O Ouriço © 2012 - 2015 | Powered by SAPO Blogs | Design by Teresa Alves
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Blogosfera que Pica
Jack Soifer 4 Set 12
Não tenho por hábito citar nomes,a não ser ao elogiar.Mas neste caso,a fadess é óbvia e de grande repercussão.Qualquer bom econometrista poderia ter previsto o resultado real da economia lusa em 2012. Não sou especialista nisto,não tenho a máquina do INE,mas falo com muitos empresários,com experts noutros países e sou realista.
Já em 01/mar/10 eu alertara no Prós e Contras da RTP para a depressão em que estamos. Não tenho bola de cristal é pura econometria baseada em early warning indicators que qualquer um aprende em Stanford.
Em19/mar/11alertei no OJE para os erros metodológicos na contabilidade das empresas públicas e que o FMI poderia exigir correções.Em 16/fev/12 alertei no artigo “Queda do PIB, Merkel e Grécia” deste blog para os erros sistemáticos na mensuração do PIB. Alem de afetar a previsão para 2012, a falta de experiência dos econometristas de Vítor Gaspar demonstrada a cada mês, leva a grandes erros de previsão.
Os erros de cálculo de Vítor Gaspar vão continuar. Não consideraram os ciclos dos diferentes setores de exportações. Para cada setor há ciclos de maior procura e outros de menor. Os preços das nossas importações sobem. Há anos afirmo haver um perigoso fator de aumento do desequilíbrio na balança de pagamentos, pois importamos o que tende a aumentar de preço nesta década (crude,cereais,eletrónica profissional) e exportamos o que tende a baixar de preço (têxteis,calçados,autos e os seus componentes).
O turismo que recebemos gasta cada vez menos. Em 24/mar/11 alertei na coluna do BARLAVENTO para esta queda e para incêndios,maior criminalidade,e muito mais.Em 12/abr/11 alertei no OJE para o cartel da distribuição de alimentos que retira os lucros sem quase pagar impostos em Portugal, o que reduz a receita fiscal.
Os desperdícios nos transportes públicos,denunciados no OJEde26/jul/11 continuam.Aquilo que o governo prometeu à Troika e não cumpriu foi reduzir os funcionários públicos. Um educated guess na coluna do OJE de 03/jan/12 diz que “a produtividade aumenta se o governo enviar para a pré-reforma 90mil funcionários e vender os edifícios então vazios”.
No início de mai/12, num debate com o Ministro Álvaro Santos, alertei para o brutal aumento da criminalidade e da economia paralela, o desinvestimento técnico e a queda da receita fiscal, o que nos daria um desemprego de 26% em 2014. Ofereci 8 páginas com uma longa listagem de medidas, para reduzir este caos. Infelizmente ele e outros ministros são votos vencidos no Conselho de Ministros.
Assim, o défice público em 2013,devido a queda da receita fiscal,à inúteis chefias públicas,ao desperdício compulsivo e o aumento dos custos sociais, será de 7%. A troika terá que aumentar para uns 99 MM€ o fundo de resgate e mais três anos no prazo para Portugal. Ou obrigar Vítor Gaspar a ouvir os colegas ministros.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Tal como está assinalado no texto as razões desta crise em Portugal têm relação com o tipo de produtos exportados e com tipo de produtos importados. Se juntarmos a isso a alienação de empresas estratégicas que bem geridas pudessem equilibrar a dependência do exterior nessas matérias. Os lucros extensos hoje da EDP tem alguma relação com o facto de Portugal ter aceite pagar agora mais um pouco pela electricidade para financiar os investimentos em parques eólicos que baixaram a longo prazo a dependência dos combustíveis fósseis. (a acreditar nas notícias sobre este tipo de investimentos). As condições de financiamento das empresas que promovem esse tipo de balança comercial por critérios estritamente a pensar, não no lucro a médio e longo prazo mas, no imediato, e com a agravante de promover a dependência externa em alguns produtos, e matar as boas iniciativas por pressões externas e ideológicas de puro bota abaixo o produto nacional. Em concreto o famoso Magalhães que apesar de ter uma base de importação podia ser exportado em quantidade e qualidade, pois é uma excelente máquina.
Faltou para mim apenas a ideia peregrina que no mundo ocidental se instalou: o capitalismo tem de ser uma actividade sem riscos. Principalmente para o sector bancário que durante anos baseou a sua riqueza em especulações e num princípio de que o valor da propriedade seria sempre crescente. Se calhar também pensou que a população humana crescerá infinitamente. Esquece-se que a Natureza procura sempre padrões de equilíbrio dinâmico mesmo que a humanidade aparentemente faça por rompê-los