Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Ouriço

MENU

Quem ganhou as Europeias? Hitler!

Jack Soifer 31 Mai 14








O pó seco e amargo é fácil de, com qualquer faísca extremista, explodir.
O partido vencedor foi o ABN, Abstenção, Branco e Nulo, com 73% em Portugal e quase isso em muitos pequenos países. Em alguns concelhos chegou aos 77%, como em Albufeira. Este é um voto contra o sistema. A assim chamada democracia representativa deixou de representar os eleitores para representar alguns lóbis ou outros interesses.

Este nível do ABN é um alerta: são necessárias urgentes mudanças estruturais, a começar pelo sistema eleitoral. Por exemplo, nos EUA o congressista representa o seu eleitorado, pois não importa o partido, será penalizado se não o fizer. Como ele lá não tem reforma após oito anos, trabalha pelos seus eleitores, mesmo contra a orientação do partido. Aqui, em nome da “governança” exige-se fidelidade de voto, mesmo que seja contra os interesses do eleitor.

Este nível de ABN já ocorreu noutros países; é um alerta para tumultos populares. No Brasil, precedeu o golpe militar de 1964; no Chile, o de 1973. Na Grécia, os da década de 1970. Na Alemanha, o descrédito do Parlamento e da austeridade imposta durante a recessão dos 1930 trouxe ao poder extremistas da esquerda e da direita, como ocorreu agora na UE. Foi quando Hitler conseguiu tomar o poder e unir grande parte da Europa, para dominá-la com os seus simpatizantes e matar os outros. A promiscuidade entre os poderes legislativo, depois eliminado, o judicial, o executivo (Hitler) e o económico, trouxe um regime adorado pelos que com ele muito ganharam, odiado pelos pequenos países ocupados pelo nazismo xenófobo e assassino, que propagava, como a UE, que tudo estava bem.

Precisamos de uma outra UE para credibilizar o eleitor. Talvez um regresso ao Tratado de Maastricht que permitia alguma autonomia aos países pequenos e periféricos. Estes detalhes são discutidos cada vez mais pela elite pensante, e o livro bilingue Portugal pós-troika? Economic Democracy aborda este debate e apresenta soluções.

Continuar como está é querer tapar o sol com a peneira. O pó seco e amargo é fácil de, com qualquer faísca extremista, explodir.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Estas linhas são a história do meu 25A de 40 anos atrás.

Um telefonema, cedo de Lisboa pôs-me ao corrente do que ninguém ainda sabia em Bula, pequena vila a 50 km a norte de Bissau sede do Batalhão de Cavalaria 8320.

Eu comandava a 2ª companhia (por ausência do capitão transferido para uma companhia africana) que estava em intervenção, depois de meses de ocupação da região de Nhamate, 20 Km a leste de Bula. (quando em 2006 visitei esta, região no âmbito de uma missão do Banco Mundial, onde fora o meu quartel sede da companhia, a selva tinha imposto a Paz. Apenas a peanha e o pau da bandeira restavam ainda numa pequena clareira como memória de tempos que muitos querem esquecer, mas a memória e história não deixa; do cimento dos tijolos e das chapas restavam sinais luxuriantes escondidos pela natureza).

Este ano fui com o meu filho André e os meus netos ao Terreiro do Paço na noite de 24 assistir ao espectáculo de som e luz que Lisboa ofereceu aos seus munícipes e visitantes.

O meu neto José Maria, 12 anos, não largou mais a boina que lhe trouxe de recordação desse passado de mais de 40 anos, que teimo em não esquecer.

O André já era nascido em 1974 "tenho pensado muito no André, para ele todas as hipóteses são de um Portugal melhor. Pela primeira vez tive a noção correta de que me poderia bater por uma coisa que o beneficiaria, principalmente a ele…." e, como acredito que se passa na esmagadora maioria das famílias portuguesas, ignora quase tudo sobre a guerra de África. Saberá sobre colonialismo, saberá sobre o Estado Novo, mas sobre nós que em Abril de 1974 ainda lá estávamos pesa um silêncio de que somos responsáveis.

Ainda este ano, estafadas as noticias e as polémicas que ano após ano se adivinham nesta data, com discursos mais ameaçadores ou eloquentes, mas nem a curiosidade jornalística chega para procurar informação sobre o que foram esses dias de promessa, confusão e informação para os que estavam a milhares de kms de Portugal.

