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O Ouriço

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Resultado de imagem para francisco e merkelO Papa Francisco e a chanceler querem um globalismo mais "humanizado".

 

Angela Merkel é chanceler desde 2005, contra várias  reações. Para os inimigos, Merkel é uma líder tecnocrática e globalista sem contacto com as preocupações das pessoas comuns, e que impõe medidas de austeridade aos países mais fracos e mina as culturas nacionais através do incentivo à migração em massa.

Esta é a posição do primeiro-ministro da Hungria, da direita protestante, Viktor Orbán,e que representa os estados-nação que lutam por culturas tradicionais e independência económica. 

Merkel é defensora da solidariedade e da dignidade humana contra os populistas, e o Papa Francisco encorajou-a a lutar por acordos internacionais, incluindo o acordo de Paris.

O Santo Padre admira Merkel porque está convicto de que ela não é a globalista sinistra que os críticos apregoam e tem o mesmo objetivo do Vaticano : promover uma forma mais humanizada de globalização.

A plataforma política de Merkel (CDU), foi fundada na Alemanha Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, unindo católicos e protestantes na defesa dos direitos humanos e contra os horrores totalitários do Terceiro Reich.

Os políticos democratas cristãos do pós-guerra, sob a influência de Jacques Maritain, acreditavam nas democracias pluralistas, baseadas em consenso sobre a lei natural, a com a ajuda da compreensão cristã da pessoa. A paz seria promovida pela interdependência económica e social. Tais idéias cresceram no Concílio Vaticano II, sendo o Papa Paulo VI, um admirador de Maritain.

Em 2010, Merkel explicou as três raízes de seu partido; defender a liberdade e a paz por meios militares; promover a economia de mercado; promover a “herança social cristã” de tratar cada ser humano como um igual filho de Deus.

Antes da reunificação da Alemanha em 1990, a CDU era dominada pela tradição católica do sudoeste. A reunificação significou que a CDU se tornou mais nortenha e protestante. Quando Merkel, filha de um pastor protestante que cresceu na Alemanha Oriental, se tornou chefe da CDU, a velha guarda protestou contra o "protestantismo prussiano" das burocracias centralizadas e tecnocráticas.

Merkel revelou-se igual a si mesma na crise dos refugiados. É absurda a acusação de que Merkel planeou um influxo massivo de migrantes através da rota dos Balcãs. Mesmo o seu biógrafo crítico, Robin Alexander, em "Die Getriebenen", diz que Merkel foi impelida pelas circunstâncias e pelo dever.

Enfrentou o medo que os migrantes despertaram com um apelo às convicções morais cristãs. Os recém-chegados eram filhos de Deus. Quanto aos temores de que o Islão destruísse a cultura cristã da Europa, Merkel respondeu  “Quem está preocupado com a preservação da cultura cristã ...vá à Igreja e leia a Bíblia.” Excelente conselho.

O conselho é bom. Mas uma das razões pelas quais a prática cristã caiu na Europa do pós-guerra é sem dúvida o ideal pluralista e neutro de democracia que os democratas-cristãos promoveram.

Maritain pensava que numa democracia pluralista o consenso sobre os direitos humanos levaria a um fortalecimento da religião. Mas não foi assim. As sociedades sem Cristo tornaram-se seculares e a moral sexual divergiu dos ensinamentos da Igreja. Os partidos políticos como o CDU, têm respondido ao contínuo enfraquecimento de seu próprio compromisso com os princípios morais cristãos.

O Papa Francisco admira em Merkel o seu compromisso com a visão pluralista do desenvolvimento global que a Santa Sé promove desde o Concílio Vaticano II, em nome da paz, cooperação e prosperidade.

Mas há o risco de o pluralismo levar à marginalização do cristianismo, sobretudo quando o ensino moral católico entra em conflito com atitudes morais seculares.

Após o recente sínodo da família, Francisco tentou superar essa divergência com a Amoris Leetitia. Mas o testemunho da Igreja é uma coisa e Merkel sempre foi uma pragmática e perita em se acomodar a mudanças na opinião pública. Antes das eleições de 2017, aceitou a lei do casamento homossexual (mesmo que tenha votado contra): e assim tirou o tapete debaixo dos pés da oposição.

O Papa Francisco sabe muito bem o que é uma questão secundária e o que deve ser feito em nome um futuro comum .

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Entrevista

Mendo Henriques 15 Ago 18

https://www.youtube.com/watch?v=fkAu2PPC3tA

 

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A Promessa da Política

Mendo Henriques 15 Ago 18

 

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A Inglaterra sai do Brexit

Mendo Henriques 13 Ago 18

O Brexit nunca foi inevitável, como cada vez é mais evidente.
De acordo com sondagem, dos 632 distritos eleitorais no Reino Unido, ...341 têm agora uma maioria absoluta do FICAR, quando eram 229 em 2016..
O eleitorado britânico está a mudar de opinião após verificar que iria pagar em qualidade de vida e em independência a saída da União Europeia. Os britânicos não são eunucos que se deixam arrastar pelas vozes da má classe política.

Os britânicos têm a queixar-se de uma classe política que, por motivos diferentes, nunca lhes explicou as consequências do Brexit: o nacionalismo requentado de Nigel Farage, o oportunismo de Boris Johnson e Michael Gove, as trapalhadas globalistas de Cameron; as trapalhadas marxistas de Jeremy Corbin: e a ambição destruidora da senhora May combinaram-se para enganar os britânicos que agora querem fugir do pesadelo de isolamento em que a sr. May os colocou

Após dois anos de negociações que estão num impasse, a única saída será reverter o Brexit em novo referendo ou em voto do Parlamento. Apesar de tudo, os britânicos são uma casa da democracia.

Foto de Mendo Henriques.Foto de Mendo Henriques.

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