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O Ouriço

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Caros leitores, peço desculpas, mas hoje, ao contrário do habitual, usarei uma linguagem complexa.

 Num debate com o Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, no International  Club of Portugal, tive o privilégio de apresentar a recente previsão de um grupo independente e internacional, que também contabiliza a recessão na UE e nos EUA.

 

O pouco tempo que tive não permitiu relatar a metodologia usada, baseada em avançados modelos de qualidade na recolha dos dados, para evitar-se o conhecido “garbage in, garbage out”. Este método foi desenvolvido em Universidades Norteamericanas e aperfeiçoado em Estocolmo. Depois, o modelo matemático foi composto em Stanford. Continuamente revista, a fórmula conta os longos ciclos não apenas gerais, como as curvas de Kondrantieff, mas os específicos para setores-chave e matérias-primas. Considera ainda fatores não económicos, como os sociais e políticos. Usa, portanto, um modelo matemático com muitas células e medições ao longo de muitos anos, para melhor integrar os seus ciclos.

 

Uma das mais importantes e difíceis avaliações é a probabilidade das probabilidades, i.e, a coincidência de várias probabilidades assimétricas e não-lineares influenciarem a probabilidade natural de cada um dos fatores. E usa os early warning indicators de alguns produtos, como os aços especiais usados na fabricação de máquinas operatrizes. Ler mais detalhes metodológicos sff no capítulo 5 do livro PORTUGAL RURAL.

 

Para poder recolher dados do mundo real, visitei, ao longo de 2004 a 2008 umas 500 PMEs e entrevistei outros 480 empresários mais administradores de médias e grandes empresas, antes de escrever a série de livros COMO SAIR DA CRISE.

 

Graças à esta metodologia pude publicar já em 11/11/04, que esta crise viria. No início de 2005 alertei para a implosão da bolsa de Lisboa e no Prós e Contras de 01/03/10 alertei para a revolução na Grécia. Pouco depois sugeri que Portugal saísse do Euro. Então considerado algo totalmente impensável, é hoje tema de debate diário não só em Portugal.

 

PORTUGAL 2014, OS DADOS

 

Usando esta fórmula dinâmica e integrada temos:

 

1. 26% de desemprego, 32% no Algarve, 30% na Região do Porto, no total 1,3 a 1,4 milhões;

 

- consequência: brutal aumento dos custos sociais e da criminalidade, com destruição de património, empenho e civilidade.

 

2. Em 25 anos sucessivos governos reduziram a economia paralela de 55% para uns 30%; em 25 semanas poderá voltar aos 55%;

 

- consequência: forte queda da receita fiscal.

 

3. Entre 100 a 120 mil experientes técnicos e engenheiros lusos emigrarão por ano;

 

- consequência: menor desemprego de curto prazo, mas brutal queda na competitividade de muitos setores exportadores.

 

4. Previsões da NASA: devido às explosões solares, fortes secas e enchentes extremas em 2013;

 

- consequências na agricultura e no património também em 2014.

 

5. Instabilidade política e social na Grécia, Itália, Espanha e talvez França;

 

- consequência: desinvestimento em Portugal.

 

6. Devido ao massivo influxo da moeda Euro sem a equivalente nova produção de bens e serviços, teremos uma inflação crescente, sem crescimento real, a estagflação;

 

- consequência: retração nos investimentos produtivos.

 

7. Devido à má utilização dos fundos europeus nas recentes décadas e mais 12 países pobres na UE, eles exigirão mais recursos para si e menos para Portugal;

 

- Consequência:  QRENs  limitados em 2014.

 

SOLUÇÕES A IMPLANTAR ATÉ 30/06

 

Sabemos que as mudanças estruturais têm fortes resistências que atuam não só ao nível central. É preciso alterar práticas. E nem sempre é possível alterar atitudes. Best practice é o despedimento massivo das chefias do aparelho do estado, como ocorreu em vários países, como nos EUA e no Brasil, há uns 20 a 30 anos.

 

1. A melhor prática é, até 30/06, destituir não 20, mas 100mil funcionários públicos, mesmo tendo que continuar a pagar os seus salários. Pois eles fazem menos mal em casa do que nos efeitos da sua arrogância ou resistência às mudanças, se em serviço. Dê-lhes boa qualificação e um real micro-crédito para empreender ou então emigrar.

 

2. Instituir Observatórios Setoriais Informais, voluntários, onde cada ministro teria um grupo de representantes dos vários players, dos vários setores, da maioria dos distritos, apartidários. Como foi o Conselho de Desenvolvimento Económico-Social do Presidente Lula, que o aconselhou nos detalhes para melhor utilizar o potencial de cada região e permitiu o forte crescimento do Brasil nos últimos 6 anos.

 

3. Dar poder ao Tribunal de Contas para, como em outros países, travar a conta bancária das instituições públicas que não apresentem as suas contas de forma correta e atempada, que não de imediato corrijam irregularidades ou que não estejam a atingir os seus objetivos.

 

4. Avaliar as instituições públicas, por alguma universidade estrangeira idónea, sem cunhas. E assim eliminar por completo, como Tatcher fez, aquelas que não atingem os seus objetivos no mundo real. E delegar às melhores, as atribuições das eliminadas.

 

Todo este trabalho em paralelo levará dois anos para resultar, daí ter que começar neste trimestre.

 

Ofereci ao ministro 4 livros com a lista dos nichos fáceis de exportar e para evitar importações. Podem gerar 147mil empregos no Sul, 162mil nas Beiras e Baixo Tejo, 178mil na Região Centro e 132mil em outras áreas rurais; alguns são alternativos, e assim totalizam uns 490mil, em 24 meses.

 

AMO PORTUGAL! GARANTO: YES, WE CAN,TOGETHER



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3 comentários

De Rita Moura Rodrigues a 26.05.2012 às 01:10

O panorama é negro, as soluções parecem relativamente fáceis e exequíveis e o tempo que Portugal tem para tomar as decisões acertadas é muito curto (aliás, estas têm sido sucessivamente adiadas). Como é que ainda continuamos a caminhar para o abismo? Porque é que não se dão ouvidos aos analistas independentes que há muito tempo que alertam para os erros que os decisores políticos sucessivamente têm cometido? À força de apenas alguns quererem o país só para si, este acaba por não ser para ninguém. Ninguém fica a ganhar com uma sociedade “falida”: uns porque caem em situação de pobreza e exclusão social, outros porque, mesmo que sejam insensíveis à crise social, acabam por sofrer as suas consequências através da insegurança e do aumento da criminalidade. Não existe apenas um modelo económico e social, não temos que nos sentirmos condenados a ficar num ou noutro lado da barricada.

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