Há muito que se começa a saber sobre os que tinham decidido viver lá e tiveram de voltar depois, mas os que só queriam voltar, o mais depressa possível, pouco ou nada se sabe.

"Foi vivido o dia 1 da revolução. Para mim que vagueei entre o mito e o sonho, entre os fatos e as hipóteses, foi um dia de cansaço mental e de certa desilusão….. estavamos só alferes (milicianos) e houve logo quem dissesse que vamos todos a Bissau e eu disse que bastava uma declaração de adesão. Depois do almoço tornei a insistir e afirmei que chegou o momento de ser coerente comigo mesmo e de passar das palavras aos atos; tudo o que queria saber era se tinha representatividade deles para pedir ao comandante para mandar o telegrama; que achava imperioso que se fizesse uma reunião de informação com os soldado,s pois eles não estavam a perceber nada e que toda a manhã me tinham feito perguntas do género 'agora que são os militares que mandam nós somos mais que os civis' ou 'agora vamos embora mais depressa'…"

São intermináveis as linhas que escrevi a 25, 26, 27 de Abril e por aí fora até 25 de Maio, dia em que voltei para Lisboa.

Quarenta anos depois na noite ainda fria de Lisboa no meio de uma multidão – quantos seriam apenas turistas – multilinguistica, um espectáculo tecnologicamente impossível de sonhar em 1974 aqueceu as almas com as recordações de sempre.

Agarrado à minha boina militar, o meu neto Zé Maria nem podia imaginar que as emoções que a música e a imagem nos faziam sentir, eram muito mais importantes que os factos históricos que eu e o André íamos sublinhando.

E no Domingo lá fomos à Assembleia da Republica para que os meus netos José Maria e António Maria, por momentos discursassem na sala das sessões e na sala do senado, como se falar livremente e dizer o que pensamos fosse a mais simples e mais natural das coisas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Recolhi alguns apontamentos interessantes sobre a actualidade. A tal saída mais ou menos limpa, mais ou menos escatológica. 

Ei-los.

«O triunfalismo do primeiro-ministro a anunciar que Portugal vai sair do plano de ajuda da troika sem pedir um programa cautelar é perigoso. O cansaço e o olhar ausente dos ministros do Governo revelaram mais sobre a dureza dos tempos do que as palavras de Pedro Passos Coelho. Não tenhamos ilusões. O futuro não vai ser mais fácil. Anunciar amanhãs que cantam, quando ainda temos de estar preparados para tempestades, é vender sonhos que se podem transformar em pesadelos....» - Uma saída mais suja do que limpa, Helena Garrido, Jornal de Negócios

«A troika, agora de capuz, escondida ao virar da esquina, mas a salivar abundantemente à nossa mesa, não saiu de Portugal. Deu-nos uma aparência de férias em liberdade, prisioneiro em saída precária com pulseira electrónica num "InterRail". ... Nada me move contra a chanceler Merkel à excepção de que, fora do seu país, continua a dirigir cepos. Não é gente muito difícil de dirigir.» - Miguel Guedes, JN

«.... Toda esta não Europa saiu muito cara, a todos os europeus, em perda de crescimento, em desemprego, ou no acordar de tensões que podem colocar a paz e o projecto europeu em risco. A saída de que precisamos é a saída deste marasmo europeu, de que infelizmente o nosso Governo faz parte.» - Manuel Caldeira Cabral, Jornal de Negócios.

«É inacreditável que o governo se coloque numa situação de inferioridade». «Que o próprio governo se coloque nesta situação de inferioridade, arrastando o país e os portugueses, eu penso que é inacreditável. Temos que mostrar ao mundo que nos sabemos governar? Somos um país subdesenvolvido a quem a troika teve de ensinar a governar?» - Constança Cunha e Sá.

«... Neste momento precisávamos de condições para enfrentar os bloqueios fundamentais - de funcionamento da zona euro e da economia portuguesa. Infelizmente, empurrado pelos seus parceiros europeus e pela miopia eleitoral dos partidos do governo, a partir de agora Portugal ficará na situação do trapezista pouco preparado, que inicia a travessia, de um longo e fundo desfiladeiro. À mercê das circunstâncias. E sem rede.» Fernando Medina.

Concluo: "Quando uma crapulosa tirania espezinha homens na lama, [...] o procedimento científico é evidente. Seria demorado e trabalhoso cortar a cabeça aos tiranos, é mais fácil cortar o cabelo aos escravos". - G. K. Chesterton

Autoria e outros dados (tags, etc)

Os putos, os pardais e Crato, O Rapina.

