que aplicou o regime de austeridade nos dois últimos anos. Os eleitores da Europa querem outra coisa. Querem emprego e crescimento. Cortar gastos em uma economia deprimida apenas aprofunda a depressão. E consumidores e empresas gastam cada vez menos, 50% menos se possível, como nos saldos do Pingo Doce.
Ouve-se que a Irlanda foi um bom aluno com a sua austeridade cada vez mais dura. Mas os custos de empréstimos pela Irlanda continuam muito mais altos que os de Espanha, Itália. Ouve-se que a Alemanha recuperou desde 2000 mas não se diz que isso resultou de um enorme superávit comercial ante os outros países europeus - em particular, os PIIGS - que tinham então uma expansão com alguma inflação, graças às baixas taxas de juros.
Alternativas? Os cínicos já falam do desmantelamento do euro que permitiria a médio prazo, a cada país recuperar a competitividade de custos e incrementar as exportações. Mas além de mau negócio, seria uma enorme derrota para o "projeto europeu", o esforço de longo prazo para promover a paz e a democracia mediante a integração.
Alternativas? O reforço do Banco Central Europeu com a anulação do artigo nº123 do Tratado de Lisboa e a possibilidade de o BCE emprestar aos Estados e seus organismos e não apenas à banca comercial. Mas isso exige uma atitude redistribucionista, à maneira de Lonergan, que parece fora do alcance das capacidades intelectuais e morais dos atuais mandantes da Europa, amarrados ao bezerro de ouro.
Uma dura batalha de sombras vai começar entre Hollande e Merkel, à sombra dos entendimentos entre Hollande e Sigmar Gabriel. Talvez Merkollande fique pelos eurobonds, como moeda de trodca de não mexer no BCE. Mas terá que se chegar ao artº 123 do Tratado de Lisboa. Talvez com outros protagonistas.
Faust Von Goethe 9 Mai 12
Com a adesão à zona Euro, muitos dos governos-na eminência de violarem a regra de ouro para o défice (não além dos 3%), tiveram de contrair dívida público-privada, assegurando os privados uma parte do investimento.
Faust Von Goethe 9 Mai 12
Depois da crítica a Boaventura Sousa Santos pela sua entrevista ao Jornal i, Camilo Lourenço volta a apontar baterias ao [Dr.] Soares, também pela sua entrevista ao Jornal i.
Sobre esta crónica, tenho apenas duas observações a fazer:
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