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Blogosfera que Pica
Francisco Cunha Rêgo 21 Jan 12
Lembrando os Xutos e Pontapés. Como é que esta canção desapareceu? E os Deolinda que tiveram uma música com um êxito que esta dos Xutos não teve, por ter sido divulgada via Redes Sociais e furado o cerco? Depois, enquanto os Deolinda não confessaram 500 vezes que não tinham uma finalidade política, na canção, não os largaram. Será que ainda é possível fazer hoje música de intervenção em Portugal, como Zeca Afonso, José Mário Branco, Brigada Vitor Jara, entre outros? O último com impacto na sociedade terá sido Pedro Abrunhosa? Têm músicas que são tão intemporais como a Bíblia, porque a bondade e a maldade humana não mudou muito. Os Estados Unidos têm um Bob Dilan, entre outros, que por sinal se converteu ao cristianismo, e o genial realizador Abel Ferrara que, nos Viciosos, mostra a maldade como fazendo parte da humanidade, maldade que nasce do choque constante entre a nossa busca de prazer e a realidade.
Esta canção dos Xutos está datada mas não tem Tempo, pois o seu sentido podia ter sido tão compreendido há cem anos como pode agora.
Sem Eira Nem Beira
(Xutos e Pontapés)
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar
O povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força
Para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força
Para lutar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
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