Anabela Melão 7 Mai 14

Crato continua a não ter ideia do que fazer com a pasta que lhe meteram nas mãos. Ontem, perante os deputados da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, revelou a renegociação de uma linha de crédito (verbas comunitárias + Orçamento do Estado), para financiar o retomar das obras nas 14 escolas que estavam a ser intervencionadas pela Parque Escolar e que ele próprio mandou suspender. Sobre as obras do Parque Escolar, lamentavelmente, ainda muito se há-de dizer, e com muita razão! O que é certo é que o show-off que o fez pôr um ponto final nas obras não se resolve com um despacho, até porque implicará pagar indemnizações aos empreiteiros por paragem das empreitadas por ordem do dono da obra e por motivos exclusivamente imputáveis àquele [os consultores ministeriais continuam a evidenciar um desconhecimento constrangedor em matéria de contratação pública!]. Compensações cujo valor equivale a berlindes quando comparado com o tal custo que era imperativo subtrair ao orçamento da educação e que levou a que, estupidamente, mais de 62 mil crianças ficassem privadas do ensino de inglês. Também ontem, se anunciou que este será reposto, gradualmente, e que integrará obrigatoriamente o currículo do 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo do ensino básico a partir de 2015/2016. Crato joga nos infantis. No entretanto dos seus disparates juvenis, perderam-se três anos. Não conseguiu nada de positivamente registável na Escola Pública mas portou-se como um puto seguidor das linhas descosidas de Gaspar: os cortes na Educação atingiram os 1100 milhões nos últimos três anos. O bom puto levou a lição a peito e, fez o que lhe mandaram. Foi o "milagre" do rateio dos custos. Os putos, os outros, são-lhe completamente irrelevantes na questão! Assim como assim, de uma assentada só, encrencou o futuro de uma geração, falseou poupanças - é aguardar para verificar o custo com a sobrecarga de custos compensatórios a caírem nos bolsos gordos da Parque Escolar e outros - e degradou as condições de trabalho de professores e de alunos. Este puto, quando acabar de fazer os trabalhos manuais, passa à história, como uma das maiores desgraças que se abateu sobre a educação neste País, mas, malgrado tudo isto, há-de ter à sua espera uma cadeira forrada a oiro noutro qualquer poiso público. Os outros putos, os pobres putos, continuam por aí, lixados com este falso tutor, que nunca entendeu que os putos, os verdadeiros putos, «são como bandos de pardais à solta»! Os putos do poder nada entendem de pardais, são mais do tipo aves de rapina. Os putos, os pardais e Crato, O Rapina. AM

Autoria e outros dados (tags, etc)

Razões para o ataque cardíaco logo assim com o café da manhã.



Façam-me o favor de reler a Resolução n.º 480/XI, a tal com que o PSD propôs o chumbo do PEC IV. Eis aqui duas passagens: «Mais uma vez ogoverno recorre aos aumentos de impostos e cortes cegos na despesa, sem oferecer uma componente de crescimento económico, sem uma esperança aos portugueses.» «Mantém a receita preferida deste Governo: a solução da incompetência. Ou seja, se falta dinheiro, aumentam-se os impostos.»

A comunicação ao País via facebook de Cavaco Silva. «O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações peremtórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate. O que dizem agora? Neste tempo pré-eleitoral é apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reação ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar, ao mesmo tempo que lhes recomendo a leitura integral – e não truncada – do prefácio que escrevi para Roteiros VIII, disponível na página oficial da Presidência da República na Internet.» Mas que disparate é este? O povo que vá ler o prefácio para saber o que pensa sua excelência!? Que à senilidade de um órgão de soberania personificado numa pessoa não corresponda a imbecilidade colectiva de um povo! Merecemos este presidente?! Já não se temem as perguntas, mas temem-se as respostas! A indigência do comentário de Cavaco dirige-se a uns quantos indigentes. Mas a sua astúcia dirige-se, em particular, aos ignorantes. Voltamos ao PECs. E a pergunta que se impõe é só uma: o assalto ao pote em 2011 serviu a quem e para quê? Ali Bábá será um dos que sabe a resposta. Mas foram mais que 40, muitos mais.

