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O Ouriço

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António Borges tem razão quando afirma que devemos aumentar a produtividade ou reduzir os custos laborais. Quem apenas opina sem calcular, interpreta como sendo o salário do trolha. Como só escrevo quando tenho dados e tendo feito análise comparativa em vários setores entre a estrutura de custos de Portugal e a dos nórdicos e alemães, vamos aos dados reais.

 

Precisamos de exportar mais bens transacionáveis, e evitar importar bens de origem rural e agroindustriais. E reduzir a importação de crude. Há poucas fileiras onde ainda somos competitivos, p.ex. na pasta de papel e nos moldes e formas, vários nichos do mobiliário e aí não precisamos mexer. Os bens em que o peso do produto torna o transporte caro são aqui mais caros do que na Europa, p.ex. cimento, ferro, azulejos e outros materiais de construção, apesar do custo horário do trolha ser mais baixo. É o efeito dos cartéis, aqui permitidos.

 

O que então encarece o custo na produção? Os custos de contexto e as hierarquias inúteis.

O custo total da hora de trabalho de um trolha ou técnico de produção aqui é, na maioria das fileiras acima, menos da metade do que na Europa do norte. Mas temos mais hierarquias entre estes e o big-boss. Lá há um não-produtivo para cada 9 a 16 produtivos, aqui, consoante a fileira e o nicho, temos o dobro. Nas giga empresas lá há forte descentralização, p.ex. nas lojas, para satisfazer o cliente e assim fidelizá-lo e poder reduzir os custos em publicidade. Isto aqui é raro nas empresas em geral mais ainda na distribuição alimentar.

 

Lá o presidente das grandes empresas visita cada trolha no seu posto de trabalho ou pelo menos no departamento ou loja pelo menos 2 a 4 vezes por ano. E aqui? Escrevi em 2006 num jornal, que impressionou-me os gerentes das agências de viagem do grupo BES terem medo de mencionar o nome do presidente; quem o disse sussurrou, para os colegas não ouvirem que mo dizia. Medo impede empenho.

O custo dos diretores/presidentes das grandes empresas portuguesas é 50 a 90% maior do que as similares no norte da Europa e o IRS lá para eles é maior. As inúteis chefias intermédias encarecem a hora trabalhada nas fileiras de bens transacionáveis ainda exportáveis em 12 a 22%, consoante o setor. Para que precisamos delas? Pela burocracia que faz o big-boss himself perder muito tempo com os que ‘inventam dificuldades para vender facilidades’, com a banca, a presença em longos almoços ‘para ser lembrado’ para uma futura ou passada cunha, em longas conversas/intrigas, o trânsito, e não só.

 

Yes, António Borges, traga para Portugal o modelo alemão ou nórdico (a Suécia teve +4,8% no PIB em 2011, com forte exportação) e teremos o trolha a ganhar 980e/mês, o chefe dele +16%, i.e, 1150, o regional 1350, o diretor 1700 e o presidente 2300. O custo com escritórios de advocacia e direito fiscal e com o saco azul somem e as empresas investiriam em poupar energia (aqui é cara) e fidelizar clientes, que é mais barato do que a publicidade para ganhar novos

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