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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 30 Jan 13
Acabo de ler o livro LA HAMBRE QUE VIENE - La crisis alimentaria,do investigador e articulista americano Paul Roberts.
Após um trabalho feito por uma grande equipa em três anos, ele aponta para centenas de investigacões de organismos e instituições como a FDA (Food and Drug Administration) norte-americana e a Secretaria de Agricultura dos EUA, FAO( Food and Agriculture Organization) da ONU, etc, a mostrar os megaproblemas que teremos com a alimentacão em 2030.
Parece distante, mas quem hoje tem 23 anos, tera entao 40, os de 33 anos terão 50 anos.
As 660 pag. resumem muito bem meio milhar de artigos e livros de equipas de investigadores a mostrar que os problemas ambientais, a
ambição de umas pouco mega-dealers de cereais, carnes, etc do setor alimentar, todo ele dominado por carteis, está a nos levar-mos
para a fome generalizada e um brutal desperdicio de recursos não renováveis, como os combustíveis fósseis.
As próximas guerras (se é que a do Iraque e a da Siria ja não o são) serão mais por causa da água, do que devido ao petróleo.
Quando o barril do crude chegar a 200 dolares, ja no proximo ano, os custos da alimentacao aumentarão, mas com os preços congelados, fixados por governos fracos, sob o comando da Cargill, Dreyfus, etc ou por elas, tornarao a produção escassa ao mesmo tempo que a procura
aumentará, especialmente nos BRICS, Brasil, Russia, India, China e Africa do Sul.
Roberts tambem questiona a atual chamada 'democracia' tal como muitos membros do IDP (Instituto da Democracia Portuguesa) fizeram no seu livro PLANO C, para além dos seminários e eventos que têm organizado estes últimos anos.
Recomendo a leitura deste verdadeiro TRATADO SOBRE A FOME DO FUTURO, com uma inusitada mistura de resultados tecnológicos fracassados com a aplicação da manipulacão genética, de acordos sobre o controlo de pesticidas danosos, da poluicao etc, com a de medições econométricas dos efeitos de diversas politicas publicas possiveis, mas hoje desprezadas por governos cada vez mais manipulados e empenhados na
desinformação publicitada em 'sérios' jornais e operadoras de televisao, telecomunicações e até no facebook.
José Ferraz Alves 29 Jan 13
Jack Soifer 29 Jan 13
SÓ UM NOVO MODELO ECONÓMICO poderá tirar-nos desta recessão. A maioria dos cidadãos não aceitará pagar pelo que uns poucos lucraram e retiraram do país. Não haverá revolta popular, como em outros países da UE, nem golpe militar. Mas a qualidade no atendimento e as greves irão causar o caos, que manterá os juros das dívidas no exterior em patamares inaceitáveis. O pior: a criminalidade e a economia paralela vão aumentar. Este ministro das finanças terá a coragem de enfrentar os que mais retiram para paraísos fiscais ou põem lá fora os milhões aqui ganhos? Um monetarista preocupa-se sobretudo com a imagem de ‘bom pagador’: e a real democracia ou o desenvolvimento do seu país?
Cabe a Portugal salvar o Euro? Como em muitos papers económicos publicados nos EUA (Stiglitz), Brasil (Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central), Holanda e até por cá (já em 11.11.04),a banca financiou o consumo, que oferece melhor spread, do que o investimento produtivo das PMEs exportadoras. É habitual, mas não o ideal. Entre os países Europeus que tiveram melhores resultados desde a crise estão a Noruega, Suécia, Suíça, Polónia; nenhum deles tem o Euro.O Euro só usado por alguns grandes da U E não tem futuro se não houver um governo económico central, o que é pouco provável. Lê-se no Suddeutsch Zeitung e no Frankfurter Allgemeine que,se Grécia e Portugal não saírem, deve a Alemanha sair do Euro.
Os políticos pouco podem fazer pois são, pelo menos em parte, cativos do sistema. Quem manda na maioria dos países Sul-europeus não são os ministros que lá estão. A UE deixa muito a desejar. Uns poucos pequenos países, como Holanda, Dinamarca e Finlândia ainda afirmam algo da sua independência e rejeitam algumas directivas. A Itália atrasa as transposições em décadas. E nós?
