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Blogosfera que Pica
John Wolf 30 Out 12
O meu voto seguiu há dias. Procedi ao registo online na categoria de "eleitor residente no estrangeiro" e volvidos poucos dias, o meu boletim de voto chegava à minha caixa de correio electrónico. Assinei de cruz, e enviei por correio azul a decisão - a second term for Obama. Independentemente do resultado, uma coisa posso garantir, o furacão que assola os EUA é muito menos perigoso do que aquele que fustiga a Europa. A União Europeia revelou a sua linha de fractura, a clivagem norte-sul, o embate de placas tectónicas, uma discussão acesa entre Gutenberg e Júlio Iglésias. E daqui não descolamos. Há dias George Soros propunha que a Alemanha replicasse o tratamento dos EUA para com a Europa no período subsequente à II Grande Guerra. Ou seja, que um plano Marshall Alemão fosse aplicado aos países devastados pelo falhanço do projecto Europeu. Que uma espécie de soft power fosse exercida "sobre" os países periféricos. Um plano contrário à austeridade que se conhece, mas que não colocasse em causa os compromissos decorrentes da dívida, que seriam simultaneamente económico, financeiro e moral. A Alemanha, ao ser o bom da fita, decerto que granjearia os louvores dos países membros caídos em desgraça. Esta seria, concerteza, uma via alternativa. Um modo de validar o conceito de verdadeira união, uma União Centro-Periférica. Mas por que raio trago à baila as eleições Americanas? Porque nos EUA ninguém sonha em questionar o seu federalismo. Um contribuinte do Estado de Nova Jersey (que paga dos impostos mais elevados dos 50 estados Americanos) não põe em causa as decisões federais que levam à transferência dos seus "fundos e mundos" para um Estado mais pobre, como por exemplo, o Arizona. É esta a essência moral de uma federação - o pressuposto que as diferenças existem e que podem ser mitigadas. A poucos dias das presidenciais Norte-Americanas sinto mais naúseas pela situação Europeia do que o avanço de Mitt Romney nas sondagens. Mas devo dizer que esse avanço Mormónico não é coisa boa. Prefiro o espírito Quaker. O cream Quaker.
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tenho o direito de especular sobre o seu carácter, e sobre o de qualquer outra pessoa, mas também tenho o dever de reconhecer que estava errado, e de pedir desculpa, se essa minha especulação se revela sem fundamento.
Agora, o que não é desculpável é votar em Barack Obama... ;-)
Já agora, quero enaltecer, e agradecer-lhe, o facto de escrever em Português CorreCto, e não segundo essa abjecção aberrante, inútil e ilegal que é o «acordo ortográfico». Sendo o senhor estrangeiro, tal é ainda mais de louvar, e constitui um (bom) exemplo para muitos dos meus compatriotas.
Os meus cumprimentos,
OdS