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O Ouriço

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A minha forma de ser patriótico neste Eurocampeonato de 2012 é desejar que Portugal perca, que não vá além da 1ª fase. Não é masoquismo, não. Eu explico.

Aceito perfeitamente a atitude oposta. É natural querer ganhar. Mas discordo do que está por detrás dessa emoção das vitórias.

A pátria não se joga nos pés. As emoções que unem e dão alegria de nada servem se não forem aplicadas às dores e aos problemas que enfrentamos.

Que seria vencer contra os tais do "grupo da morte?" Seria arranjar mais uma ocupação que nos distraia: "Eh pá.. isto está uma m***a mas ao menos no futebol..."

Seria pensar que já "não estamos à beira do abismo", como diz a criatura ... frase que parece daqueles desenhos animados que só caem quando olham para baixo...

Seria dizer "Estamos em recessão, austeridade e desemprego, a tal RDA, mas somos bons na bola..:"

Seria olhar de modo beato para os pézinhos milagreiros do número 7 - que aliás me desperta simpatia porque faz bem o que lhe pedem para fazer - esquecendo por momentos que os nossos políticos só fazem mal o que lhes pedimos .

Não, mais enganos, não. Prefiro uma derrota de Portugal logo no 1º jogo, rápida, lancinante, estrondosa e sem apelo daquelas de 7-0, bem ....enfim 3-1, para que possamos pensar como ganhar na vida real.

Perder no futebol, parece-me a forma mais direta de preparamos as nossas vitórias na vida real, enfrentar o que interessa, em vez de uma vez mais andarmos ao engano. Possivelmente estou pouco acompanhado nisto.... Que remédio. Prefiro ser o que acho mais razoável.  

 

PS: Então... e se Portugal passar à 2ª fase ? Fico chateado ? Não fico nada... Escrevo uma coisa parecida com esta a dizer que é melhor ter outros sonhos de grandeza, pessoal e coletiva, do que dar tiros certos com os pés. E que é melhor ficarmos por aqui.

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19 comentários

De João Eduardo a 07.06.2012 às 10:39

O silêncio é de oiro!

De Mendo Henriques a 09.06.2012 às 16:16

Caro João Eduardo. E a palavra é de prata .E este tabu português do futebol que confunde o patrioteirismo com patriotismo tem de ser enfrentado !

De Faust Von Goethe a 07.06.2012 às 14:10

Nos tempos da RDA, os alemães de leste viviam mal mas acumulavam títulos em ginástica artística et all. Os Jogos Olímpicos de Seoul são uma prova viva onde a RDA (ou DDR) acumulou mais medalhas olímpicas que a RFA (viviam melhor).

De Bruno a 07.06.2012 às 16:13

Concordo plenamente, aliás já à alguns anos que sou sempre contra Portugal por ser patriota. Gosto de patriotismo sustentado. Muito haveria a dizer sobre a palhaçada que se faz em torno da selecção, enfim devaneios de um país que tem vergonha de si

De Mendo Henriques a 07.06.2012 às 17:05

É isso Bruno... Que o circo acabe depressa para podermos começar a pensar onde vamos buscar o pão para comer durante o período da troika.

De Alcides Sarmento a 07.06.2012 às 17:24

A minha primeira reacção foi de total adesão à sua tese. Intelectualmente partilho-a por inteiro e acrescentava-lhe mais um benefício: vindo mais cedo para casa ficam mais baratos ao País (pelos vistos instalaram-se que nem nababos, como convém à trupe do futebol).
Mas o povo senhor! mas o povo! Será que não tem direito pelo menos aos triunfos do futebol, já que mais nada, ou quase mais nada, lhe serve de alegria! Não será soberba nossa - mesmo que a Razão nos assista- privar o povo dessas alegrias?

De Mendo Henriques a 07.06.2012 às 23:36

Viva Alcides.. Há quanto tempo...!!!!! Mas aqui nos comentários Pereira respondeu e bem: "Citando, Simón Bolívar: " Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição""

De Filipe Pereira a 07.06.2012 às 18:58

Eu como amante de futebol e português acima de tudo,gostava que a selecção ganha-se este campeonato europeu. Mas também percebo a intenção do post. Nós portugueses por vezes esquecemos daquilo que realmente importa. O trabalho, o país, os estudos, a família e a politica. Citando, Simón Bolívar: " Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição"

De Mendo Henriques a 07.06.2012 às 23:34

É .. Essa ideia do Bolívar está em força. Aqui no Ouriço o Nelson falou do presidente Rafael Correia do Equador como dando lições.

De Ilda a 07.06.2012 às 21:08

Caros Ouriços, não posso estar mais de acordo...! Para casa já e em força!!!!!!
Ilda

De António R. Ribeiro a 07.06.2012 às 23:24

Eu não podia estar mais de acordo.
Aqueles que hoje vivem na angustia do dia a dia sem esperança, e são muitos, acredito que passem ao lado de futebóis.

De Mendo Henriques a 07.06.2012 às 23:33

Pois A.R. Ribeiro. É que futebol já há todos os dias. Parece a hidra de Lerna. Cada cabeça que cortam, nascem mais.

De Artur de Oliveira a 08.06.2012 às 01:04

O Futebol é o ópio com que este regime de senhores feudais distrai o povo...

De Mendo Henriques a 09.06.2012 às 09:54

Nada a ver com o comentário de MArx.

São tudo menos senhores feudais ... Esses tinham por vezes grandeza em vez de arrogância. como mostra os episódios da Fronda Francesa ...

Também não é ópio, não, porque existem elementos poistivos no futebol como o espírito de equipa, a competividade, o culto do corpo e tirar os quaresmas das misérias.,

É uma distorsão de coisas boas

De apostas euro 2012 a 08.06.2012 às 16:42

absolutamente de acordo... É melhor do que viver de ilusões.

De Mendo Henriques a 10.06.2012 às 14:12

Viva Ricardo! è mesmo!

De Frederico Carvalho a 10.06.2012 às 02:54

E não nos esqueçamos da promiscuidade (ou inevitabilidade, depende da perspectiva) entre o futebol e a política em Portugal. Parecem gémeos siameses e, quiçá, aqui no texto temos uma resposta; uns ocupam-se de nos enganar e os outros de nos iludir, servindo-se do país! É o pão e circo dos tempos modernos.

De Mendo Henriques a 10.06.2012 às 18:17

No livro de Simon Kupper que eu tenho "Soccer against the world" explica-se o impacto da bola em ditaduras africanas, nas mafias da Ucrania, onde agora se desenrola o euro 2012, em coisas tão fortes como o celtic de edimburgo ser de catolicos e rANGERS DE PROTESTANTES, etc.é um manancial de exemplos dessa interação politica futbeol

De Luís Barrocas a 10.06.2012 às 11:54

Concordo. A distração política olha para o apaziguante relvado.

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