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Blogosfera que Pica
Paulino Brilhante Santos 19 Jun 12
A sucessão dessas crises e os seus dramáticos efeitos acumulados varreram países e continentes inteiros, afetaram e ainda afetam centenas de milhões de pessoas em todo o mundo e as distorsões que provocaram ao nível do aumento da pobreza e das desigualdades sociais, das assimetrias de desenvolvimento económico e social- no nosso caso, entre os países ditos “PIIGS” e do Centro e Leste da Europa e os países ditos do “Norte” da Europa – nunca viriam a ser corrigidas e desde então não cessam de causar os problemas económicos e sociais que se limitaram a ser agudizados com a presente “crise das dívidas soberanas”, depois de terem sido exasperados com a anterior crise do “subprime” de 2007-2008.
Senão vejamos a lista, aliás, não exaustiva:
a) Crise do “peso” mexicano de 1982
b) Crise das caixas de crédito mútuo americanas (“savings & loans”) de 1984/1987
c) Crise do Brasil de 1988;
d) Crise do “peso” mexicano de 1995;
e) Crise das dividas asiáticas de 1997;
f) Crises do Brasil e da Rússia em 1988 e 1999 e do fundo especulativo (“hedge fund”) americano LTCM em 1999;
g) Crise das empresas da internet (“dotcoms”) em 2000;
h) Crise da Argentina em 2001;
i) Crise da Turquia em 2002;
j) Crise dos mercados financeiros internacionais de 2003/2004
k) Crise do subprime 2007/2008;
l) Crise das dívidas soberanas 2009/2012
Estas foram apenas as crises financeiras e bolsistas que ao longo destes anos tiveram impacto mundial e determinaram recessões económicas nos Estados Unidos, na Europa (incluindo Portugal) nos demais países da OCDE e noutros países. Nesses períodos houve momentos de retoma e até de alguma euforia nos mercados, é certo, mas apenas até ao crash bolsista seguinte.
Perante este quadro, como é que ainda se pode falar de “medidas de emergência” para acorrer a situações “únicas”, “excecionais” e “sem precedentes? O máximo que se pode afirmar olhando para esta verdadeira lista negra é que desde que foi estabelecido o malfadado “Consenso de Washington” as crises sucederam-se a um ritmo sem precedentes, a uma cadência média de uma a cada três ou quatro anos; que nos últimos tempos os ciclos entre crises têm vindo a reduzir-se; e que a gravidade e consequências de cada ciclo recessivo tem vindo a aumentar.
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