Muitos dos nossos políticos almejam ir para Bruxelas quando não mais os aceitarem por cá. Fique atento onde irá Sócrates nos próximos anos. O Tratado de Lisboa foi pior alternativa à Constituição Europeia, que os povos rejeitaram. Pergunte a banca se era melhor antes ou depois do Euro. Pergunte depois aos pensionistas e aos desempregados com mais de 40 anos. A questão agora é: Qual reacção vamos ter por cá? Só palavras? Ou algum dia teremos a coragem de voltar para as ruas, como no 15 de Setembro do ano passado? Ou extravasar a insatisfação com os conflitos na entrada do futebol?
Precisamos de novos sistemas, nunca elaborados por políticos profissionais ou advogados, mas pela sociedade civil, pelos cidadãos. Lembre que os 51% do partido que ganhou as legislativas, o ABN. Abstenção-Branco-Nulo. não estão na AR!!!
José Ferraz Alves 28 Jan 13
Jack Soifer 25 Jan 13
Repito, há anos, que os ciclos económicos voltam, as revoltas são sempre iguais. No Prós e Contras da RTP, a 1 de Março de 2010, falei desta recessão e da revolta no Norte da África, que chegaria à Grécia, Itália, Londres, Paris e mesmo Madrid.
Não tenho uma bola de cristal. Em Stanford, nos EUA, aprendi a usar os early warning indicators para
prever os ciclos. Ainda a 6 de Outubro de 2006, publiquei numa coluna no Algarve que, “neste Julho e Agosto, tivemos um bom aumento na ocupação em hotéis e alguma melhora na receita. Ficámos felizes e achamos que já está bem. O problema no Médio Oriente trouxe-nos milhares de turistas, incluindo os nacionais que não foram ao exterior. Mudança temporária, pois outros destinos ainda não estavam preparados”.
Em 14 de Dezembro de 2006, escrevi, na mesma coluna, que “Portugal desfrutou dos fundos da UE, nos idos 90, para criar condições e atrair investidores industriais. Hoje, eles vão para Irlanda, Finlândia, Espanha (já não vão) e Leste, que então estavam como nós. Não nos preparámos para a crise (que virá) em 2008″.
Em 2011, a Polónia cresceu 4%, a Suécia 4,9 e a Estónia 5,5. E nós, -4%? Estas economias prepararam-se.
Prepare-se para lucrar. A guerra da Líbia destruiu muitos milhares de viaturas. Ao contrário de Portugal, naquele país uma só família era riquíssima, mas um milhão tinha um óptimo padrão de vida. O país é muito rico e o novo governo terá de pagar ao povo pelo sacrifício. O líbio vai querer um carro semi-novo, grande, luxuoso, símbolo de poder.
Aqui os juros vão subir muito, o combustível também. Faça uma boa revisão ao seu carro, um bom polimento e leve-o para vender na Líbia. Fique por lá algumas semanas, pois descobrirá muito para lá vender. Faça do seu cliente um amigo, ambos vão ganhar muito.
Prepare-se para emigrar - a Líbia poderá ser a nova América mediterrânica.
Jack Soifer 24 Jan 13
Não precisamos inventar a roda nem engolir o que outros nos impingem.
Há 15 anos a Argentina passou por uma crise pior do que a nossa. Não aceitou as ordens do FMI, declarou moratória, desvalorizou o peso, deixou a banca podre falir, mudou o modelo económico.
O governo voltou a governar.
No auge da reforma, quando o desemprego tocou os 25%, os concelhos deixaram a sociedade civil usar os locais das fábricas abandonadas, para lá voltar o comércio real, i.e, a troca de produtos, usando a moeda do município.
Sem especuladores, a avó vendia lá uma jóia ou móvel que já não precisava e com o Cordobal, a moeda local, comprava alimentos directamente do produtor, como tomates; este pagava então o bidão de diesel da Galp regional.
Desde 2008 faz-se o mesmo num concelho do Nordeste do Brasil, articulado com o micro-crédito para os desempregados. A grande distribuição importa alimentos e produtos nocivos e os cartéis mandam mais que os governos. O consumidor ali tem opção.
Na Argentina caiu a compra de supérfluos, as transnacionais que não aceitaram o novo modelo deixaram o país e no lugar delas vieram milhares de PMEs nacionais, a vender menos caro. Pois é falso que a maior escala leva ao menor preço - depende do saco azul e das off-shores.
A Argentina saiu da recessão em 4 anos; a Dinamarca levou 12 os EUA toda a era Clinton, 8 anos. Em 6 anos ela cresceu 7% a/a e só em 2010 caiu para os 2%. Austrália, Brasil e o Canadá, p.ex, não entraram em crise. Na UE, Polónia e Suécia, também não; nesta o PIB subiu 4,2% e a bolsa 22% em 2010.
Como? Nenhum deles tem o Euro! Hoje vendemos dívida para pagar débitos, os Euros não ficam cá, não criam emprego. Na moratória só pagaremos os juros, e o principal já vencido será pago quando o aumento do nosso PIB superar os 2%. Ao sair do Euro, Irlanda, Áustria, Hungria e Grécia nos seguem. Basta ameaçar e os grandes nos ouvirão. E voltaremos a exportar o melhor da nossa boa terra.
Que tal voltar a plantar (usar) tomates?
José Ferraz Alves 24 Jan 13
Artur de Oliveira 23 Jan 13
O nosso país está a passar por sérias dificuldades, como todos sabemos… mas temos de ser positivos, encarar o desafio e tentar superá-lo e superarmo-nos a nós mesmos em vez de não passarmos de treinadores-de-bancada eternos, e eternamente descontentes e devotados ao “bota-abaixismo” nacional… há muito por onde começar, muitas ideias e medidas que podem, com trabalho e empenho de todos, ajudar Portugal a superar esta crise. Não podemos é deixar que nos iludam com soluções aparentemente fáceis ou milagrosas.
Jack Soifer 23 Jan 13
Falta-nos uma matriz energética para o futuro.
Desperdiçamos energia e abusamos do crude mas há motores mais eficientes. Deve-se melhorar o transporte público electrificado e impedir carros privados na city das metrópoles.
Existem carrinhas eléctricas há 50 anos, etanol para carros há 35, carros eléctrico há 25,motoretas eléctricas há 30, biodiesel para camiões há 20, autocarros a biogás no tráfego urbano há 20.
Há lâmpadas LED que consomem 5% da normal há 10 anos, painéis solares há 30, fotovoltaicos há 5. O crude é para plásticos, petroquímicos eaplicações onde estas alternativas ainda não existam.
Pontes só devem ser construidas em serras, agora faz-se túnel imerso.
A tecnologia do TGV tem 150 anos, é só força bruta. A tecnologia do alfa pendular, com carruagem em aço resistente e compósitos é a actual. A do carro tem 100 anos.
José Ferraz Alves 23 Jan 13
"Os países mais desenvolvidos não são aqueles onde os salários são mais baixos, mas onde são mais elevados. Identificamos a disparidade de rendimentos como um dos três maiores perigos para o crescimento global e para a coesão social", segundo declarações recentes de Robert Greenhill (World Economic Fórum, Davos), "É necessário também debater as compensações dos executivos. Os líderes dos índices de competitividade são sempre a Suíça, Singapura e os países nórdicos, onde os salários são elevados e o Estado Social é sólido. Os pontos-chave no desenvolvimento de um país são a solidez das Instituições, uma Segurança Social forte, uma grande confiança na sociedade e a vontade dos governos e dos empresários em trabalharem com conjunto. A verdade é que os jovens estão a ter menos oportunidades para construírem carreiras de sucesso. Nós queremos dar-lhe hipóteses de prosperaram do mesmo modo que os seus pais puderam fazer. É por isso que vamos ter em Davos o que chamamos de young shapers, empresários até aos 30 anos e queremos dar-lhes voz".
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