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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 7 Nov 12
Vimos na TV as chamas no quase novo centro comercial de Portimão. Não deveria arder! Uma construção nova deve seguir as estritas regras de materiais, distâncias, etc, que mesmo que uma das lojas comece a arder, sprinklers, portas blindadas, tudo impede a sua propagação às vizinhas. “Há algo de podre no reino da Dinamarca”, dizia Hamlet. E se calhar, não só lá.
O pior ainda vai acontecer. Pois as grandes superfícies, em especial as que pertencem ao que se diz ser o maior grupo empresarial do país, após a construção arrenda espaços nos corredores, inicialmente calculados e aprovados pelos bombeiros sem esses stands, para permitir a rápida evacuação dos clientes, num caso de incêndio com elevada propagação.
Seja em Portimão, em Albufeira, Guia e até no Alentejo, de onde é a foto, vê-se temporários arranjos de bicicletas, prendas, brinquedos, produtos de beleza, etc que dificultam a evacuação do local. Como o proprietário sabe de antemão quando haverá a inspeção dos bombeiros, atravanca quando eles lá não estarão.
Em Gotemburgo, Suécia, há uns 18 anos, morreram uns 200 jovens quando num incêndio, viu-se a porta de emergência bloqueada. Todo o sistema de controlo foi alterado e hoje qualquer pessoa pode telefonar para um número central no país, que envia um fiscal sem uniforme em poucas horas. Após a primeira multa, a grande superfície perde para sempre o seu alvará naquele município.
Na Índia e no Paquistão fazia-se o que se faz por cá. Após a morte de 300 em cada país, há novas regras de controlo. Parece que estamos pior do que eles, nada aprendemos com os desastres e as regras só aplicam à inauguração.
Se o incêndio daquela madrugada, em Portimão, tivesse ocorrido num sábado à tarde teríamos 300 não só desempregados, mas já mortos.
É ao ver este “posso, quero, mando” que os estrangeiros do Algarve estão a ir-se e nenhum investidor tecnológico, que poderia aumentar o emprego aqui, tem a coragem de cá investir. Porquê? Leia no Como Sair da Crise, Algarve!
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