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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 9 Jan 12
Na primeira consultoria que fiz nos EUA aprendi algumas estratégias, entre elas a distinção entre batalha e guerra. Antes disso aprendi, a clássica máxima: “um administrador resolve problemas, um bom administrador prevê, previne e evita problemas”.
O Tratado de Lisboa é uma constituição imposta aos europeus, que já a Irlanda, França e Holanda tinham recusado em referendo. Os seis países da antiga CEE levaram vinte anos para se integrar, antes de entrarem mais três, todos com economias complementares, porém com um nível sócio-económico e educacional similar. Dez anos depois entraram mais três países, entre os quais Portugal, mais pobres, similares entre si mas díspares em relação aos do Norte. Mais dez anos depois, foi a vez dos periféricos Áustria, Finlândia e Suécia, complementares e similares. A ânsia de poder de alguns políticos trouxe ainda países muito díspares, como Estónia, Hungria e Malta para a UE, de uma só vez e finalmente, a Bulgária e a Roménia.
Aí surgiram os problemas de incoerências económicas, sociais e culturais. Os lobbies aproveitaram então para começar a impor as suas regras e a UE transformou-se num gigante onde não mandavam mais os representantes dos cidadãos, mas sim uma oligarquia formada por poucos grandes bancos de uns poucos grandes países. Os ideais e as teorias que eram a base da UE foram argumentos para enganar o cidadão. Hoje, cerca de metade dos eleitores abstém-se de votar no pouco representativo Parlamento Europeu.
Ao invés de dar o tempo necessário para melhor integração, a ânsia franco-alemã do domínio económico, pouco tempo depois trouxe 10 países que pouco ou nada tinham em comum com os demais e muito menos entre eles. O objectivo era impor nesses países os produtos que a grande indústria já não conseguia vender fora da UE, usando a força dos regulamentos comunitários, influenciados pelos grandes lobbies. Mentiram ao dizer que ao entrar na UE os pequenos países ganhariam um grande mercado. Como algures, as suas empresas foram compradas pelos cartéis franco-alemães ou faliram, á excepção das que não dão lucro. Os QREN´s eram e são uma forma de usar o dinheiro do contribuinte europeu para dar poder a políticos ineptos, condicionar investimentos , usando bens e serviços das empresas cartelizadas e de certos lobbies, agravando o risco de corrupção.
O velho truque de emprestar para escravizar voltou a funcionar. Desta vez não foi um conluio entre um banco e os seus maiores accionistas empresariais com o objectivo de esmagar a concorrência às indústrias deles, mas sim esmagar o tecido empresarial e a independência dos países ingénuos, com a dívida soberana, o que significa que a estratégia dos grandes especuladores está a resultar.
A troika foca-se apenas nos ovos de ouro e não na galinha; ao matá-la, ganha a batalha, mas todos nós perderemos a guerra se assim for.
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