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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 8 Mai 12
... deveria ler-se as entrevistas na íntegra, não se limitando os comentários ao conteúdo que vem nas capas dos jornais. Destaco apenas as últimas respostas da "polémica entrevista" de Mário Soares, sublinhando aspectos que merecem uma séria reflexão:
(...)
O sr. dr. interpretou essa expressão como um sinal de pré-ruptura…
Sim, sim. O PS sentiu-se durante um tempo obrigado – e bem, porque foi Sócrates que assinou o primeiro acordo – a cumprir. Mas agora que já está toda a gente a falar noutra linguagem, porque é que o Partido Socialista deve continuar a ser fiel a esse acordo?
O sr. dr. está a dizer que o PS já não tem que se sentir obrigado a ser fiel ao acordo da troika?
Exactamente. Tudo evoluiu: o acordo da troika, a troika e o país.
Portanto, o correcto é agora o PS dizer “já não nos sentimos identificados com o acordo da troika”…
Foi o que já disseram. “Sigam o seu caminho” – foi o que disse Seguro e eu concordei com essa expressão.
Isso significa ruptura, significa que o acordo da troika pode ir ao ar?
Pode ir ao ar. Senão for pelo PS, poderá ser pela própria troika que vai ao ar.
A troika pode, ela própria, implodir?
Claro que sim. A troika entrou aqui como se Portugal fosse um protectorado. Mas não é! Isso foi um erro terrível. O primeiro-ministro, com a sua mentalidade neoliberal, disse que era preciso ir além da troika, e isso não faz nenhum sentido, no meu entender. E cada vez faz menos, à medida que a receita se vai desfazendo.
O sr. dr. acha mesmo que a troika está a desfazer-se por causa da guerra entre o FMI e o Banco Central Europeu?
Sim, e por causa das situações que atravessam o resto da Europa.
O caminho certo para o PS e para o socialismo europeu é cortar com o programa da troika?
Acho que esse é o caminho. A austeridade tal como a definem não tem sentido. Pode haver uma certa austeridade, sim, mas devia começar no governo. A austeridade deveria começar no governo e não nas pessoas e, sobretudo, não nos pobres e nos desempregados.
Mas nós estamos obrigados a cumprir o programa da troika…
Essa obrigação foi assumida há um ano. Mas chegou ao fim. A austeridade tem limites. Aliás, até já o Presidente da República o disse.
E assim terminou a entrevista!
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