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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 27 Jun 12
Que dizer do jogo em que fomos eliminados por selecção Espanhola?
Primeiro, que se tratou de um excelente jogo de futebol onde qualquer umas das equipas mostrou, de uma forma ou de outra, que merecia estar na final!
Depois, que nos podemos queixar que houve um penálti por marcar pois houve "mão de Sérgio Ramos" no decorrer do primeiro tempo. No entanto, não nos poderemos esquecer que Ronaldo teve três livres de frente para a baliza-dois deles consecutivos- que poderiam ter resultado em golo. O mesmo Ronaldo, ao cair do pano-fim dos 90 minutos regulamentares-teve ainda uma ocasião de ouro para decidir o jogo e mandar nuestros hermanos mais cedo para casa. Estávamos em superioridade numérica mas Ronaldo não teve a frieza de ajeitar a bola para o seu melhor pé-o direito-acabando por chutar, de uma forma denunciada, à semelhança do que Hugo Almeida vinha a fazer antes de ser substituído por Nélson Oliveira.
E depois de um prolongamento sofrido, onde os nossos jogadores acusaram desgaste físico, Moutinho e Bruno Alves falharam duas grandes penalidades, após Xabi Alonso ter falhado a primeira.
Merecemos portanto ganhar nos primeiros 90 minutos de jogo. Mas isso não serve de desculpa para nos omiscuirmos de reconhecer que Espanha merecia ter ganho no prolongamento, pois foi a selecção que funcionou melhor em termos colectivos. Também não nos poderemos esquecer que Espanha tem um grande treinador que, ao contrário do nosso, soube jogar com o banco de suplentes, ao colocar Fabregas e Pedro no decorrer do segundo tempo.
E agora perguntam vocês:
Que ilacções poderemos tirar deste jogo e de toda a campanha ao longo do europeu?
Primeiro, que somos muito melhores em termos individuais que em termos colectivos. Segundo, que faz parte da nossa matriz cultural sofrer até ao fim-foi assim nos 5 jogos que realizámos onde ganhámos/perdemos sempre pela margem mínima.
Por fim, que o futebol-e o desporto em geral-é um excelente case-study tanto ao nível de integração social assim como continuação da política/economia por outros meios.
Não perceber este fenómeno é o equivalente a não reconhecer em termos pessoais e profissionais que sucesso e fracasso são duas faces da mesma moeda.
Paulino Brilhante Santos 27 Jun 12
A economia portuguesa registou uma recessão, à época considerada quase como apocalíptica, de -0,8% de recuo no PIB no ano de 2003, tendo caído ligeiramente ainda em 2004, para recuperar apenas em 2005; em 2011, o PIB português terá registado uma queda de -1,1%, prevendo o Banco de Portugal que recue na cada de -3,1% no corrente ano de 2012. É também provável que a recuperação da economia portuguesa venha a ser mais tardia, lenta e débil do que nesta última grande crise de 2003/2004.
Nessa crise de 2003/2004, tal como na atual, já se tinha atingido o grau zero da política em Portugal. Também nesse tempo, como de resto em crises anteriores, como tive oportunidade de verificar consultando blogues da época e jornais desse período, não havia alternativa senão sacrificar os mesmos do costume. O discurso ideológico do Grande Centrão já era o mesmo que hoje se usa. As opções da política governamental iam no sentido da luta contra a “rigidez” das “corporações” agarradas a “interesses mesquinhos” opostos ao superior interesse nacional de, com os indispensáveis “sacrifícios”, também ontem como hoje, “a repartir de forma justa e equitativa por todos”, salvar o País da crise.
Mas em 2003/2004 ainda se podiam discutir as medidas a tomar. Ainda era lícito debater quais os “sacríficios” que se poderiam impor aos portugueses. Em suma, ainda havia espaço para opções políticas. O facto de tais opções, na época como no momento presente, estarem obscurecidas pelas teorias tecnocráticas segundo as quais os “remédios” para fazer Portugal sair da crise seriam “meramente técnicos”, ainda não era tão evidente como é hoje, ainda que a propaganda do Grande Centrão sempre tentasse fazer crer que existiria apenas um amargo remédio da marca “FMI” ou da marca “Comissão Europeia”, insubstituível por qualquer genérico que, com pequenas alterações na posologia e combinação de doses, teria de ser tomado para que portugal conseguisse sair da crise.
Atualmente, os remédios constam do infamemente célebre Memorando da Troika com um nível de detalhe que nunca antes existiu em qualquer acordo ou compromisso financeiro alguma vez firmado pelo Estado Português com qualquer instituição financiadora internacional, nem mesmo com o sempre precavido e cauteloso FMI. Sempre que algo corre mal ou se revela impossível de executar ou ainda quando se regista alguma dúvida, só os altos sacerdotes de serviço ao Memorando sagrado é que, chamados a Lisboa, podem solucionar a questão, proferindo uma oracular interpretação sobre o que o Memorandum pretenderia estipular nessa eventualidade. Anunciam depois tal revelação oracular urbi et orbis, da base de uma colina sagrada que lhes pertence num templo da religião moderna da economia a que acorrem os habituais fiéis, os jornalistas e comentadores económicos de todos os órgãos de comunicação social principais do País. Como é apanágio de qualquer oráculo que se preze, não falam claro, antes usam uma linguagem cifrada, ainda para mais numa língua usada para a celebração dos ritos dos sumo sacerdotes da religião económica, a que os leigos dos cidadãos portugueses não logram aceder, mesmo com tradução simultânea de alguns noviços e iniciados menores bem intencionados. Mas falam com autoridade e proferem as palavras do Poder. O Governo e a suposta oposição do Grande Centrão, cumprem, até porque, tal como muitos dos recém nomeados pelo Governo, pela sua competência e méritos, naturalmente, e a rogo dos acionistas privados, para grandes empresas públicas, mormente do setor elétrico nacional, muitos deles passaram por Macau e são íntimos dos chineses, bem sabem que, segundo a consagrada fórmula oriental, “ouvir é obedecer”.
