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O Ouriço

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Soberania em Risco: Visão de um Tecnarca

Faust Von Goethe 24 Jan 12

 

 

A propósito da recente discussão em jeito de ping-pong sobre a temática monarquia versus república que decorre por aqui e nos blogs delito de opinião e estado sentido, gostaria de dar a minha colherada. Ora cá vai :

 

Eu que nem sou republicano nem monarca mas um tecnarca como me apelidou o meu colega de escrita, Artur de Oliveira, prefiro ver as coisas do prisma: Primeiro debate-se os problemas sociais e só depois se debate a ideologia e o regime. 
Indo ao encontro dos monárquicos: Reza a história que no pós-ultimato inglês, muitos dos ditos monárquicos venderam-se aos republicanos por meros interesses. E assim pum: Implantou-se a I república.
A agiotice dos nossos políticos da época que fez com que nem republicanos nem monárquicos encontrassem soluções para o país, permitindo o golpe estado 1926 e consequente subida Salazar ao poder. Temos de reconhecer que Salazar percebia, para além de finanças, de xadrez pois sabia jogar em vários tabuleiros em simultâneo. Foi com Salazar que Portugal voltou aos mercados financeiros depois da bancarrota 1892, muito às custa do ouro Nazi. 
Relembro os demais que a bancarrota foi provocada em grande parte pela ida das cortes para o Brasil e pela independência deste.

 

PERGUNTA: será que Passos Coelho e Paulo Rangel lembram-se deste pormenor histórico quando incitam à emigração? Hum... 

 

Reza também a história que Salazar não consegui prever a tempo as incursões de Kenedy e mais tarde Nixon (próximo UNITA), Khrushchov e mais tarde Breznev, e inclusivé por Fidel (próximo MPLA) que apoiavam as nossas colónias fornecendo-lhe armamento. Aqui o jogo deixou de ser xadrez e passou mais a arte da guerra de Sun Tzu, um dos livros preferidos do fotógrafo de serviço aqui do estabelecimento: Adivinhem quem é :).
O nosso erro enquanto nação começou por não se ter sabido fazer a descolonização e/ou reestruturar as colónias numa espécie de Commonwealth. Relembro este facto pois há tempos celebrou-se os 50 anos da rendição do exército português na India.
Com o 25 Abril 1974, uma revolução romântica mas deveras mal estruturada pelos ditos capitães de Abril, deu um senhor rombo na nossa economia, provocado em grande parte com a vinda dos retornados das ex-colónias de mãos a abanar.

Juntando isto à nacionalização massiva de bancos e empresas, não restou outro rumo aos nossos bravos defensores da liberdade que dizer "Hilfe Hilfe! Wir Koennen IMF". E com isto já vamos em 3 chamadas:1978, 1983, 2011. Não acham que é demais?

Ao continuarmos com este tipo de ingenuidades, em nada resolveremos os reais problemas do país e ao nosso rei do tabuleiro é-lhe feito mate, xeque-mate.

O nosso rei não é o Cavaco nem outro qualquer. O nosso rei é nossa soberania enquanto nação!

Está nas nossas mãos evitarmos que nos façam xeque-mate.

PS: A dívida que contraímos em 1892 foi apenas liquidada em 2001, um ano antes de entrar em circulação o euro. 

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2 comentários

De Carlos Roberto a 24.01.2012 às 14:56

"O nosso erro enquanto nação começou por não se ter sabido fazer a descolonização e/ou reestruturar as colónias numa espécie de Commonwealth."

O General Spínola no seu livro "Portugal e o Futuro" bem defendia essa visão porque via que a ganhar a guerra era impossível, o livro foi proíbido mas foi o despoletar do momento que depois deu o 25 de Abril de 1974.

De atento a 05.05.2012 às 14:00

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/perigo-na-linha-de-sintra

um relato de dois jornalistas , mas vivemos ou não vivemos melhor ?realmente desde 74 animação não nos falta !

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