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Blogosfera que Pica
John Wolf 29 Jun 12
Há escassos anos seria impensável o desmoronamento do Euro, dadas as certezas em torno da divisa e do futuro (risonho) da Europa. Ainda me recordo do dia em que congratulei pessoalmente o então Ministro das Finanças, Prof. António de Sousa Franco, pela introdução da divisa. Achei estranho à época que nem sequer "tiveram" (Quem? o BCE? o Ministério das Finanças? o Banco de Portugal) a gentileza de oferecer ao ministro em funções a saqueta de moedas virgens, o tal kit para "euro-iniciados" e, desse modo, alguém que me é próximo e de outra nacionalidade que não a Portuguesa, decidiu entregar-lhe o invólucro com o conjunto de moedas reluzentes. Passada mais de uma década, e no contexto da efectiva possibilidade de ruína do Euro, o Escudo começa a ser mentalmente resgatado do arquivo económico e financeiro, como um suplente de última hora, um velho conhecido. Pois bem, acho muito importante que se preparem planos de contingência, mas talvez seja uma ideia atirar para a frente, ao invés de regredir e regressar ao passado. O que quero dizer com isto? Estou a pensar alto, por isso perdoem-me os devaneios, a loucura momentânea, mas parece-me que a insanidade afinal não é tão incomum nos dias que correm. Estou a imaginar a possibilidade de agarrar um "verbo" de uso raro nesta freguesia. Um conceito que não deve ser descurado no contexto da actual crise económica, financeira e...cambial. Em inglês o verbo "to peg" tem variadíssimas aplicações, mas se quisermos simplificar a tradução e integrá-lo no quadro desta discussão, o "peg" tem relação com a "pega". Não com a pega de caras, mas talvez com a de coroas. Se o Euro der de frosques ou o mandarem dar uma volta, e uma nova moeda for requerida, não é forçoso que o histórico Escudo regresse com a face lavada. Uma nova divisa poderia nascer "pegada" a uma outra divisa. O Dinar da Jordânia, assim como o Dólar de Hong Kong e mais quinze divisas de outras tantas soberanias, estão efectivamente ligadas cambialmente, e de um modo fixo, ao Dólar Americano. Há que estudar as vantagens e desvantagens de tal opção e começar a pensar num nome para a nova moeda que rompe com os passados da cabeça. O passado do Euro e o passado do Escudo. Aceitam-se sugestões. Dólar-Tostão? Yuan-Reis?
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