Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Ouriço

MENU
John Kenneth Galbraith, a propósito da crise de 1928, colocou a desigualdade na distribuição de rendimentos como sendo a sua principal causa. O problema não era o consumo, mas o existirem poucos consumidores, o que tornou a economia dependente de um alto nível de investimento ou de um elevado nível de consumo de bens de luxo, ou de uma composição de ambos, mas gerado por poucos.

O capitalismo moderno tentou resolver o problema através do crédito, incentivando a procura. Por outro lado, desenvolveu-se todo um conjunto de políticas públicas, de génese Keynesiana.

Mas, com os actuais níveis de endividamento, a solução passa necessariamente pela correcção real das desigualdades na distribuição de rendimentos. Numa sociedade onde a riqueza é melhor distribuída, esta circula melhor. Mais vale entregar migalhas a milhões, do que muito a poucos.

Os salários e as pensões são a melhor forma de distribuir esses rendimentos, sobretudo nos níveis mais baixos e para subsistência. Nos níveis elevados de rendimento, caímos na situação de 1928, com a acumulação e retenção dos fundos financeiros, que não são gastos nem circulam.

Para mim, desenvolvimento mede-se pelos níveis de emprego qualificado e bem remunerado que um País apresenta.

Os rendimentos distribuídos a título de salários e de pensões são geralmente vistos como custos, das empresas e do Estado, pelo que se têm promovido as ideias para a sua redução, para aumentar a competitividade das empresas e reduzir o deficit orçamental, respectivamente.

Só que, de outra perspectiva, estes rendimentos são importantes para assegurar a procura interna de bens e serviços, necessário para a promoção de novos empregos, que na Europa se situam na procura da classe média em áreas como a saúde, educação, cultura, turismo, artes, indústrias criativas, património, cuidado geriátrico, etc., e menos nos sectores concorrenciais com os países de baixos custos e sem Estado Providência.

Estes rendimentos também contribuem para as receitas do Estado e para a sua menor despesa em subsídios sociais e de desemprego, assim equilibrando o Orçamento de Estado.

Acresce, que na generalidade das empresas industriais de bens transaccionáveis, os custos com pessoal representam cerca de 30% das despesas totais, com a electricidade, combustíveis, portagens, banca, seguros, a assumir o remanescente. E que essas mesmas empresas precisam de clientes, não de dívidas por financiamentos, pelo que o seu problema também está na liquidez das famílias.

Não entro, aqui, sequer com os factores psicológicos que decorrem de maior segurança e bem-estar proporcionados por rendimentos dignos. Mas não nos podemos esquecer que, quer o investimento, quer o consumo, são função das expectativas de rendimento esperado. Neste discurso e práticas tão negros, cada vez menor rendimento haverá para distribuir porque o consumo e investimento de hoje resultam de perspectivas de rendimento futuro, em queda, e assim sucessivamente, pelo ralo do cano do esgoto abaixo.

O emprego é forte nas empresas do mercado interno, dos sectores que identifiquei, e menor nos exportadores. A recuperação do país depende toda da criação do emprego, que não é a variável externa independente da intervenção do Estado que Vítor Gaspar e Passos Coelho sempre apresentam. Para isso, os rendimentos líquidos dos estratos de menor rendimento têm forçosamente de se elevar acima dos patamares de subsistência e dignidade de vida.

O rendimento disponível dos trabalhadores e pensionistas deve aumentar, pela redução dos custos correntes que têm, por uma política de distribuição de lucros nos salários e por uma maior circulação do dinheiro, que não pode estar parado nos poucos que têm demasiado.

Como?

O Fundo de Desendividamento, que ao reduzir as prestações mensais para 1/3 dos encargos actuais, gera acréscimo do consumo e do IVA.
Os 7,5 mil milhões da linha da Troika para a Banca, que vão ser devolvidos, permitem que 800 mil famílias acresçam o seu rendimento mensal médio em 300 euros, para saldos médios de dívida de 9 mil euros e prestações mensais de 450 euros de juros que se reduzem para 150 euros, com efectivo pagamento do capital em dívida.

Esta substituição de juros usurários gera 2,9 mil milhões de euros de consumo adicional e de vendas para empresas e 660 milhões de euros/ano de receitas para o Estado.

2. Dinamizando uma efectiva concorrência ao nível dos sectores protegidos, como a electricidade, combustíveis, portagens, comunicações, finanças, cujos lucros supra-normais que apresentam demonstram a margem para actuar.

3. Outra via é a imposição de maiores impostos nestes sectores, que têm taxas reais muito inferiores às dos particulares, sendo a contrapartida uma redução do IRS.

4. Aumento das tributações sobre a distribuição de lucros e os benefícios fiscais à incorporação de reservas em resultados e à distribuição de lucros nos salários, via “sucess-fees”.

5. Desenvolvimento de projectos ao nível do turismo de saúde e geriátrico, da reabilitação urbana, da ferrovia tradicional, e não só benefícios fiscais para que os seniores europeus e os nossos emigrantes venham viver connosco. A este nível, a reabilitação tem de se promovida junto dos investidores imobiliários do médio oriente – que recentemente entraram no nosso sector agro-industrial - , que hoje estão na construção das ilhas artificiais, por falta de melhores projectos. É ver o que o La Caixa e a Fundação Mercedes muito bem fizeram

José Ferraz Alves

Autoria e outros dados (tags, etc)

Contratações de Inverno do Ouriço

Artur de Oliveira 22 Jan 13

A equipa do Ouriço dá as boas vindas a Joaquim Pinto, doutorado em filosofia e que vai em breve lançar um livro sobre pedagogia segundo Ortega y Gasset, José Carlos Ferraz Alves, economista da Cidade Invicta, especialista e docente em Empreendedorismo Social com larga experiência na banca, que tem por vezes comentado a actualidade económica no Porto Canal e last but not least João Pinto, um jovem pai, corretor financeiro e empresário com uma grande experiência nos mercados financeiros, actualmente colabora com players do ramo como a Fincor e com a empresa de capital de risco Patris, SA.

Autoria e outros dados (tags, etc)

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Há mais de dez anos, quando a economia de Portugal estava boa, já faltava um PIT, Plano Integrado de Transportes, com apoios da UE, para gerar trabalho no país. O aqui sugerido é faseado, ao considerar a nossa actual realidade.


 Nos últimos 20 anos tem havido desperdício de meios, energia, o uso de tecnologia ultrapassada, falta de articulação e integração dos diversos meios de transporte, contratos de PPP criticados pelo Tribunal de Contas ,enfim, parece faltar um PIT de longo prazo, que se sobreponha a transitórias influências políticas.

 

Se o Conselho Superior de Obras Públicas do Ministério das Obras Públicas não tivesse sido extinto e com o poder que os seus congéneres têm em outros países, teria minimizado as falhas no planeamento e na execução de obras para uma logística lógica e económica.

 

Ele deve ser reactivado, com engenheiros e experts não só portugueses, mas também com os que detêm tecnologias e os que estudam as expectativas dos utentes. Nele não deve estar quem já mostrou simpatias políticas; deve ser claramente supra-partidário. Nem quem tenha defendido os projectos ou as PPP chumbados na AR ou criticados pelo Tribunal de Contas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O Reino da Sociedade Civil IV

Artur de Oliveira 22 Jan 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O mundo ocidental está infectado com o vírus do neoliberalismo, teoria que como é obvio nos trouxe os dissabores e problemas que enfrentamos (não todos mas muitos deles, certamente). E apesar da cegueira conveniente, até a troika reconhece hoje que sem produção, sem que o país cresça, não pode haver prosperidade económica, consumo e receita. Mas é ainda preciso que tal lapalissada fique clara para todos… e a UE parece mais neoliberal que o FMI.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Inovar o marketing de turismo

Jack Soifer 21 Jan 13











Nos seminários da CCDR em Faro que assisti, ficou claro que se fala muito e pouco se faz de inovação. Uma das razões é a limitada divulgação das boas práticas no exterior com resultados para os agentes económicos do trade. A outra é a estrutura arcaica de uma empresa pública central que gasta muito em acções inúteis. E regiões de turismo onde dominam os construtores e os políticos e não os mais importantes do turismo, as PME que garantem o bom atendimento e inovam.


Fala-se de informática em inovação, mas esta apenas a facilita. É vital conhecer o sonho implícito de um turista quando ele procura informação ou faz uma reserva. Isto implica interactividade onde se mede os nanosegundos em que ele permanece em cada slide do portal, quais as preferências de cada clique, e muito mais. Cada slide é feito no mais moderno neuromarketing para, consoante os primeiros cliques, levar-nos a conhecer as preferências de cor, imagem, movimento, palavra, ritmo, linguagem, tonalidade sonora, e muito mais.

 

O marketing individualizado, para optimizar a recepção do turista e surpreendê-lo, só pode ser feito por uma equipa multidisciplinar, não basta um webdesigner e um marketeiro. Ritmo, retenção, emoção, tudo deve levar o interessado a informar-nos sobre o seu íntimo e só depois confirmar a reserva e pagar. Pois o que o turista deseja é ser tratado pelo seu nome, realizar um sonho, ter as suas expectativas superadas. Temos que oferecer o que ele quer e não impor o que pensamos que ele quer.

 

Este mix de ciência e arte em turismo não está nos burocratas que falam de inovação e têm euros, nem nos boys metidos no turismo. É para quem já foi guia, vendeu vinho no restaurante gourmet, ajudou uma idosa com a mala e um jovem gay a voltar ao hotel. Numa estrutura big enough to cope, small enough to care.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O Reino da Sociedade Civil III

Artur de Oliveira 21 Jan 13

 

Acredito que um rei pode sair mais barato ao povo português do que qualquer presidente que possamos vir a ter; acredito que a sua isenção e imparcialidade podem ser essenciais para a boa governação da res publica; acredito que o peso histórico da sua origem é ligação directa à raiz, à génese do ser português. E para um rei regressar ao poder, em Portugal, precisamos de pensar e agir em conjunto, como povo e como nação, contra os lobbys e interesses instalados das oligarquias internas e externas que subjugaram o nosso país. Esta aliança entre a Coroa e o povo não é recente. Era assim em Portugal antes de 1910. E é este, a meu ver, o caminho para se tentar dar um rumo alternativo a Portugal, que o ponha a salvo de novas tormentas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O Reino da Sociedade Civil II

Artur de Oliveira 20 Jan 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acredito que uma forma de regime monárquica pode ainda dar um importante contributo à nação. É uma crença que trago dentro de mim e que tento que se baseie em bases sólidas, lógicas e racionais. Como consequência, acredito que todas as forças políticas são indispensáveis à nação e a esse esforço de reavaliação de Portugal, que seria uma mudança de regime neste momento.

 

A Democracia baseia-se na tolerância e eu, apesar de não ser perfeito como ninguém é, tento aprender todos os dias, tento basear a minha vida nesses sãos princípios, uns dias melhor… outros pior. Mas é com base nessa tolerância que considero, como disse, que todas as forças políticas serão essenciais para restaurar a monarquia, um dia, sejam elas as radicais ou as moderadas, as mais conservadoras ou as liberais e até mesmo as assumidamente republicanas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

O Reino da Sociedade Civil I

Artur de Oliveira 19 Jan 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sinto-me revoltado perante toda a austeridade e desigualdade social que vejo à minha volta todos os dias. Mas a minha revolta não é igual àquela que é pregada pelas “extremas” (direita e esquerda, conforme, mas quase indo dar ao mesmo). Essas, são as mais oportunistas, e têm particular prazer em apontar o eminente colapso desta espécie de pseudo-democracia em que vivemos como se fosse prova cabal da veracidade das suas ideias totalitárias.
Este estado tão negro de coisas faz com que seja urgente fazer um esforço de união nacional e de procura de soluções para Portugal. É necessário abandonar de vez a política de brandos costumes que nos caracteriza há tantos e tantos anos. É pena ver um povo com um passado tão heroico quanto o nosso estar sujeito aos vilipêndios e humilhações que temos vindo a ver acontecer.
Considero que as manifestações que temos assistido, ao longo dos últimos 6 meses, são muito importantes e revelam que a cidadania pura, sem mediação partidária ou política, está a dar os primeiros passos em Portugal. Contudo, é ainda preciso, para que esta cidadania ganhe mais força, vencer obstáculos e o poderoso lobby partidário através de acções concretas, seja na rua, seja nas redes sociais, na blogosfera ou em outros campos de actuação, o que constitui, só por si, um desafio considerável.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Ode a Vítor Gaspar

Artur de Oliveira 18 Jan 13

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Aviso: A austeridade pode provocar amnésia

Artur de Oliveira 18 Jan 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Passos Coelho disse que "ninguém aconselhou ninguém a emigrar". Presumo então que quem disse em Dezembro de 2011 para os professores emigrarem foi um clone maligno do primeiro ministro implantado por uma conspiração com aliens á mistura a la x-files...

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds