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Blogosfera que Pica
Paulino Brilhante Santos 30 Set 12
A Comissão Europeia tem vindo a reforçar o caráter que sempre teve de uma instância tecnocrática dominada por economistas, financeiros e outros técnicos e especialistas que, depois de terem feito parte ativa do “Consenso de Washington” têm sempre perfilhado a cartilha económica mais “neo-liberal” possível em todos os domínios da sua atuação. Em parte, essa postura é compreensível já que o papel histórico da Comissão Europeia consistiu em reforçar a integração económica europeia, criar primeiro o Mercado Único Europeu, depois o Espaço Económico Europeu e mais tarde lançar o Euro. Todas estas tarefas, naturalmente, exigiram a adoção de medidas extremamente “neo-liberais”- em sentido impróprio- adotadas neste caso no âmbito da União Europeia, dado que foi preciso proceder ao desmantelamento de milhares de barreiras a essa integração económica europeia e que obstavam à livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias. Assim, é natural, até certo ponto que a cultura organizacional da Comissão Europeia tenha um cunho marcadamente “neo-liberal”. Porém, na situação atual em que essas tarefas originais da Comissão Europeia se encontram praticamente concluídas, seria de toda a conveniência que esta importante e crucial instituição europeia se reorganizasse e tentasse mitigar os excessos de tal cultura “neo-liberal” que no atual estádio de desenvolvimento da União Europeia já não se justificam.
Jack Soifer 30 Set 12
Em tempo de crise e com o preço do crude a subir e a frequência do transporte público a cair, velhas bicicletas, e não só, voltarão a ser úteis.
Há poucas oficinas ainda em função e, com a atual equidade nos impostos, os seus donos idosos preferem trabalhar menos horas e sem fatura. As bicicletas antigas exigem ferramentas normais, mas as modernas podem exigir alguma especial.
Os principais reparos são rodas tortas, tubo do selim encravado e alguma pintura, pois muitos utentes já lubrificam e trocam os pneus eles mesmos. Proponha sempre modernizar a bicicleta velha, p.ex., com rodas de alumínio ou um selim confortável, pois assim vende mais que o seu trabalho.
É muito importante que tenha um grande e variado stock de peças, pois a maioria dos clientes espera que o serviço seja feito na hora. Pela mesma razão, prefere quem esteja aberto à hora do almoço e até às 20h, quando regressam da faina diária. Parte do stock pode estar à consignação, i.e., só é pago após a venda e ao pedir mais peças. Saiba bem onde estão os distribuidores e como pode obtê-las com rapidez, p.ex., ao apoiar um desempregado.
Venda bicicletas novas inusitadas, não concorra com os hipermercados. Calcule quanto economiza o cliente por ano ao pedalar ao centro da sua cidade e divulgue isto, sob um "BOA SAÚDE?".
Distribua um desdobrável pequeno a listar os seus serviços, pois os ciclistas falam-se, e ainda um cartão de visitas pouco maior do que o normal, com um mapa a localizá-lo. Troque serviços com um webdesigner que faça um site dinâmico e viral. Seja sócio ativo de clubes de ciclistas, BTT, etc. e ande sempre com as mais caras e modernas bicicletas, uma a cada semana, com o seu www em grandes letras.
Faust Von Goethe 29 Set 12
Numa reunião com 300 empresários, economistas e agentes políticos que decorreu em Vilamoura, António Borges considerou ignorantes os empresários que se manifestaram contra as mexidas na Taxa Social Única (TSU).
Eu considero António Borges um ignorante-ou melhor, um ignóbil pois tem formação académica- por não ter lido um dos últimos reports dos seus antigos colegas do FMI, onde foi dito [com argumentos bastante sólidos] que era arriscado fazer mexidas na TSU [dentro da zona euro].
Adenda: Já repararam como a austeridade desenhada por António Borges está a desgastar o próprio António Borges? Se não se acreditam no que vos digo, comparem a foto acima de António Borges [tirada hoje em Vilamoura] com esta foto de António Borges tirada em Novembro 2011, antes de ser dispensado-só para não dizer despedido-pela actual chefe do FMI, Christine Lagarde.
Mendo Henriques 29 Set 12
Pode parecer estanho, para quem está preso ao status quo. Mas é evidente para quem quer a transição. Mesmo ao nosso lado, os nossos irmãos galegos estão a mudar. A luta pelo Português da Galiza, ou Galego, foi confrontada durante séculos pelo evidente centralismo de Madrid para impor a lingua castelhana. Mas também se debatia com a falta de horizontes de uma língua territorial sem janelas para o mundo.
Entretanto as forças políticas da Galiza aperceberam-se de que a expansão da lusofonia é imparável. Que ao falarem o português da Galiza e ao seguirem uma norma ortográfica de que carecia a língua galega, estão a unir-se a 250 de milhões de falantes e potenciais escreventes de português e não apenas a dialogar com 30 milhões de Castelhanos. Isso mudou tudo. Muito por mérito da Academia Internacional de Língua Galega com um longo trabalho de preparação, as forças políticas da Galiza,à direita ou à esquerda, preferem cada vez mais o português. O caso mais espetacular e mais recente é o do Partido da Terra, que reconhece o galego como variante do português e adere ao Acordo Ortográfico de 1990 com a participação de uma delegação de observadores da Galiza.
John Wolf 28 Set 12
On the eve of a mass street protest organised by the CGTP (the main Portuguese workers-union), Lisbon remains under the cloud of uncertainty. The Eurozone has become a gross liability - a Worryzone. The founding European Community Treaties and the ensuing European Union had wished to place a heavy stone over the catastrophic past. The one that killed. The one that maimed. The political past that showed off the extremities of ideology, left and right. The world wars that sowed serious conflict amongst countries that allegedly shared a common fate, and that should never have engaged in rumblings in the first place. But all of that has been dragged to a department of loss, distant from the challenges of the present. Perfectly inadequate. The negative track-record was understood as being sufficient to start all over again. To build the very opposite - a fortress of peace and prosperity. Something undeniably positive. But the unthinkable has happened. 50 years of European political and military peace ignored the brewing of a much more serious form of malaise. A social and economic pathology that is transforming the lives of European citizens and the grand vision of Europe. For the very first time, the peoples of Europe are shaping something new that will set the tone for a natural revolution. The current form of political constituencies and legislative representation will have to be deeply revised. A common language is being perfected on the streets of protest. Some kind of common ideal of sufficiency is being conveyed in a manner that no politician can ignore. Europe seems to be having its very own moment of bliss - "we the European people".
John Wolf 26 Set 12
No meio da grave crise que assola o país, há um sector que está a florescer. O sector da desconstrução. A dinamite nunca foi tão requisitada como agora. Há que rebentar com as fundações e alicerces para que não fique erguido nenhum pilar de esbanjamento ou gestão danosa. Assistimos a uma relativa razia furiosa. Uma falsa vontade, simultaneamente cega, surda e murcha. Um trio nefasto de macacos decidido a extinguir de uma assentada, os bananas, as bananeiras e a valiosa sombra. E no meio desse instinto primata (primário), pergunto qual o critério que consegue imprimir uma certa ordem aos explosivos? Que promova o bom discernimento e despeça a preferência? O método que distinga o válido do efémero, o útil do obtuso. Gostaria de conhecer a magna carta que determinou a extinção de fundações ou a redução das subvenções. Ora vejamos: será que uma fundação polida valentemente serve melhor o interesse nacional do que uma fundação de vox populi? São tantas (e algumas tontas) que tenho a cabeça a rodar.
Mendo Henriques 25 Set 12
Ocupado como toda a gente, com o início do ano que é Setembro, eis senão quando vejo que O Ouriço passou a marca dos 100.000 visitantes unicos ( e quase 170.000 pageviews) Ouriço, logo existo. Junto com mais 100.000. Dá para comemorar. E como entre os variados assuntos entre mãos, ando a reler Camões ( faz sempre bem) por causa de um artigo a sair na Letras Com(n)vida, tenho encontrado as mais fantásticas passagens pulbicadas em 1572 mas lidas com olhos de setembro de 2012. É o que faz ser um clássico. Não se desatualiza. Hoje ficam versos do nosso épico sobre o Tsunami do licenciado passos Coelho
Diz o Luís "Não cantarei ..."
Nem quem, com pouco experto peito
Razões prende e cuida que é prudente
Para taxar, com mão rapace e escassa
Os trabalhos alheios que não passa”
VII, 86, 5-8
John Wolf 24 Set 12
Penso que o Ministro da Administração Interna Miguel Macedo se terá enganado. Concedo-lhe o benefício da dívida. Penso que quis referir-se à relação entre o tabaco e o rendimento no trabalho. Já que estão com dificuldades em amealhar os trocos exigidos pela Troika, o que ele quis defender seria um agravamento do imposto sobre o tabaco. Agora entendo na perfeição que os cigarros em nada beneficiam o desempenho laboral das formigas, para não mencionar o efeito negativo que se faz sentir no sector de saúde, que se vê obrigado a suportar custos decorrentes de doenças pulmonares e afins. Enfim, os políticos estão cada vez mais enigmáticos. As suas mensagens são cada vez mais complexas. Será que entendi bem?
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