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O Ouriço

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Depois da crítica a Boaventura Sousa Santos pela sua entrevista ao Jornal i, Camilo Lourenço volta a apontar baterias ao [Dr.] Soares, também pela sua entrevista ao Jornal i

 

Sobre esta crónica, tenho apenas duas observações a fazer:

  • Camilo Lourenço, entre outros, ainda não perceberam que [Dr.] Soares é daqueles [dinossauros] políticos que gostam que falem dele, mesmo que falem mal. É sinal de que ainda está vivo e que [ainda] incomoda muita gente!
  • O recente elogio de Schäuble a Gaspar-não que não o merecesse*- faz parte de uma guerrilha de rapina, sem recurso a armas, com o objectivo de vir a tutelar, com a sua eleição para presidente do Eurogrupo-ou de alguém que partilhe dos interesses do governo de Berlim-, mecanismos de dívida como o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) assim como o Mecanismo Europeu de Estabilização (MEE), incluído no recente pacto fiscal assinado por 25 dos 27 estados membros, pacto esse que François Hollande pretende renegociar muito em breve.
É pena que Camilo Lourenço e muitos outros comentadores políticos, preencham páginas de jornais com assuntos que não têm qualquer interesse para a realpolitik-o primeiro ponto.

Já o segundo ponto [que mencionei] é aquele que nos interessa mais de momento, na eminência de virmos a precisar de um segundo resgate, caso Grécia saia da zona euro e/ou espanha peça brevemente ajuda externa. No caso Espanhol, esse impasse  que depende directamente do (in)sucesso da fusão em velocidade cruzeiro da banca espanhola** e consequente recapitalização. 
Em concreto, no caso de um país precisar de ser resgatado, de acordo com os actuais moldes, serão os países centrais como França,Finlândia,Holanda e Áustria que controlarão a emissão de títulos [de dívida], mantendo taxas de juro diferenciadas de país para país, o que pode vir a revelar-se uma grande armadilha ao ponto de vir a provocar ainda mais desiquilíbrios orçamentais no seio na zona euro, impossibilitanto estados em dificuldade de se financiarem, mesmo junto dos seus parceiros europeus. Suponho que não precise de dizer mais nada...

* O artigo científico de Vitor Gaspar em colaboração com Frank Smets e David Vestin, no qual foi introduzido um novo modelo neo-keynesiano [adaptivo] para a curva de Philllips (curva que relaciona o trade-off entre inflação com desemprego a curto prazo) tomando em linha de conta não apenas o investimento público mas também o investimento privado, é um dos artigos mais citados na comunidade [dos que trabalham no sistema financeiro] com 72 citações, superando inclusivé as citações a Mario Draghi.
** Com o processo de fusão de La Caixa-um dos principais accionistas do BPI-Isabel dos Santos reforçou a sua posição como accionista, tanto no BPI como na Zon.

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2 comentários

De João Eduardo a 09.05.2012 às 03:09

Grécia. Regiões Europeias totalmente desorganizadas, onde não se sabe quantas ilhas é que há, e onde o estilo de vida é o do desenrascamento total.



Itália. Parte de região do Norte totalmente organizada, para só para algumas pessoas, e parte da região do Sul totalmente organizada, para só um pequeno número de algumas pessoas.


França. Região raramente desorganizada, mas quando há desorganização é uma revolução.



Espanha. Regiões raramente desorganizadas, mas quando há mais desorganizações é o País a crescer.





Portugal. Região organizada em desorganizações, e o país a decrescer.

De Mendo Henriques a 09.05.2012 às 11:56

Comentario de Eduardo é críptico mas relevante. Portugal tem de facto um problema de organização. Lembre-se o Como Organizar Portugal, de Fernando Pessoa

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