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O Ouriço

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4259 freguesias!

John Wolf 6 Dez 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os homens não se medem aos palmos. E os países também não. Contudo, parece-me escandaloso que Portugal tenha vivido com o peso de 4259 freguesias. Já viram bem a dimensão do território nacional? Significa que a cada trezentos metros encontramos um Presidente da Junta e mais uma oportunidade para desviar alcatrão para a estrada batida do primo. Se as contas nacionais estão a ser auditadas e as responsabilidades "alegadamente" apuradas, então somos obrigados a pensar nos dinheiros que foram transferidos a passo de dança para os ranchos folclóricos, para as associações recreativas, para o campo de futebol do clube de iniciados. Sei do que falo - vivi nesse Portugal interior -, e conheço os personagens da terra e do marasmo. Acho muito bem que se desbastem freguesias, e não apenas no seu sentido administrativo e político, mas também na sua própria noção, literal, etimológica se quisermos. A designação "Junta de Freguesia" soa a levantar de armas, a Constituição de Abril, a reinvindicação adiada pelo regime político anterior e  posta em liberdade como um animal selvagem. O poder local também foi desviado dos seus intentos, para se transformar em poder individual, discricionário, sem crédito - sem cartões. Se Portugal deseja avançar, terá de rever alguns conceitos operativos. Fregueses? Em que sentido? Na orientação paroquial do padre da aldeia? No sentido das feiras e mercados quinzenais? Junta? De que modo? Nas assembleias divididas por mesquinhezas partidárias, réplica de piores exemplos vindos de cima a caminho do fundo, da falência. E já sabemos o que nos espera. Discussões ferverosas entre populares e impopulares porque alguém ousou mexer no marco de delimitação - antigos desaguisados de vizinhos, lavradores ou nem por isso. As fronteiras que retratam Portugal são fracturantes sem serem teutónicas. Quatro mil duzentas e cinquenta e nove freguesias. 

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PLANO C - Carlos Reis Marques

Mendo Henriques 4 Dez 12

É urgente haver plataformas informativas que proporcionem o acesso aos conteúdos dos atos governativos, diz Carlos Reis Marques. Essas plataformas devem incluir Índices de Boa Governação (IBG), com indicadores para aferir o grau de execução das medidas dos programas eleitorais, nomeadamente de âmbito autárquico.  Nesta sociedade que P. Drucker definiu como «pós-capitalista», a capacidade dos cidadãos manifestarem a sua opinião (online) acerca de produtos/serviços que adquiriram, transformando-se em prosumers (producer + consumer), é explorada por D. Tapscott e Anthony D. Williamsem Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything, (2006).

A emergência de um novo paradigma social tem vindo a transformar  o modo como as pessoas interagem entre si e se relacionam com os
seus centros de interesse. Esta realidade apela à necessidade de os governos implementarem plataformas informativas, permanentes e universalmente acessíveis,
capazes de proporcionar o acesso dos cidadãos a conteúdos que lhes permitam tomar conhecimento dos atos governativos. Associadamente,
importa equacionar a natureza dos conteúdos informativos e a amplitude dos mesmos.

 

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A Democracia Económica Real

Jack Soifer 4 Dez 12

 

 

Sou democrata, realista e royalista. Muitos dos países com a maior satisfação do seu povo com relação ao seu governo são monarquias. P.ex. os nórdicos, a Holanda, a Bélgica, o Canadá e o Japão. Todos são monarquias democráticas, pouco burocráticas, com elevado nível de descentralização e de liberdade económica. Não têm impostos baixos para os lucros com capital, mas o setor público não é despesista e a intransparência é limitada.


Estes países há séculos deixaram de ser ditaduras e há décadas têm boa educação, também cívica. Têm alta produtividade e competitividade. O trabalhador sueco ganha o dobro de um luso e o TSU lá é o dobro do de cá e mesmo assim as empresas lá estão a exportar o dobro do que exportam aqui; a pergunta é, “qual é a mágica”? Quando em plena crise alguns desses países, como a Suécia, cresceu em 2011 com quase 5% a pergunta é repetida.


Em 01/03/10 eu disse no Prós e Contras da RTP que não estávamos em crise, mas em depressão estrutural. Disse ainda que a história mostra que só um estadista tem a coragem, o discernimento e o carisma para implementar as medidas radicais necessárias para mudar a estrutura de poder dos cartéis e das corporações, condição indispensável para mudar uma estrutura arcaica. E não há real democracia sem democracia económica, equidade de oportunidades e uma justiça atempada.

 


Os EUA teve um Roosevelt que o fez e, ao contrário da receita da Troika, aumentou a despesa pública na depressão dos 1930. No Reino Unido um Churchill foi para as ruas ouvir e falar com o seu povo e mobilizá-lo contra um governo alemão que jurava ser o salvador da Europa. O Japão destruído pela mais mortífera arma jamais inventada, reergueu-se em poucos anos sob a égide de um monarca que ouvia o seu povo e articulava os poucos recursos que ainda sobraram. Foram homens corajosos, a enfrentar fortes interesses, para o bem comum. Foi a austeridade para todos.

 

Não cabe a mim avaliar políticos/política. Mas como consultor internacional aprendi a avaliar a coragem e a competência de líderes em momentos de crise. Nesta depressão e com a previsão de, se a política não mudar, chegarmos ao défice público de 7% e a uma perda de 4% no PIB ainda em 2013 e aos 26% de desemprego em 2014, não vejo nenhum atual político com as características para trazer a luz ao fim do túnel.
Um rei pode focar no bem de todos, não dos que ganham com a atual estrutura. Um rei em geral fala pouco e faz o que precisa, mesmo que os poderosos do seu reino não gostem. Um rei sabe discernir entre uma manifestação corporativa e uma popular. E sabe a hora de atuar. Não será hora de mudar?

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Dinheiro e magia

Mendo Henriques 1 Dez 12

Binswanger

Hans Christoph Binswanger publicou no Brasil, "Dinheiro e magia" uma crítica da economia moderna. à luz do Fausto de Goethe

A versão de Goethe para a história de Fausto, possui  uma segunda parte repleta de economia e política. Era uma época em que os soberanos buscavam a ajuda de astrólogos e alquimistas para resolver problemas de Estado. A história diz que, em vez de recorrer a alquimistas para transformar chumbo em ouro, Fausto percebe que o melhor é buscar economistas com conhecimento em bancos que emitem papel-moeda dotado de algum lastro de natureza imaginária. O resultado acaba sendo o mesmo: criar "ouro artificial". E esse é apenas alguns dos temas analisados pelo autor de Dinheiro e magia,Hans C. Binswanger. O encaixe deste enredo na crise mundial e portuguesa é surpreendente: parte da nossa tragédia reside na tolerância em relação aos custos do progresso, sob a forma de dívida, desigualdade e corrupção.

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