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Blogosfera que Pica
João Palmeiro 8 Jan 12
Escrevi esta frase em todas as mensagens de Bom Ano que enviei e quanto mais a escrevia mais me convencia de que a grande vantagem de 2012 está no conhecimento que vamos tendo do mundo que nos rodeia e do modelo social em que estamos organizados nas redes chamadas sociais.
Claro que não sabemos, nem podemos saber tudo, claro que a mais importante característica dos tempos de hoje é a consciência da relatividade, mas esta relatividade está sustentada em redes, cada vez mais extensas e densas e por isso mesmo cada vez mais caóticas e desorganizadas na regra do pensar e do exprimir esse pensamento.
O diário ‘El Mundo’, de Madrid, publicou em 2 de Janeiro uma sondagem sobre a popularidade dos Reis (João Carlos e Filipe) de Espanha; pouco importa o resultado (muito favorável á actuação da casa real no caso do genro do Rei, mais de três quartos dos espanhóis aprovam - na sondagem – a posição em relação a Iñaki) o que queria aqui sublinhar é que ouvi imediatamente nas ondas radiofónicas da informação, em Portugal, esta sondagem transformada numa sondagem á própria Monarquia em Espanha, como se cada vez que um presidente da Republica tem colaboradores vilões ou é, ele próprio, apanhado com a boca na botija, se tivesse de saber se eram as pessoas ou os regimes que deviam ser criticados.
Esta necessidade de num dia morno de noticias, tudo ainda dormita em Portugal, trazer para a ribalta um caso de policia que envolve uma alta personalidade espanhola deu-me o mote para o que considero o maior risco de 2012 em Portugal.
No ano passado adoptamos a Troika, como sempre fazemos com qualquer novidade, e, desde as anedotas á publicidade, a troika em lugar de ser objecto da nossa revolta foi objecto da nossa graça. É isso que nos distingue de outros na Europa e no Mundo.
Mas não podemos ficar por aí, á medida que os dias e os meses passam a Troika vai se integrando na nossa maquina político-administrativa e qualquer dia não será só objecto de anedotas, será ela própria a governação, a oposição, o conhecimento, o saber; enfim a justificação para tudo o que fazemos e não fizermos em Portugal.
Será então tempo de lançar uma sondagem sobre se aprovamos a actuação da Troika, que, rapidamente, transformaremos numa reprovação do regime europeu e provavelmente num apoio á revolta civilizada e de veludo contra a Troika; Marco António, Danton, Napoleão e Lenine, pelo menos, todos eles troikistas impenitentes serão apeados da Historia nas ruas de Lisboa e como só Napoleão se safou durante mais anos é possível que do Reino da Dinamarca não venha senão nevoeiro.
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