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O Ouriço

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Conversa da treta

Mendo Henriques 2 Nov 12

Em 2006, uma discreta editora de Viana do Castelo traduziu o artigo “On bullshit” do filósofo Harry Frankfurt de Universidade de Princeton que escreveu um best seller com esse nome em 2005, ao analisar a massa de asneiras, besteiras, baboseiras, idiotices, lérias, bagatelas, insignificâncias, trampas, e patranhas que surgem no dia a dia.

Uma das caraterísticas mais marcantes da cultura contemporânea é a proliferação da conversa da treta. Todos a escutamos nos media e também não estamos dela isentos. Só não damos grande importância ao caso porque confiamos na nossa capacidade de reconhecer disparates e não nos deixarmos ir atrás deles. Mas o fenómeno despertou a atenção de Frankfurt neste pequenio grande livro.

A diarreia de debates e comentários, que começou com peritos numa área “séria”, alargou-se a uma variedade heterogénea de egos, comentadores desportivos, músicos, astrólogos, jornalistas e socialites, que despoletou na sociedade um à vontade - para falar sobre qualquer tema.

O dramatismo, a linguagem corporal e a entoação com que certos pivots dos Telejornais, usam ao transmitir notícias é do género da treta. Existe uma insuportável Alberta Marques Fernandes que pisca os olhos, franze a sobrancelha, faz esgares com a boca, valorizando a reprovação, a comoção , a alegria estouvada com que  dá as notícias, como se a nós nos interessasse os seus choques mais do que notícia. Isto é treta.

 

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