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Blogosfera que Pica
John Wolf 12 Jul 12
O que está a acontecer ao país é uma espécie de suicídio. Uma matança lenta levada a cabo pelo sistema de justiça, pela corrupção, o tráfico de influências e favores. Trata-se de uma autoflagelação realizada com uma corrente de opinião intensamente negativa e que destrói o sonho e a esperança. A antítese do sucesso alcançado honestamente, degrau a degrau, da origem quase sempre humilde à realização plena, a recompensa natural ou material se assim for desejada. O que está a acontecer com os falsos prémios e licenciaturas e a concessão de privilégios é uma "coisa noja", uma "cosa nostra" à Portuguesa que semeia a desconfiança de lés a lés, que faz olhar de lado para os Portugueses impolutos, os cumpridores da integridade e que em consequência da vergonha a que assistimos, são obrigados a assumir o estatuto de um bastião - a derradeira reserva ética -, e ser ainda melhores do que efectivamente são. Sobre os ombros dos genuínos está um fardo maior, uma carga de trabalhos, a sujidade lançada num caudal que parece não findar. Conheço os honrados de Portugal que admiro pela sua grandeza que transcende a nacionalidade. Porém, o descalabro lusitano, as asneiradas realizadas pelos santos da casa serve para emitir um atestado de descrença que é percepcionado muito para além da fronteira mais próxima. Portugal já nem se encontra orgulhosamente só para poder passar despercebido. Qualquer que seja o sistema de classificação que se queira adoptar, somos testemunhas da mão que lava a outra, o rating doméstico, uma pontuação negativa muito mais nefasta do que qualquer juízo estranho, estrangeiro. Quando a ordem se inverte, e o dinheiro e o poder servem para comprar a vantagem, tudo cai por terra. É assim que eu vejo as coisas neste momento. Portugal a depender de si mais do que nunca. O que se exige é uma auditoria sistemática de todas as dimensões passíveis de usurpação. Todas as dimensões sem excepção. Dos partidos políticos aos sindicatos, dos politécnicos às universidades, dos media às artes e letras. E veremos lamentavelmente que a excepção não é assim tão excepcional. Em cada toca teremos um Relvas à altura...
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