E eis como a Troika atua mesmo como a desvelada sobrinha favorita da Tia Tina. Tal como a sua Tia só tem de ordenar porque os mandatários, obedientemente, sabem bem que “There is no alternative”.
Jack Soifer 27 Jun 12
Em 2011, Cristina Calheiros, da Universidade Católica do Porto provou a eficácia do sistema de tratamento de águas residuais para aldeias, turismo de habitação e turismo rural, usando plantas. A tecnologia é muito simples e o investimento muito reduzido; qualquer PME pode construí-lo. É melhor do que fossas séticas, não tem odores e cria uma bela paisagem.
Do tanque subterrâneo para decantação, revestido com argila expandida, que serve de substrato para as plantas, sai a água depurada por agapantos, jarros e cana-da-índia. Esta água serve para rega em jardins e não só. Pois, com a privatização da água, o seu preço poderá até sextuplicar.
Uma das razões pelas quais alguns burocratas das CCDR travam novas edificações em zonas rurais é a falta de saneamento básico. Esta poderia ser uma solução em muitos casos. Como um conhecido arquiteto-paisagista do Algarve diz, é preciso mostrar alternativas em vez de dizer "não".
No Algarve, já há muitos pisci-lagos, em vez de piscinas, de privados, pelo interior, a usar plantas para limpar a água, em vez de caros filtros e poluentes químicos. Os fito-sistemas naturais são, em geral, menos caros do que as soluções tradicionais e ao mesmo tempo criam emprego na própria comunidade. E economizam um bem cada vez mais escasso, a água. Especialmente quando se lê as previsões da NASA para 2013/14, resultado das explosões solares e continuado efeito estufa no nosso pobre planeta.
É preciso inovar e começar a dar alternativas, em vez de travar o nosso belo interior. Travar, sim, os megalómanos sonhos de três hotéis na Natura 21 da Lagoa dos Salgados contratados pela autarca de Silves, que até no "Daily News" já despertou a ira dos europeus. O que escreverão o "Handelsblatt" e o "Frankfurter"?
Faust Von Goethe 27 Jun 12
Na crónica de Ricardo Araújo Pereira na Revista Visão desta semana, pode ler-se o seguinte:
É infalível: selecção que faça brilharetes nos campeonatos internacionais obtém o respeito do resto do mundo. Repare-se no exemplo da Grécia: venceu o campeonato da Europa em 2004 e, hoje, o seu povo é tido na mais alta consideração. Os gregos mostraram que eram um povo honesto, corajoso e trabalhador, e qualquer pequeno problema que eventualmente possa haver com as finanças do país é desvalorizado quando os responsáveis da União Europeia e do FMI recordam o que Zagorakis e seus pares fizeram, há oito anos, em Portugal.
Os próprios espanhóis, que são campeões da Europa e do Mundo, têm um quarto da população no desemprego, mas esses são desempregados que podem comer um bocadinho do orgulho que foram ganhando naqueles campeonatos, e dar aos filhos a alegria de viver num país cuja selecção de futebol vence bastantes jogos.
Faust Von Goethe 27 Jun 12
Gostaria que todos los españoles la conocieran logo mas.
Na Imagem: Escultura da Padeira de Aljubarrota (Aljubarrota-Alcobaça, 1985) da autoria de José Aurélio, um ilustre cidadão Alcobacense-do meu concelho-também autor do Monumento ao General Humberto Delgado (Cela Velha-Alcobaça, 1976), da Cruz de Cristo em 3D que se encontra na Embaixada de Portugal em Brasília (Brasília-Brasil, 1977), das Gárgulas da Torre do Tombo (Lisboa, 1988), do Retrato de Camões (Assembleia da República - Lisboa, 1999), do Presépio (Fátima, 1999) e da Porta de Abril (S. Paulo - Brasil, 2001).
Faust Von Goethe 27 Jun 12
Faust Von Goethe 27 Jun 12
Para não correr o risco de ser acusado de apenas colocar posts sobre futebol e vídeos de Madonna, assim como de me ter ausentado do debate politico nos últimos tempos, deixo-vos um aperitivo chin(el)ês que podem, inclusivé, encontrar [nos restaurantes chineses] em garrafas de licor: Gafanhotos.
Por cá são uma praga mas na China servem-se como aperitivo. E chegam até a ser comidos vivos.
Adenda: Tirando o sentido de humor refinado de Vítor Gaspar e as piadas certivas de Honório Novo-que até tem um gato chamado Gaspar-as comissões parlamentares de Orçamento e Finanças estão a tornar-se cada vez mais mórbidas. E a de ontem não foi excepção.
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