Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

O Ouriço

MENU

Com a adesão à zona Euro, muitos dos governos-na eminência de violarem a regra de ouro para o défice (não além dos 3%), tiveram de contrair dívida público-privada, assegurando os privados uma parte do investimento.

Talvez isso explique porque a dívida pública tem vindo a aumentar exponencialmente de 2001 para cá (vésperas de entrada em circulação do euro):
Curiosamente, desde a nossa entrada na zona euro, a dívida pública Portuguesa está [muito] próxima das dívidas públicas francesas e alemã, assim como da média da zona euro:
Depois da minha curta explicação exploratória com recurso a dados concretos, gostava que pessoas como a Maria Teixeira Alves do blogue colectivo Corta Fitas, me explicassem como será possível, nas condições do actual pacto orçamental assinado em Janeiro passado, que a dita austeridade [com direito a sanções aos ditos infractores]os países da zona euro, em particular os periféricos, voltem a crescer assim como baixar a sua dívida pública com a actual carga fiscal, que provoca, entre outras coisas, uma quebra da receita em termos de IRC.Já nem falo nos cortes salariais. 
Já agora, que me explique(m), onde se encontra a contradição entre controlo do défice contrabalançado com algum,controlado e bem medido, aumento [artificial] da inflação, como forma a potenciar, em particular, o investimento privado.
Por acaso, até temos em Portugal um bom exemplo de investimento privado, criado nestes moldes, que benificiou , nos finais dos anos 80 e princípio dos anos 90, com a desvalorização artificial do escudo (a dita emissão de moeda), contribuindo assim para se estabelecer em Portugal assim como criar de empregos na economia real: A Auto-Europa.
Já o mesmo não podemos dizer da privatização da EDP...
Adenda:  Em 5 anos de Eliseu, Sarkozy, um dos grandes defensores das políticas de austeridade, deu-se ao luxo de aumentar a dívida francesa em cerca de 600 mil milhões-dá uma média de 120 mil milhões de euros por ano. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

2 comentários

De Maria Teixeira Alves a 09.05.2012 às 12:46

Não tenho muito tempo para desenvolver. Mas quero lembrar-lhe que o BCE já está a injectar dinheiro na economia (bancos) a longo prazo (LTRO, a três anos). Lembro-lhe também que o Governo em todas as ajudas que dá aos bancos, assim como a troika em todas a metas que impõe aos bancos, exige o crédito às PME´s de serviços e bens transaccionáveis, e exportadoras. É verdade que as medidas são mais rápidas a desenhar do que a implementar, e este Governo não escapa a este problema da lentidão. No entanto isso não é a mesma coisa que dizer que há uma alternativa à austeridade, que não há. O problema da dívida sobre o PIB é que é um rácio e é um stock. Claro que a descida do PIB agrava o rácio e que o aumento dos juros da dívida agrava o défice, o que dificulta tudo. É esse o problema de antes terem achado que a fuga para a frente é que trazia crescimento, e assim a dívida ultrapassou os 80% do PIB e a partir daí entra-se numa espiral.
Isto é como gerir uma casa, se acumulamos muitas dívidas e a receita não entra ou é insuficiente, às tantas não conseguimos pagar as dívidas. É por isso que os investidores (Goldman Sachs, Pimco, etc) não compram a dívida portuguesa ou compram a juros muito altos. A única saída é travar os gastos correntes para que, da pouca receita que entra, alguma sirva para amortizar a dívida e assim voltar a ter um rácio de endividamento que permita o cumprimento das obrigações enquanto devedores. É isto.

De Faust Von Goethe a 09.05.2012 às 19:32

Concordo com tudo o que disseste Maria, mas faltam três variáveis muito importante que te esqueceste de mencionar.

i) O %LTRO na banca foi feito com o objectivo de evitar a curto prazo o "credit crunch" da banca. Até ao dinheiro chegar à economia real vai um passo de gigante e dependerá, segundo a minha perspectiva, dos empréstimos interbancários-Desde a falência do Lehman que a banca deixou de confiar, até na sua "própria sombra"...
ii) Tal como disse Vítor Gaspar, o programa de assistência financeira protege-nos... O mesmo não se pode dizer de Espanha que, há hora que escrevo este comentário, prepara-se para nacionalizar o "Bankia". Por alguma razão, desde que o BCE deixou de ir aos mercados, as yields Espanholas e Italianas mas as Portuguesas (curiosamente) não-desafiaram as leis da gravidade.
iii) Miguel Frasquilhe citou na sua crónica mensal no jornal de negócios que o acordo de concertação social tem sido importante para restabelecer a confiança dos investidores. O mesmo não o podemos dizer de Espanha (lembrar o que aconteceu em Barcelona) e na Grécia.

Nem quero imaginar o que nos acontecerá se, no calor do momento, João Proença se lembra de rasgar o acordo de concertação social...

Comentar post

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds