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O Ouriço

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Sózinhos (e mortos) em casa

Francisco Cunha Rêgo 27 Jan 12

Maria de Jesus e Maria Manuela, com 80 e 74 anos, morreram sózinhas em casa, na freguesia das Mercês, em Lisboa. Uma morreu de doença e a outra, como estava acamada e ficou sózinha, morreu de fome e de sede na cama. Há um mês, a que ainda se mexia tinha ido à Junta Freguesia, com 74 anos, dizer que estava a cuidar sózinha da irmã acamada com 80 anos. Como não pediu ajuda, ninguém se lembrou de avisar Segurança Social, a Santa Casa, ou ir lá para se inteirar da situação(!!!???!!!). Afinal, o que era preciso mais?

Desde o inicio do ano já vamos em doze casos idênticos, conhecidos através da comunicação social. Poderá haver outros, em sítios onde cada vez é mais dificil chegar. Não me refiro apenas a uma aldeia longínqua, mas também a casas ao nosso lado, no nosso bairro ou cidade, onde se morre sózinho, sem incomodar ninguém  e sem custos para a Saúde. Assim se vê o que está a acontecer à nossa sociedade. Lembro um personagem de Takeshi Kitano, um cego que andava com os olhos abertos, ao caminhar durante a noite tropeça numa pedra e cai, mas quando se levanta acha extraordinário ter os olhos bem abertos e mesmo assim não via nada.

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