Francisco Cunha Rêgo 28 Dez 12
Estamos a virar a página de um ano mau. Os bancos continuaram a ter peso demais nos governos em vez de separarem a banca comercial da banca financeira, deixando aos empresários aquela e aos especuladores esta. E deixando os governos aos políticos e às políticas que escolhemos.
Para o ano teremos mais privatizações ao estilo do embuste? Já se levantam dúvidas se o dinheiro da ANA pode abater na dívida pública. Caso não, mais austeridade! Outras se seguem, veremos como e para quê.
No passado recente, os que trabalhavam e se dirigiram, sem cunhas, aos balcões dos bancos para pedir dinheiro só o levaram quando provaram que o podiam pagar. Não foi?
Então quem viveu acima do que podia? Basta ver as políticas erradas seguidas para o território e a economia, e os negócios ruinosos para o erário público autorizados por sucessivos governos, e percebemos porque estamos onde estamos, ou seja, a dificuldade em que banca está para financiar a economia e o estado para pagar as dívidas.
Era altura de os bancos perceberem que só podem ser bons para a vida das pessoas se os países onde estão também o forem, e atuarem nesse sentido dentro de regras de mercado aceites pela generalidade das pessoas. Estão a ser ajudados pelas pessoas? Então ajudem as pessoas, quanto mais não fosse, a terem boa governação tanto dos interesses publicos como dos privados.
O nosso país tem estado no banco, no sentido futebolístico, no sentido hospitalar e no sentido financeiro. Não podemos fazer grande coisa na economia sem bancos saudáveis, mas qualquer dia já não há país económicamente saudável para os bancos fazerem algumas coisas. A economia e o PIB precisam de consumo. Quanto mais miséria houver, mais miséria terão à procura de financiamento. Claro que poderão ter menos clientes mas bons, quer dizer com muito dinheiro. Só que a fome é má conselheira e os hábitos de consumo foram criados.
Em 2013 vamos continuar no banco?
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