Tudo isto a confirmar o estrondoso sucesso do «ajustamento» português, assente na «limpeza» da dita «saída», a 17 de Maio, tão oportuno (oportunista?!) para a Comissão Europeia, FMI e BCE, em período de eleições para o Parlamento Europeu!! A organização, por parte do BCE, do fórum 'Política Monetária num contexto financeiro em evolução', a realizar entre 25 e 27 de maio, com cerca de 150 participantes (e cá estarão para apalavrar Lagarde, Draghi e Barroso), reconduz-nos à falta de evidências substantivas do tal «sucesso» do «ajustamento», e, mais do que lançar o barro à parede, é o enterro da cabeça da avestruz na areia movediça em que se tornou este País. E escusam de se esforçar por encontrar uma qualquer relação causal entre o cumprimento do memorando e a descida das taxas de juro. As razões da descida generalizada das taxas de juro das dívidas soberanas nos países da periferia europeia radicam nas garantias de Mário Dragui de que o BCE tudo faria para evitar o desmembramento do euro (vide o anúncio de um eventual recurso a medidas de política monetária não convencionais mais agressivas), no excesso de liquidez nos mercados financeiros (reforçado pela saída de capitais dos países emergentes), na ameaça da «aritmética cruel da deflação» e na formação da «bolha especulativa», materializada na descida generalizada das taxas de juro um pouco por toda a Europa. Isto é, uma «euforia em torno das obrigações soberanas dos periféricos da zona euro» que não encontra justificação no estado real das economias destes países. O resto não passa disso: barro à parede ou areia movediça! Resta saber qual será a forma mais agradável de acabar com o País ... isto apesar de a vida dos cidadãos estar cada vez melhor! Rédea à solta em gado bravo na imensidade deste enorme deserto!

Autoria e outros dados (tags, etc)

A memória selectiva impera no palácio beneditino (coitado de são bento, viesse ele agora cá ver o uso que se dá "àquilo"!) e vejo alguns comentários de senhores.coisos.deputados. afirmando peremptoriamente que os "não eleitos não discursam no Parlamento". a modos que o pio cortado aos capitães agora procura cobertura nos costumes, brandos, sempre brandos! ora, bastaria conhecer o regimento do Parlamento para perceber que o "fenómeno" pode acontecer e já aconteceu!
«Tem a palavra o senhor professor doutor Rui Alarcão, cancelário reitor da Universidade de Coimbra.», assim o presidente da Assembleia da República, Vítor Crespo, a 13 de nov.1990, dava a palavra ao reitor de Coimbra, pelos 700 anos da universidade, reunida a câmara para essa "sessão solene comemorativa".
Já antes, na sessão solene do 5 de Outubro, em 1983, Tito de Morais, o presidente da Assembleia à época, dera a palavra a um cidadão não eleito, Afonso Costa (filho do ministro da Justiça, da I República), se bem que este tenha feito uso da palavra no átrio do Palácio de São Bento.
Pela mesma ordem de ideias, e outras que ainda haja, os militares de Abril pretendiam usar da palavra na sessão solene do 25 de Abril. Possibilidade que cabe nas competências da presidente da Assembleia da República, como define o regimento, no artigo 16.º ["convidar, a título excepcional, individualidades nacionais e estrangeiras a tomar lugar na sala das reuniões plenárias e a usar da palavra"]. Existem muitos - demasiados - casos em que se ateiam fogos por incompetência (protocolares, diplomáticas e outras ....). Este foi um caso de arrogância inábil. É cada vez mais fraca, porque dá jeito e assim convém, a qualidade (!) dos assessores parlamentares, ministeriáveis e outros que tais, mas Assunção Esteves é juridicamente capaz, pelo que, neste caso, a "sua" - só sua! - prepotência ficará nos anais da história do Parlamento. Com registo mais pesado do que o das duas vezes em que se abriram excepções. Porque desta negação se pretendeu fazer regra. E não se diga que o assunto morreu. Porque o futuro bem próximo há-de trazer mais oportunidades para, com o mesmo pretexto, tentar silenciar quem ouse ter voz! A voz dos carrascos que Assunção tanto achincalhou pode mesmo ter tido neste seu gesto o ímpeto e o apelo que a alma dos tais carrascos esperava! O Povo! Sim, aquela massa anónima imprevisível, indomável, imparável! Venham achas para a fogueira, que os Santos estão quase aí e já cheira a sardinha assada. AM

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds