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Blogosfera que Pica
John Wolf 9 Mai 12
Se a economia real de um país ou região não é capaz de gerar por si, a inovação, o investimento, o crescimento, o emprego, a oferta e procura de bens e serviços, o consumo público e privado, a estabilidade de preços, as receitas fiscais e a despesa pública de um modo cíclico, não me parece que a austeridade seja a receita indicada. Embora não o queiram admitir, por razões de ordem histórica e cultural, o aumento da base monetária será o caminho a tomar pelo Banco Central Europeu. O caminho será escolhido mas será intensamente indesejado por receio da geração de inflação desenfreada. Contudo, o problema não tem tanto a ver com o fabrico "industrial" de dinheiro, mas com a canalização. Ou seja, a relação entre as instituições bancárias europeias e os "rebentos" de empreendedorismo que conduzem ao crescimento económico. O fluxo de capitais de uma condição passiva para um estatuto activo. O combustível para que se possa fazer deflagrar a chama do crescimento.
A Europa, a União Europeia (UE), em suma, o establishment europeu, tem demonstrado uma falta de entendimento dos pressupostos económicos. Se os bancos não emprestam por temerem as perdas de "gastos escaldados", no outro lado do campo resvalado, os empresários não conseguem deitar mão a meios financeiros que permitam a continuidade dos negócios, ou numa base optimal, no próprio start-up de empresas que possam restituir um pouco de vantagem económica. Encontramo-nos deste modo, num impasse, no fosso que separa a possibilidade de retoma da recessão prolongada, que em certos países já assume a forma de depressão. O modo como os políticos irão congeminar a injecção de dinheiros nas economias patologicamente afectadas, será a questão fulcral dos próximos tempos. A Grécia necessitará de mais meios para se manter à tona. Portugal provavelmente seguirá o mesmo caminho. Se os dadores, que serão confrontados com as exigências de mercado, de Espanha e França, entre outros, não estiverem dispostos a conceder mais "prestações" com retorno incerto, não será de excluir, a breve trecho, decisões unilaterais de países membros da UE. Há quem afirme que até o verão a Grécia abandonará o euro. E isso será simultaneamente um drama e um drachma.
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