Muito se escreve sobre estes temas e há muito por fazer.
Outros países, em situações similares, há anos, usaram boas práticas, que resultaram. É isto que detalho nos livros "Como Sair da Crise" e "Ontem e Oje na Economia". Outros já inventaram a roda. Não será a hora de a fazermos rodar?
O microcrédito em Portugal atendeu em dez anos o que o Chile atende em dez semanas e o Brasil em dez dias. Lá são associações locais, não a banca ou uma instituição central que gere os fundos. Lá há um experiente consultor a apoiar o cliente no projeto e na sua execução; ele é ainda o responsável pelo retorno do empréstimo.
Aqui ensina-se teoria de empreender, mas não se alerta para as 65 horas por semana de intenso trabalho nem para a burocracia, a inveja dos concorrentes, as armadilhas dos poderosos. Ainda não se ensina o pulo do gato de cada nicho nem se faz uma avaliação contínua dos resultados.
Estudos mostram que as boas incubadoras estão ligadas às associações, não às faculdades. Capital não falta, eu próprio tenho acesso a muito; falta gente certa com projetos realistas.
Querem atrair o capital das grandes empresas, que pouco emprego geram; e deixam morrer as PME que não recebem pelas faturas às grandes.
Enquanto a ERSE, a ANACOM e as agências ditas de controlo nada controlarem, muitas boas PME morrerão e bons empresários emigrarão.
Podemos exportar o dobro; é preciso apostar nas PME para os nichos em dezenas de novos mercados. A AICEP faz pouco. Só com experiência é possível lucrar na China, Angola e Rússia. Vender é receber sem perder. É fácil receber de 20 outros países para onde não exportamos. Miniexportadores, como a Jóia do Sul, o osteopata Filipe Gonçalves e a Auto-Quimzé atraem libras, mas são praticamente menosprezados internamente.
Temos um enorme potencial. Estamos à beira de perder a corrida. Como digo nas palestras, YES WE CAN - TOGETHER!