Francisco Cunha Rêgo 25 Jul 12
Estamos a fazer o caminho de um Neo Big Bang internacional, com a ausência de coragem política que vai sendo permitida pela nossa desorientação e falta de assertividade sobre os tempos que correm, notando-se a subida da maldade intrínseca dos seres humanos levando a reacções extremas, alavancadas por um relacionamento individualista imposto a relações que antes eram sociais e comunitárias.
Parece que o turbilhão em que estamos foi originado por extra-terrestres, que criaram o sistema em que estamos e imprimem o dinheiro que usamos: os bancos não sabiam o que se passava? e os políticos? e os académicos? e os homens de cultura? Só os Estados do Sul, O Club Med, e os trabalhadores por conta de outrém é que são os maus-da-fita, porque sabiam tudo isso e nada fizeram? Não me parece.
Já percebemos que está a ruir muito do mundo económico-financeiro conhecido, onde Bancos fundem-se e caem, as empresas encerradas e os postos de trabalho perdidos ultimamente, e a perder nos próximos tempos, são de tal ordem que dificimente serão alguma vez repostos em tempo util para muitos, face às vidas que tinham ou têm, e os tecidos sócio-económicos vao sendo destruidos, etc.
Depois vamos vendo sinais preocupantes nos países que reflectem a Desunião Europeia. Ideias como 'a culpa é deles' existem tanto na Alemanha como na Grécia, e levam fácilmente ao ódio. E decisões como a da Alemanha em proibir a circuncisão em crianças, tradição milenar de judeus e não só, são inacreditáveis. Só por cegueira, como quem olhando directamente para o Sol se julga iluminado, para não lhe chamar maldade, se pode tratar a situação da mesma maneira que a ablação do clitóris em uso por culturas não-Ocidentais.
Precisamos de regenerar ao mesmo tempo que destruimos. Continuando assim, cada vez vai ser necessário mais dinheiro para os Bancos e os Estados, e mais cortes nos vencimentos, que continuam a servir para nada. Antes pelo contrário. Impõe-se a criação de um novo Sistema Internacional Financeiro, e não só, com base nos Estados legitimados democráticamente, fazendo reformas estruturais profundas em que as respetivas Sociedades Civis têm cada vez mais o dever de contribuir.
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